quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Acho que não deveria achar.

É porque as vezes me dá vontade de fugir de mim.
Sei, sei que isso não é possível.
Mas minha mente é de um jeito, meu coração de outro.
Talvez um dia eu pare de achar tanto.
Eu nunca pude ter certeza de nada na minha vida.
Não, na verdade eu já tive. Uma única vez.
Mas essa certeza infelizmente foi embora no dia 8 de fevereiro de 2012.
Desde então nunca mais tive certeza.
Quando acho que acho alguma coisa, eu não achei nada.
Tudo confuso, minhas palavras são confusas, e não as admiro.

Cheiro de uma voz.


- Sabe, faz tempo que não escuto tua voz.
- E qual foi a sensação de ouvi-la depois de tanto tempo?
- Percebi que ainda sinto o teu cheiro, mesmo sem te ter aqui.
- Mas o que tem uma coisa com a outra?
- Nunca entendi também. Mas sei que você ainda está aqui, mesmo estando aí, longe de mim.
- Você ficou ainda mais louco.
- E você ainda mais linda.
- Obrigada.
- Mas você é.
- Não por isso.
- E pelo que?
- Pela inspiração.
- Você sempre teve, só não havia achado a forma de coloca-la para fora, ainda.
- Fica por perto.
- Não quero ir.
- Então, não vá.

domingo, 30 de setembro de 2012

Memória de uma página.

- Tudo ficou tão distante entre nós...

- Foi escolha sua.
- Eu bem sei.
- Foi melhor assim.
- Mas as vezes eu sinto falta da tua amizade.
- Esse é o problema, não vês?
- Sentir falta de ti?
- Da minha amizade, e só.
- Mas...
- Foi aí que tudo começou.
- Me sinto culpada.
- Isso não vai mudar nada..
- Não queria que tudo tivesse acabado assim, você foi tanto pra mim. Eu te disse coisas que nunca deveria ter dito.
- Mas disse, e uma vez dito, jamais 'desdito'.
- Acho que essa é a minha deixa.
- Mas... Fica tranquila, que eu já superei.
- Eu não.
(Ele fez uma expressão de dúvida)
- Não me perdooei ainda, por te machucar. Egoísmo.
- Eu já sabia que tava tudo acabado, quando fui te ver pela ultima vez. Aquilo tudo foi só a amarga confirmação.
- E eu ainda pisei mais fundo na tua ferida...
- Supere isso. A vida não acabou aqui, isso tudo foi só um capítulo de nossas vidas.
- Páginas viradas, memórias nunca apagadas.

Cílio.

- Fica...
- Não posso.
- Me dê um bom motivo dessa vez.
- Meus olhos estão começando a arder.
- Está fugindo.
- Não, não estou.
- Mentira.
- Não ouse dizer coisas que não sabe.
- Então não pisque os olhos dessa maneira.
- Que maneira?
(Ela levantou a sobrancelha como se quisesse perguntar mais alguma coisa)
- Essa aí...
(Ele apontou para os olhos dela)
- Você não muda nunca.
- Meu jeito?
- É, esse maldito jeito de querer me ler.
- Sabe que sempre acerto.
- Mas agora eu vou. Está tarde.
- A noite é tarde, desde que ela começa.
-  E começou faz tempo.
- Não devias ir... Não sem ao menos me dar um beijo.
- Fecha os olhos então.
- Por que?
- Confia em mim, e na tua capacidade de nunca errar.
- Certo, moça.
Ela assobiou, pegou as mãos colocou sobre o rosto dele, levemente, sorriu sozinha, chegou perto do ouvido dele e sussurrou: Eu disse que podia confiar em mim, não que ia beijar-te.
(Ele abriu os olhos devagar, ela estava perto ainda)
- Eu sei. Por isso fingi acreditar nas tuas palavras ao vento. Mas teus cílios ainda piscam, e sei que quando eles estão assim.. Pertos demais de mim, é o sinal que...
(Ela abriu mais os olhos e tentou se afastar, mas ele pegou-a pelo pulso, com sutileza e força)
(Ela continuou sem dizer nada, só piscava)
- Ainda sei, que essas piscadas são um ''sim''
- Você sempre sabe, mesmo sem saber.
- Vou te beijar.
- Beijo não se avisa, se dá.
(Ele passou a mão pelo rosto dela com a leveza que era mais do que de costume)
(Ela baixou o olhar)
 - Eu vou plantar um carinho nesse teu peito inquieto.
(E um beijo foi dado, roubado, pedido, entrelaçado, ajeitado, enrrolado).
 - Eu deixo.
- O que?
- Você entrar pelo meu olhar.
(Ele piscou para ela)
- Seus cílios me chamam.
(Beijos.)
(Beijos.)
(Cílios e beijos.)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

— Cara, porque ela vive querendo emagrecer? 
— Sei lá, ela também vive dizendo que vai parar de comer. 
— E porque isso?
— Sei lá, não a entendo, cara. 
— Ela é a tua namorada, e você não entende? 
— Velho, ela fica linda de óculos e mesmo assim quer usar lente. O cabelo dela tem uns cachos que são bonitos, mas ela vive fazendo escova ou algo assim. Ela é baixinha, de um jeito tão bom, mas ela vive de salto. Ela usa aparelho, tem o sorriso mais lindo que eu já vi, mas ela vive escondendo os dentes ao sorrir por vergonha, ela tem um corpo, que eu me perco nele, mas mesmo assim se diz gorda. Eu sou apaixonado por ela quando ela come quando vamos na padaria. Ela é linda com aquele perfume, mas vive querendo usar o meu. Ela tem um pézinho, 35, é a coisa mais meiga que eu já vi e mesmo assim ela odeia o fato de não calçar 37. Ela fica maravilhosa quando acorda, mas mesmo assim não me deixa vê-la logo após que acorda. Ela é tão perfeita daquele jeito, sabe? Do jeito que eu amo, mas ela vive se chamando de feia. 
— E você não se irrita por ela repetir a mesma coisa sempre?
— Eu não, até que gosto.
— Por que, cara?
— Porque é uma oportunidade de dizer bem baixinho a ela que ela é a garota mais linda do mundo. 
— E falar isso faz diferença?
— Faz, toda.
— Qual?
— Ficando com vergonha. E quer saber? Ela é a pessoa mais perfeita que eu já vi com aquelas bochechas vermelhas, os olhos pequenos me chamando de idiota.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Ainda.






Será que esqueci que as pessoas podem  machucar, por mais que você as ame?

Já me machuquei tanto, que com o tempo fui ficando gélida diante de certos acontecimentos.
Mas aí você vive algo parecido com outra pessoa, em outro momento de sua vida, e começa a pensar se realmente valeu a pena todo o esforço, todo depósito de confiança, lealdade e fidelidade.
Espero não ter me equivocado.
Não vou pular do barco ainda. Ainda.
Tenho medo de mim, se isso um dia cessar.

O gosto amargo da decepção...
É engraçado, porque sempre esperamos por ela, mas nunca aguentamos o tranco quando chega.
Eu quis tanto, eu desejei tanto, amar outra vez... Sentir o peso do sentir.
Só eu sei o quanto tive medo, o quanto me blindei desse sentimento...
Só eu sei, o quanto magooei quem me amou, quem já sentiu muito por mim, e nunca pude retribuir.
Só me calei, me fechei e continuei a minha jornada sozinha e vazia.
Até encontrar novamente um motivo e um sentido pra gostar... Pra confiar, entender, superar, aceitar argumentos contrários dos meus, e passar por cima de algo que me custa muito: O orgulho.
Mas você esquece de tudo quando está amando...
Você passa a ser tudo que um dia julgou.

Sou/Nós... 
Ainda sou, mas me sinto perdida.
Me sinto sem direção, porque não sei mais se posso continuar...
Tô sentindo uma dor, um medo e ao mesmo tempo uma culpa.
Eu não quero estragar tudo, eu mudei tanto por você...
Eu mudei por amar. Por respeitar.
Eu mudei porque eu quero construir uma vida ao lado de alguém que eu admirei/admirava/admiro...
Eu só me pergunto se você realmente é tudo isso que diz.
Se você sente tudo isso por mim de verdade, se você seria capaz de correr atrás de nós dois, se algo acontecesse.
Será que você seria capaz de  abrir mão de um sonho, por nós dois?
Eu não vou suportar mais essa coisa de sentir mais do que você.
Se eu acabar com tudo, eu vou me culpar.
Mas também me culpo por te sentir demais.. Aqui... Dentro e fora de mim.
E agora, na minha pele, para sempre...

Always and forever... Ainda.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Tudo que a gente faz, de bom ou de ruim, acaba voltando pra gente. Não é lei da física, é da vida mesmo.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Se permita ser meu, se permita ter músicas com nosso sobrenome, de ter filmes que seja pretexto para um fim de semana só nosso, se permita me enxergar como a mulher que sempre esteve ao seu lado.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O antes, talvez o agora.

Talvez eu seja mesmo solitária, triste e um tanto vazia.
Em dias como esse, me sinto ingrata com os que me amam.
Sou rodeada de amor, amizade, cumplicidade.
Mas sabe quando você sente, que tem algo incompleto na sua vida?
Sente que o vazio tá se aproximando cada vez mais...

Eu queria proteger as pessoas que amo, de mim mesma.
Mas eu sempre esqueço desse ponto.

Sou uma bagunça.
Sou problema.

Ultimamente venho pensado naqueles que desistiram de mim,
Naqueles que cansaram de mim.
Que não aguentaram o peso.
De certa forma os agradeço pela desistência, porque se não fosse por isso
Hoje eu não teria a coisa mais importante e preciosa da minha vida..

Mas, penso que eles tiveram razão, quando desistiram.
Sou complicada, sou tão instável.
Machuco tanto, por ser tão impulsiva. Por ser tão assim... Eu.
Queria poder pedir desculpa por toda bagunça que causei na vida de tantas pessoas.
Queria dizer, que eu não sei nunca o que dizer.
E nem sei porque ainda digo.
Talvez seja porque sempre procuro as palavras, pra tentar amenizar as minhas mancadas.

Experiência.
Assim que a gente chama com carinho, todos os nosso erros.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Uma canção.


- Quantas vezes você já amou?
- Uma.
- Foi ruim?
- Nunca pude experimentar.
- Como assim?
- Ainda não pude saber como é amá-la verdadeiramente.
- E por que?
- Ela jamais ia querer estar comigo.
- Ela te deu um fora?
- Não.
- Você é um baita de um covarde, ein?
- Deve ser...
- Ou então ela é muito má.
- Não, ela é uma flor.
- Então, por que não cria vergonha nessa cara, e vai mostrar essa música que você fez pra ela?
- Já mostrei.
- E ela?
- Achou linda.
- E qual o problema com essa garota, afinal?
- Ela nem ao menos sabe que a amo.
(Ela puxou o violão das mãos dele, estava exaltada)
- Tantas pessoas querendo o seu carinho por aí, e essa garota esnobando você!
(Fez um biquinho)
- Que pessoas?
- Ah.. Uma amiga minha.
- Quem?
(Ele levantou a sobrancelha)
(Ela estava um tanto nervosa, e corada)
- Uma... Aí...
- Ei.
- Oi?
- Eu amo você.
- Ah, eu também, seu boboca!
(Sorriu)
- Não.. Eu.. Digo, de verdade.
- Tá dizendo que eu te amo de mentira?
- Não! É que, eu tomei coragem.
- Coragem?
- É. De falar pra menina má, que a amo.
(Ela estava corada, e naquele momento um tanto desnorteada)
- Essa menina da música.. So-sou... ?
- Sim.
(Ele tirou o violão das mãos dela, e pôs na cama)
- Você... Tá de brincadeira?
- De maneira alguma!
(Ela desviou o olhar, com um sorriso)
(Ele foi chegando perto... Colocou a mão sobre o rosto dela, e a beijou)
Mãos dadas.
Violão caindo no chão.
- Por que demorou tanto para me dizer isso?
- Tive medo.
- De mim?
- De não sentir o mesmo..
- E agora tem certeza?
- Ah... Depois da sua tentativa frustrada de me enganar, dizendo que uma 'amiga' sua..
(Ela deu um tapa no ombro dele)
- Pára!
(Risadas à fundo)
- Ainda bem, que você não sabe mentir.
- Ainda bem, que você resolveu não ser mais um covarde.

(Ele tocou as mãos dela mais uma vez)
(Ela sorriu levemente)

O violão ainda estava lá. 
O amor também.


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Boboca.

Eu acho que seremos aquele casal bagunçado. Do tipo que as pessoas observam, enquanto a gente brinca com o sorvete.
Do tipo que veste a roupa trocada e que anda fazendo graça na rua.
A gente vai ter aquelas briguinhas peculiares, mas vamos ter aquele nosso jeitinho de resolver as coisas.
Nossa cama não vai estar sempre arrumada.
Vamos cozinhar juntos, arrumar a casa juntos.
Eu vou chorar assistindo aqueles filmes românticos idiotas, enquanto você joga seus jogos bobos.
Sexo pela manhã e cinema à tarde.
Seja lá como for, quero passar cada espaço de tempo com você.
Fazendo essas coisinhas bobacas que só a gente faz.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Infinito.


Ela o olhava com cara de ''Quero mais.''
E ele pensava "Será que essa menina está sempre insatisfeita?''
Ela mordeu o lábio devagar, enquanto ele ainda continuava a olhando.
Ele puxou-a para debaixo do peito dele.
Ela deu um sorriso de lado.
Ele mordeu o lábio dela.
Ela pegou com força no pênis dele.
Ele abriu a boca como se fosse dizer algo.. Mas o prazer foi maior, e preferiu só dar um sorriso malicioso.
Ela sorriu junto com ele, e fez que ''sim'' com a cabeça.
Ele mordeu o pescoço dela e foi descendo a mão com delicadeza...
Ela fechou os olhos.
Ele ainda permanecia com os olhos nela.
A mão agora já estava no lugar certo.
Ela abriu a boca e lambeu os lábios.
Ele tirou o short dela, e ela nem exitou.
Ainda de olhos fechados.
Sem short.
Sem calcinha.
Mãos.
Sussurros no ouvido.
Ela mordeu a orelha dele.
Apertou o braço dele com toda força.
Abriu o zíper da bermuda dele.
Ele sorriu mais uma vez.
Ela estava séria, agora.
Deu uma piscada pra ele.
Abriu.
Mãos.
E até que... Encaixe.
Movimentos, sussurros mais uma vez, bocas se encontrando, unhas arranhando, respiração ofegante, pernas dormentes.
Ele caiu por cima dela.
Ela deu uma gargalhada.
Ele nem se mexia.
Ela passou as unhas lentamente pelas costas dele.
Ele se arrepiou e disse: "Você acaba comigo."
Ela virou o rosto pra ele e disse: "Acha que acabei?"
Ele abriu os olhos, assustado.
Ela deu mais uma gargalhada. "Você precisava ver sua cara, agora..."
Ele levantou a sobrancelha. "Não me provoca, ein?"
Ela fez cara de descaso.
Ele prendeu os dois braços dela.
Olho no olho.
Ela disse: "Sua vez de tentar acabar comigo, menino."

sábado, 21 de julho de 2012

Seu eu.

Não entendo pessoas que gostam de apontar o dedo na cara das outras e exaltar os erros, como se fossem tão exclusivos.
A vida é um jogo. Um jogo em que nem sempre ganhamos a partida, em troca aprendemos com cada mancada, cada game over.
Todo mundo amadurece. Mais cedo, ou mais tarde.
Costumo pensar que de uma forma ou de outra todos nós crescemos de algum modo.
Já julguei muita gente por atitudes, por momentos.
Me arrependi em praticamente 90% das vezes.
Já fui julgada, claro. Quem nunca?
Isso machuca... E como machuca.
Porque por mais que uns digam por aí com toda convicção: "Pode falar, não ligo para o que os outros pensam ao meu respeito"
Isso é pura hipocrisia. De uma maneira ou de outra, nós fazemos as coisas pensando no que fulanos ou ciclanos vão pensar, sim... E isso é triste. Estou me incluindo neste pensamento também.
Somos tão tolos, pensando assim, mas ainda é algo bem comum.
Mais um ponto, pra lista do que ainda tenho a aprender.
Quando somos nós mesmos que apontamos as atitudes mesquinhas de certas pessoas, é tão mais fácil ver o erro né?
A situação se reverte drasticamente quando o julgado somos nós.
Dói, ser visto como alguém que você tentou não mostrar.
Continuo batendo na tecla de que todos CRESCEMOS, porque ninguém muda. As pessoas simplesmente escolhem o que querem ser.
Eu cresci, amadureci... E ainda tenho tanto a acrescentar nessa ''nova'' eu.
Tenho planos para o que escolhi ser.
E o que fui, jamais vai sair de mim. Porque querendo ou não é assim que muitas pessoas insistem em me ver.
É uma opção nossa tudo que fazemos, é uma escolha só nossa, cada atitude tomada nessa jornada que é viver. Uma hora ou outra, acabamos nos dando conta que é hora de evoluir.
Mesmo que insistam em não acreditar.
Quem faz suas escolhas, é você. Apenas você.
Quem sabe das suas dores, é você. Somente você.
Mas só quem sabe, quem realmente você é...
Adivinha?
Carregamos nossos medos, nossas conquistas, nossas frustrações, nossas más histórias, até o fim.
Cada erro meu, fez o que sou hoje. E sinceramente? Eu não mudaria nada.







-
Texto inspirado em uma pessoinha chamada Rebeka Souza.


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Compreender, conhecer, descobrir, aceitar, entender.

Tenho tanto que aprender ainda nessa vida.
Sinto que não sei de nada.
Sinto que vou ser uma eterna aprendiz dessa jornada linda e dura que é viver.
Nem tudo que a gente quer, acontece.
A gente passa tanto tempo almejando, desejando, sonhando...
Que esquece que a vida não foi feita pra ser como a gente imagina.
As vezes esses planos não se encaixam nas possibilidades e aí, vem a frustração.
Vem o medo de não ter, o medo de não ser o suficiente
Mas tudo que é nosso a gente tende a perder.
Somos culpados por nossas escolhas e atitudes
"Somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos"

Gosto de pensar que nunca sei de nada.
Por que mesmo que eu saiba de alguma coisa, estou sempre pronta para deixar-me aprender.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Always and forever.

Por muitas madrugadas chorei
Senti um vazio aqui dentro
Aquele sussurro de ''nada''

Desde que tenho você
Toda dor diminui
Tudo se torna tão belo quando tem você

Eu não quero nunca machucar esse teu coração
Não quero ver nenhuma expressão de medo nesse teu rosto

Eu só quero te amar
Pela manhã, pela tarde, pela noite.. E por todas essas madrugadas frias.

O maior presente que poderia receber esse ano, foi você.
Dar mil e um cheirinhos enquanto vejo tua barroquinha.
Sentir teu cheiro e me sentir aliviada
Abraçar você e sentir nossa cumplicidade

Só quero te dizer: Que você é o mais simples motivo de qualquer sorriso desse meu rosto.
Eu não vou à lugar nenhum sem você.
Não importa o que aconteça, eu vou estar aqui.
"Always and forever"

Porque eu não ousaria a ficar um dia sem ouvir tu voz.



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Su-fo-c a r.


- Por que está fugindo mais uma vez?
Ela escutava o que ele falava. Só tentava ignorar, e ir de uma vez.
- Nós. Não é o bastante pra você?
- Não se vive só de amor.
- E o que mais você precisa?
- Um pouco de espaço, pra poder respirar, sabe?
- Meu amor te sufoca?
- O amor.
- O que tem ele?
- Por si se sufoca.
- Não quero te impedir de respirar...
- Então porque ainda escolhe em me amar?
- Não se escolhe, apenas acontece.
- Essa inconstância de ter que sentir, me irrita.
- Por mais que você não se permita sentir, eu ainda vou estar aqui.
- É, quem sabe um dia eu queira respirar o mesmo ar que você.
- Não é respirar. É sentir, menina.

Ela ainda tentava fingir que não respirava o mesmo ar que ele.
Tentava mentir pra si mesma. Na esperança de fugir do amor, que ela denominava ''sufoco''

- Que seja!

domingo, 8 de julho de 2012

O amar.

Amor é meu sentimento preferido, é como se ele carregasse nas costas todos os outros. Amor tem cheiro, tem gosto, tem cor, tem vontade, tem palavras, tem movimento, tem vida. É nos gestos mais simples que o encontro, ele está nas lembranças que trazem sorriso pro meu rosto, está no silêncio do toque e no espaço de um abraço.

Amar pela metade é a morte prematura de qualquer relação, esse sentimento só se basta quando completo, quando é de tudo sem ser pouco. Amor é excesso de medo, de insegurança, de preocupação, de agonia e de saudade. Acumulo vontade de fazer alguém feliz; procuro em mim um lugar melhor para que amor aconteça.

Admito que talvez saiba pouco sobre a vida, não sei soletrar a solidão que a ausência declama aos meus ouvidos. No entanto quando amo eu amo de verdade, amo da cabeça aos pés, amo sem colocar defeitos, amo porque é amor. Não sei viver de relações instantâneas, não gosto de gente que não sabe ser gente, aprendi a me afastar de tudo que surge só pra me deixar duas vezes mais sozinha. Quero presença na minha vida, quero amor no meu calendário, quero compromisso sem hora marcada, quero uma felicidade no peito.

Cada amor traz e deixa, é um sentimento que só permanece se nós ajeitarmos a casa e o coração para ele ficar. É algo que exige todo nosso empenho, toda nossa paciência e atenção. Amor se divide, se completa, se complementa, se dá e se espera. Creio que quando amamos nos tornamos quem nascemos para ser, o mundo começa a girar mais bonito e tudo que antes faltava é preenchido.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Habitante de mim.

Não sei como aconteceu
De repente lá estava eu
Analisando nossas coincidências
Tratando com indiferença
As nossas diferenças

Você habitante dos meus sonhos
Veio povoar meu coração
Preencher o grande vazio
Desse pequeno vão

O destino deveria já saber
Que você viria
E me libertaria
Desse cotidiano solitário

E esses dias acordei ao amanhecer
Só pra falar de você
Falei de como foi bom te conhecer
E que não me imagino sem te ter.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Sinto muito.

Te ver dormindo assim, me faz pensar no quanto eu te quero bem.
Te ver calminho assim, tranquilo assim.
Nem sei se dizer-te 'eu te amo' é o suficiente agora.
Te quero do meu lado.
Te quero aqui dentro.
Me sinto sufocada de tanto sentir.

Estar contigo, faz com que tudo que já vivi, tenha sido apenas um intervalo até te encontrar.
Se amar é isso...
Ah... Então amo o amor.

Quero teu dedo do pé junto ao meu.
Tua risada safada.
Teu olhar.
Não acho que possa sentir o que sinto por ti, por outro alguém
É diferente de tudo que já vivi
De tudo que quis viver
É distinto, mas é tão meu
É tão somente precioso
Essa essência que você tem sobre mim

Me pego sorrindo do nada, como agora
Só olhando pra ti
Só por olhar mesmo.

Me sinto completa.
E se um dia, eu tinha um conceito sobre o amor...
Você mudou todas as minhas opiniões
Me fez acreditar
Talvez seja por isso, que eu te tenha tanto aqui, dentro de mim.

Você me refez em todos os sentidos possíveis
Derrubou o muro que construi sobre mim
Jogou fora aquele medo
Aquela inconstância
Por que sou daquelas que sempre sentem muito
E eu sinto muito...
Muito por ti.




quinta-feira, 28 de junho de 2012

50 dias e apenas um copo, por favor.


- Espero que tenhas uma boa viagem.
- Você me ama, não é?
Ela assentiu. Abaixou a cabeça. Silenciou-se.
- Foi bom estar contigo, menina.
- Por que você insiste em me fazer essa pergunta?
- Acha que já sei a resposta?
- Claro que sabe.
- Então por que não diz?
- Não vale a pena, agora.
- Eu vou voltar. São só 50 dias.
- E acha que vou te esperar?
- Tenho certeza...
- Você e essa convicção...
- Acho que está na hora.
- De ir?
- É.
Ela deu um sorriso de lado, apesar de querer esbaldar-se em lágrimas.
- Vou sentir a tua falta.
- Já sinto a sua, desde que estavas, aqui 'perto' de mim.
Ele piscou. E foi.
Ela não quis olhar, virou-se.
Ela também não quis que aquela lágrima caísse.
Queria que os 50 dias fossem o suficiente pra ela mesma.
Quis sentir, quis amar, quis (pre)encher-se.
Quis tanto, que agora sente-se um tanto vazia.
E enquanto ela pensava, ele já estava longe.. Mais longe do que sempre esteve.
Sentou-se na praça de alimentação, chamou o garçom e disse:
- Por favor, uma garrafa de vinho.
O garçom:
- Dois copos? Está esperando por alguém, senhorita?
Ela respirou fundo.
- Não. Apenas um.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Stand by me.

Não posso evitar de me sentir culpada.
Também não posso me proibir de não ter medo
Mas posso e devo, tentar.

Tenho medo, do medo que tenho te de perder.
Hoje, quando me disseste que quase me diria Adeus
Senti meu estômago embrulhar

Não quero te machucar
Eu quero te amar
Nunca ter que te deixar
Quero a companhia, o sorriso, o abraço, o cheiro
Quero você, eu, o travesseiro
O milk shake de napolitano, naquela padaria
As nossas tardes tão recheadas de nós

Eu só quero suas mãos grudadas nas minhas
Tua respiração no meu ouvido
E teu dedão do pé
Nosso modo de dizer "Eu te amo"
A maneira como tu me olha
E a maneira como fico sem jeito quando isso acontece.

Eu te amo.
Amo tudo que vem de você.
E eu não vou me perdoar nunca, se eu um dia eu deixar tudo isso.
Não quero e não vou.

Meu travesseiro cheira à você.
E tudo que quero, é que entre nós, caiba toda a vontade que tenho de te fazer feliz.






"Stand by me."

domingo, 24 de junho de 2012

Um tanto, assim.


- Amor, posso te perguntar uma coisa?
- Pode sim.
- Por que tu me ama tanto?
- Eu não faço a mínima ideia. E talvez se soubesse, eu não te amaria tanto assim.

Parte do que sou

Não, eu não entendo
Eu não digiro maldade
Eu sou feita de reciprocidade

Tenho medo do ego alheio
A noite é longa, mas a vida é curta
Eu deveria não me importar

É, eu não vou me deixar levar
Essa correnteza não vai me puxar

Foram tantas mágoas
Tantas dores
Tantas vezes
Foram várias incertezas

Acima delas, encontrei-me.
Por que dizem por aí, que perder-se também é o caminho
E todos os meus erros
Fazem parte do que eu sou agora.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Recíproca.



- Só te peço que me deixe perto, mesmo que distante.
- Amor não é isso, menino.
- E o que é amor pra ti?
- Reciprocidade.
- Mesmo longe, ainda será recíproco.
- Já me cansei dessas coisas incompletas.
- Se deixar-se ficar, isso pode mudar.
- Me dá um motivo.
- Pra ficar?
- Acreditar que seria completo.
- Tenho dois motivos.
- Quais?
- Meus olhos. Eles podem te dizer sem palavras, o quanto eu te quero aqui. O quanto eu quero completar a tua falta.
Um sorriso surgiu daquela face tão preocupada. Ela assentiu.
Permaneceu calada.
- O que me diz?
Ela o surpreendeu com um suspiro.
Com um beijo.
Com um sorriso.
- Quero estar.
- Então você vem comigo, se eu sorrir pra você?
Ela nem havia esperado ele sorrir. Segurou-o pela mão.
Ele sorriu.
Ela sorriu de volta.
Essa era a tal da recíproca de amar que ela queria encontrar...




... Achou.

domingo, 17 de junho de 2012

Ela foi, ele ficou.

- Você foi muito pra mim.
- Talvez por ter sido tanto, que parti.
- Sinto a tua falta.
- Eu sinto que não deveria estar aqui.
- Foi bom, te ter em meus braços.
- Acho que se enganaste comigo.
- Acho que na verdade, você está enganada.
Ela havia acendido o cigarro que estava atrás da orelha.
- Por que?
- Porque essa tua máscara engana à quem tu queres, menos à mim.
Levantou a sobrancelha esquerda. Ela sempre fazia essa expressão quando estava encurralada. E ele sabia, ele só sabia.
- Eu não fugi de ti.
- Nunca disse isso.
- Mas sei que é o que pensas. E estás pensando agora mesmo, não é?
- Esse é o teu problema..
- Não acho nada.
- Também não sabe.
- Sei.
- O que?
- Que me amas.
- Também sei.
- Que te amo?
- Que vais mentir agora.
Ela chegou mais perto dele, deixando os olhos dos dois na mesma direção.
- Talvez, tua maneira de amar seja apenas diferente da minha.
- Não me enganei.
- Ahn?
- Não me enganei com você, nunca.
- Se dizes...
Ela havia levantado, estava indo embora, mais uma vez.
- Mas, ei...
Ele estava com um sorriso amarelo no rosto.
Ela virou-se para ele, e o olhou fixamente, esperando o que ele tinha a dizer.
- Ainda sinto a tua falta.
- Talvez eu seja pra sempre, apenas a tua falta.
Ela piscou.
Ele baixou a cabeça, sabia que aquela piscada era a deixa dela. Não queria vê-la ir.
Ela foi.
E ele.. Ele ficou.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Todo dia vivo a doçura de ter você na minha vida. Cada momento, cada palavra, cada “sms”, cada atrapalhada, cada sentimento que compartilhamos nesse tempo que nos conhecemos é a melhor vida que eu podia escolher pra mim.

A chuva

Essa chuva me faz lembrar
Sentir o cheiro das minhas memórias
Do que fui, do que tive medo de nunca ser
Das vezes que senti o peso do meu vazio

Mas essa chuva também me faz pensar
Pensar no agora
No que me tornei
Pelas escolhas que fiz
Pela maneira que me moldei

Aí então, finalmente, posso sentir-me completa
Dizem que se sente assim quando está amando
E não vou ser eu, que vai discordar

A chuva vai embora.
Mas quem sou, quem quero ser, e o que fui
Nunca vai sair de dentro de mim
Por que minhas escolhas, me trouxeram aqui
E é aqui, que eu quero estar.

Encontrei o que precisava.
Talvez nunca tivesse achado, se não tivesse errado.



domingo, 10 de junho de 2012

É Amanda, você se enganou. Esse coração que dizia nunca mais se apaixonar... Hoje transborda amor...

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A diferença.

- Vem cá.
- Não sei se posso.
- Por que?
- Melhor prevenir.
- Deixa disso...
- Não quero abrir outra ferida aqui dentro.
- Eu gosto de você...
- E eu te amo.
- E qual o problema?
- Eu vou amar você pra sempre, garoto. Esse é o problema.

domingo, 3 de junho de 2012

Laço de certeza.


- Vou te dar um beijo a mais antes de cada despedida. Assim você demora mais um pouco, aqui.
- Quem disse que vou embora?
Abaixei a cabeça, eu não esperava que ele dissesse isso.
Ele tocou meu queixo com o dedo indicador, e levantou até que nossos olhos se encontrassem.
- Te amo tanto... Tanto...
Ele foi beijando meu queixo, minhas bochechas, meu nariz..
Fui abrindo um sorriso.
Ele abriu o zíper do vestido.
Eu nem exitei em dizer que não.
Ele estava com os olhos fixados nos meus.
E eu sentia a pele dele sobre a minha. Sentia como se fosse apenas uma.
O sol entrava envergonhado pela janela.
Ele pegou forte na minha cintura.
Apertei a mão dele.
Suspiros.
Suspiros/Sorrisos.
Suspiros/Beijos.
E ele me diz:
- Nunca vou sair daqui, sempre vou ter mais motivos pra ficar.
Ele beijou minha nuca.
- Tem certeza?
- Você é minha maior razão pra ficar.
O abracei.
E ele ficou pra fechar o vestido que abriu.
Ele mexe no meu cabelo como quem tem cuidado para não desmanchar uma flor.

Nós somos a certeza um do outro.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Temor/dor dela.


- Isso mais uma vez?
- O que você acha?
- Só perguntei pra não perder o costume...
- Eu ainda te amo.
- E você ainda tem coragem?
- De que?
- De me dizer isso.. Pára! Pára com esse jogo.
- Eu não menti.
- Você sabe que só quero teu bem, tua felicidade..
- Eu também, por isso não posso ficar contigo.
- Você não gira bem. Como não se pode ficar com alguém que se ama? Pára de complicar.
- Eu não quero te machucar.
- Você sempre faz isso no final das contas.
- É, mas não é o que eu queria.
- E o que você quer?
- Você.
- Nunca vou entender.
- Amei e amo.
- Te fiz feliz?
- Ainda faz.
- Você não deixa...
- Você deveria tentar me dizer não, uma só vez.
- Quando eu te machuquei, pensei que fosse o suficiente pra ti.
- Liberdade. É isso que te desejo.
- Que tipo de liberdade você se refere?
- De mim.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Súbito de você.

De todas as vezes que me apaixonei, me decepcionei.
Me fechei.
Me machuquei.
Mas aí veio você, como quem não quer nada...
Você entrou na minha vida de uma maneira tão doce, que senti medo.
Senti medo por não saber o que fazer.
De certa forma sempre soube controlar minhas vontades. Mas contigo.. Ah!
Me sinto boba quando te vejo, me sinto lesada quando você ri.
Me sinto feliz por te ter aqui.
Encontrei o meu lugar ao teu lado.
Ainda não tenho certeza do que fez me apaixonar por ti.
Mas acho que foi essa loucura que sinto aqui dentro, agora.
Essa vontade que não cessa. Essa maneira de pensar em ti, mesmo quando não tem motivo.
É.. Sem motivo mesmo, só por que acordo contigo em mente todo dia.
Sem exageros.
E se ainda tenho medo?
Devo ter.
Mas se você quer saber... Eu não quero saber.
Eu quero você! Eu quero tudo que você me oferecer.
Vai ser o suficiente pra fazer com que eu me sinta tranquila.

Pra sempre, a primeira vez.


Ela fazia uma expressão de alívio misturada com ganância.
Ele só admirava aquela boca aberta dela.
Ela apertava o lençol branco com força.
Ele não perdia um só movimento.
Ela abriu os olhos com leveza.
Ele ainda fascinado disse:
- Você é maravilhosa.
Ela sorriu de lado.
Ele caiu sob aquele corpo, que mais parecia uma porcelana.
Ela o abraçou forte.
Ele fechou os olhos.
Ela disse:
- Você está tão quente.
Ele abriu imediatamente os olhos e juntou o nariz ao dela.
- Você me deixa assim.
Ela deu um beijo de esquimó nele.
Os dois gargalharam juntos.
Ela foi de encontro com a mão dele.
Ele apertou a mão dela.
Ela estava corada.
Ele disse:
- Me sinto completo.
- Por que?
- Por ter você.
- Tá frio, né?
Ele levantou a sobrancelha.
- Sim... 
- Me abraça forte.
Ele abraçou-a.
- O que você quiser... 
- Felicidade pra mim é isso.
Ele com a cabeça nos ombros dela, disse:
- O que?
- Esse abraço, esse calor que você me transmite, esse sentimento. Amor.
Ele olhou nos olhos dela novamente.
- Pensei que nunca me diria...
- Que te amo?
- Sim.
- Eu te amo, você sabe. Olha nos meus olhos... Continua olhando, eles vão te dizer sem palavras.
Ele continuou olhando fundo.
- Sempre soube, só queria que dissesse.
- Eu disse.
- Eu te amo.
- Só me abraça. Não larga...
Ele a apertou com uma força tão doce... Que ela sentiu vontade de nunca mais sair daquela cama, daqueles lençóis e daquele momento.
- Esse jeito que você sorri...
- O que tem ele? 
Ela sorria sem graça.
- O jeito que me olha, quando sorri. Faz tudo ficar tão mais fácil. Foi por isso que me apaixonei por você.
- Nunca vais deixar de sentir isso. Faço questão de te fazer pensar que é sempre a primeira vez que os olha...
- Me dá mais um beijo de primeira vez.
Ela fez que sim com a cabeça.
E ele a beijou levemente. 
Ela sorriu entre o beijo.
Ele mordeu seu lábio.
Eles ficaram alí.
E continuaram com o coração batendo forte.
Como se sempre fosse a primeira vez...


terça-feira, 22 de maio de 2012

Ne-ga-ção.


- Por que você simplesmente não me deixa em paz?
- Por que essa é uma escolha difícil.
- Me deixar em paz?
- Te deixar.
- (Respirou fundo.)
- Não entendo...
- Nem nunca vai.
- Eu quero você!
- Você sabe que não pode ser tão simples...
- Só se você quiser... Me deixa...
- NÃO! EU NÃO DEIXO.
- Mas...
- Some... Por favor.
- (Ele baixou a cabeça.)
- Eu... Não posso...
- Se deixar sentir?
- Me decepcionar.
- Mas você nem ao menos tenta.
- Não tento, por que prefiro o seco do nada ao imenso da dor.
- E como tens tanta certeza que vou te machucar?
- É sempre assim no fim. Esse é o ciclo do amor.
- Isso não é amar...
- E o que amar?
- Olha nos meus olhos, eles tem a resposta.
- (Ela virou o rosto.)
- Viu? Você não quer admitir.
- Vai embora.
- Vou, mas o sentimento vai ficar com você.

A margarida do meu jardim.

Tenho uma margarida.
Uma margarida bem amarela, cheia de charme e coragem.
Uma pequena margarida, que cheira a superação.

Ela floresceu e cresceu.
Amadureceu suas folhas.
A raiz é um tanto dura.
Cheia de espinhos pra quem ousa feri-la.

Quem a vê, acha que enxerga.
Mas só quem cheira consegue sentir a essência que ela tenta esconder de todos. Até do sol.

A tal da margarida, tem um coração.
É, ela tem sim.
Ela sente, chora, deseja.
Ela sorri quando arrancam suas folhas.
Ela sorri, por que tem medo.
Ela tem medo de se decepcionar mais uma vez.

Algumas pétalas se perderam pelo caminho...
Murcharam por dor.
Mas ela é uma flor!
E flores nunca perdem a cor.
Ela sabe o que é, e continua firme.

Eu aprendi a amar uma flor.
Aprendi a entender que nem sempre elas são almejos de charme e sorrisos.
Elas são um espécie única.
Aprendi a amar uma margarida.

Não sei se a margarida sabe que pode amar.
Ela ainda não floresceu completamente.
Mas o sol... Ah, o sol vai mostrá-la o quanto ela ainda vai desabrochar.

E eu confio.
Confio na minha margarida.


-

SIGNIFICADO DO NOME MARGARIDA: SUA MARCA NO MUNDO!

DISCIPLINA,PRATICIDADE,LEALDADE,CONFIABILIDADE,GOSTO PELO TRABALHO,SOLIDEZ E EFICIÊNCIA. 



sábado, 19 de maio de 2012

Florescer.

- Me sinto estranha ao teu lado.
- E isso é ruim?
- De jeito nenhum.
- E o que tem de estranho nisso?
- Sinto demais, algo que nem eu sei nomear ainda.
- Também sinto.
- Queria entender...
- Não faz esse esforço.. Sentir já é o bastante.
- Mas fico procurando as palavras pra tentar pronunciar o que se passa aqui dentro.
- As vezes palavras são insuficientes.
- Só sei que quero estar ao teu lado.
- Tem certeza?
- Sim.
- Então não desperdice nosso tempo pensando numa palavra.
(Ela baixou a cabeça, vermelha como uma pimenta.)
- Você fica linda com essas bochechas rosas.
(Ela sorriu.)
- Eu amo, o teu cheiro.
- E eu amo os teus olhos.
- Acho que isso basta.
- O que?
- Essa leveza que sinto, quando falo com você. Ou quando sorri pra mim.
(Ele sorriu, com aqueles olhos miudinhos.)
- Vem cá logo, sua bobona.
(Ela havia ficado mais corada do que o normal.)
- Não me puxa assim, que você não aguenta...
(Risos.)
- Ah é?!
- Deixa eu te falar uma coisa..
- Diga.
- Até de olhos fechados, eu te acho o mais bonito.
- Você realmente gosta de mim.
- A verdade é que, não sei como não gostei antes.




A suspeita.


- Por que mesmo depois de tudo, você ainda sorri assim pra mim?
- Seria o mesmo que perguntar por que você me machucou.
- Não tem resposta?
- Será que tem?
- Só você pode saber...
- Por que você faz assim comigo? Parece sempre querer me machucar...
- Eu não quero. Você me deixa sem saber o que pensar.
- Até à pouco tava tudo bem.. Todos os sonhos cultivados, e agora nem sei mais quem sou.
- Talvez não tenha que ser agora.
- O que?
- Nós.
- Disso eu já sei.
- E o que não sabes?
- Como fazer pra aceitar.
- Não queria que fosse assim.
- Te causo muitos problemas?
- Eu amo você.
- Isso é um problema?
- Não sei.
- A gente não sabe mais de nada, né?
- Tu tens medo?
- De que?
- Disso.
- Amar?
- Sentir.
- Não, você tem?
- Não.
- Então deixa que o vento leve o caos. O sentimento gruda.
- O problema não é te amar...
- E qual o problema, afinal?
- A dúvida. A mesma que me fez estar aqui agora.
- Não vai embora assim... Não vai embora de mim.
- Se eu for.. É por te amar demais.
- (Silêncio)
- Eu nunca fui daqueles que fazem sentido, cê sabe.


terça-feira, 15 de maio de 2012

Tu és, tão minha.

- Posso.. ?
- Não sei.
- Me deixa tentar.
- Por que?
- Não tenha medo... Só quero te fazer feliz.
- E se...
- Não existe ''e se''. Só existe foi ou não foi.
- O que tu queres?
- Entrar na tua vida.
- Você não vai mudar.
- Seus amigos não sabem quem eu sou...
- Nem eu.
- Você não sabe, por que não se deixa conhecer.
- Você me conhece?
- Bastante.
- E então, me diz... Por que ainda tá aqui se sabe que não te quero mais?
- Por que sei, que nesse exato momento você está mentindo, da pior maneira possível.
- (Silêncio)
- Você está com medo de ouvir o que tenho a dizer, está com medo de sentir. Eu entendo, mas não vou te deixar.
- Não tem medo de se arrepender?
- De você?
- É.
- Nunca. Você vai ser minha.
- E se eu já sou?
- Já te disse que "e se" não existe.
- Sou.
- Minha?
- Sua.
- Vem cá, sua... Boba.
- Não vou não.
- Tu nunca vai conseguir fugir de mim... E nem adianta me direcionar esse olhar.
- Dorme comigo, hoje.
- Só hoje?
- Responde de uma vez.
- Claro!
- Minha cama é vazia sem você.
(Silêncio, olhares.)
- Ei!
- Hum...
- Eu te amo.
(Ela levantou as sobrancelhas.)
- Isso eu nunca vou poder te negar.
- Teus olhos não deixariam, moleca.
- Fica.
- Aqui?
- Em mim.
- Já estou.
- A cama ainda nos espera.
- Não mais!
(Ele a puxou  pela cintura, caiu por cima dela e sob os lençóis brancos.)

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Da libertinagem à relatividade.

Digam-me vocês, pessoas aparentemente normais de nossa sociedade.
Digam-me com claridade e nitidez, o que é ser correto?
O que realmente é fazer o certo?
O que é o certo?
Queria saber quem determinou essa finalidade, esse padrão de ser.
O que é uma prostituta para ti?
Uma vadia, uma desmerecida, pecadora, indigna, perturbada.
Mas quem seriam vocês sem elas?
Digo isso, por que a partir delas, que vem esse conceito de virgindade, de pureza, de moças corretas.
Não existem argumentos que me comovam a dizer-lhes, que concordo com esse padrão de liberdade que impuseram.
Me retiro quando digo ''vocês''.
Me retiro, por que me recuso a fazer parte dessa linha de pensamento impulsionado pelo purismo hipócrita de toda essa lavagem cerebral.
E a bendita da liberdade? É algo relativo ao teu ver?
Já me intrometendo na minha própria pergunta, digo-lhes que a liberdade não pode se encaixar no fator da relatividade.
Espero que Albert Einstein me perdoe, mas não concordo que tudo seja relativo.
Ou se é livre ou não. Liberdade não é imposta, é conquistada.
"Não confundam liberdade com libertinagem."
(Suponho que saibam que essa frase foi utilizada a primeira vez pela burguesia após a Revolução Francesa.)
Nunca, mas nunca mesmo vivemos numa nação livre.
Dizermos é diferente de termos e fazermos.
O passado é sempre bom demais, quando já se passou.
Qual foi a melhor época da tua vida até agora?
Tenho quase certeza que dirá: A infância.
Hoje foi. E antes? No momento que querias brincar e não fazer o dever de casa, e teu pai te deixou de castigo por que chegaste em casa 1 hora após o determinado, você chorou de castigo no quarto.
Naquele momento sua infância não era a melhora época de sua vida, era?
Sempre quando passa, se torna melhor. Ontem lamentavas, hoje tu ri.
Então queridas pessoas normais, conceituais, espero que me respondam um dia.
Um dia, irão conseguir me responder o que é ser correto e liberto.
Libertem-se da libertinagem de suas cabeças.
Pensem, mas sem deixar de ser livre.

-
Texto inspirado em meu professor de Literatura: Tomaz Maciel.


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Lacuna de nós.

- Sentiu minha falta?
- Quando?
- Quando fui embora.
- Por que pergunta, se já sabes a resposta?
- Não sei não.
- Senti falta da falta que eu não tinha, quando estava ao teu lado.
- Não sei porque não demos certo.
- Não sei porque você foi embora.
- Ainda estou aqui.
- Mas não pra mim...
- Se você quiser.
- Só fale quando tiveres certeza.
- Ô menina... Sempre foste tão realista. Por que não se permite sonhar?
- Eu gosto de fatos, não gosto de imaginar.
- Talvez se pensasse mais um pouco, sentisse coisas que nem imagina.
- A falta ainda está aqui.
- Eu sou a falta?
- O que acha?
- Não quero mais achar...
- Isso nunca vai terminar.
- Isso o que?
- Nós. Essa loucura, essa mentira, esse medo, esse sentimento, esse vazio.
- Talvez. Mas não quero que termine.
- Queres para sempre ser a minha falta?
- Quero completar... Me deixa tentar?
- Não posso dizer que não.
- Isso é um sim?
- Suponho que sim.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sentir-se.


- Depois de ti, nunca mais fui normal.
- Nunca foste, afinal.
- Você piorou tudo.
- Amar é a maior loucura cometida entre nós.
- Acho que é a realidade que eu escolhi ter.
- Ser louco não significa não ser realista.
- É, acho que amo você.
- Acho que te escolhi, por que sabia que ia me amar.
- E tem como não?
- Não.
- Você se acha né?
- Ultimamente só me perco. 
- Por onde?
- Por você.
- Por que?
- Não pergunte o que nunca vai ter resposta. 
- Tão difícil assim?
- Já te disse, que amar é a maior loucura.
- Basta sentir não é?
- Sinto-te todo dia.
- Então, agora me respondeu.
- Era o que queria ouvir?
- Além do que queria. Sinto-te tanto quanto tu me sentes.
- Será assim até o dia que não formos mais insanos.
- Esse dia nunca chegará.



terça-feira, 1 de maio de 2012

Ah!/Almeja/Me beija.

Costumam dizer que é aos domingos que o coração se contrai, sentindo saudade e almejando carinho.
Eu costumo sentir isso todo dia. Especialmente à noite... Não sei se é meu modo estranho de reagir à escuridão ou se é apenas por que sou insana.
Não, não. Acho que sinto apenas o que queria sentir.
Eu queria. Queria, quero e ainda continuo querendo.
Querendo beijo no pescoço.
Beijo no nariz.
Pés enroscados.
Pele na pele.
Filmes na madrugada.
Brigas ciumentas.
Banho junto.
Dançar junto.
Sentir junto.

Sinto-me sozinha, sem poder sentir essa coisa toda. Toda essa agonia. Agonia de embrulhar o estômago.

Ah! O amar...

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Interrompidos.


- Por que desligou o telefone na minha cara?
- Por que me magoou?
- Você sempre volta para esse assunto...
- Você nunca me responde.
- Se eu te dissesse que fiz aquilo sem a pretensão de te machucar? Acreditaria?
- Sabe que não.
- Então, por que ainda pergunta? Se não vai acreditar nunca?
- Pare com perguntas.
- Olha quem fala...
- Viu? Já começamos tudo outra vez.
- Será sempre assim mesmo.
- Por isso desliguei na tua cara.
- Fácil resolver algo fugindo.
- Fácil é resolver algo mentindo.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

A cor.


- Já te disse que você é linda, hoje?
- Sou linda só hoje?
- Hahaha! Sua irônica.
- Pode dizer.
- O que?
- Que sou linda.
- Convencida... IIIH!
- Até parece...
- Sua linda!
Ela sorriu de lado. Corada.
- Tá faltando algo.
- Dizer que sou lindo também?
- Não...
(Silêncio)
- Dizer que... O sol está quente hoje?
Ela olhou para ele revirando os olhos, e suspirou.
- Ahh! Já sei, já sei...
Ela abriu um sorriso.
- Você tá querendo...
Ela deu um tapa na perna dele, e abriu a boca como se fosse xingá-lo.
Ele gargalhou.
Calma, sua boba!
- Vá à merda!
- Eu também amo você, meu amor.
Ela baixou a cabeça e sorriu.
- Você é mesmo um palhaço.
- E você adora ir ao coração desse palhaço fazer uma visitinha permanente né?
- De vez em quando.
- Antes esse palhaço aqui não tinha nada. Só aquele velho nariz vermelho opaco...
- E agora?
- Agora... Esse palhaço encontrou a cor para o nariz dele. Encontrou a risada que precisava.
- Como ele conseguiu isso?
- Eu que deveria te perguntar... Como conseguiu dar cor a minha vida?
Ela nem ousou em responder, só o beijou.
Ele sentiu a resposta.
Era simples.
A cor era amor.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Soneto do meu medo

O que está havendo com meus olhos?
Onde estão meus pensamentos?
Por onde deixei minha cara...

Cadê meus medos?
Estão por toda parte
Eu quero descansar, vem comigo?

Não sei o que sinto, por que sinto tanto...
Sinto tanto o tempo todo

Tenho medo da minha vontade
Não quero ir tão rápido

As luzes se apagam quando é hora de deitar
E ainda assim, enxergo o que não vejo quando ela está acesa.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

É só o que sinto.
E eu sinto tanto...

Queria Julieta.

Julieta era uma menina medrosa.
Ela era acima de tudo pretensiosa.
Não largava dos livros e dos bom-bons de chocolate.
Saia cedo demais, sempre rápido demais.
Julieta não queria ser esquecida, ela queria sentir e que sentissem de volta por ela.
Mas também nunca exitava em arriscar.
Não sei se antes ela arriscara demais, e tivesse se estribado nas próprias escolhas.
Talvez tenha sido isso né Julieta?
Julieta tem fome de amar.
Ela quer encontrar.
Sente o vazio do grande nada no seu peito, quando escuta uma música velha de amor e não consegue pensar em um Romeu.
Julieta chora à noite vez ou outra.
Queria tanto algum Romeu que dividisse uma barra de diamante negro com ela.
Queria ver um filme de 'chororô',  depois olhar para o lado e poder ver que o tal do Romeu estava alí, ainda.
Quando chove, Julieta se sente mais solitária do que o normal.
O normal?
Julieta queria um romance de cinema.
Pipoca, chocolate e cinema.
Ela queria estrelar um filme de amores achados.
Queria sentir o poder de quem está apaixonado.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Lapso.



- Cansei.
- Não consigo...
- ME DEIXA EM PAZ, CARALHO!
- Eu sou louco.
- Você fode minha cabeça.
- É por que a minha também está.
- Fica longe, por favor. Não sou teu fantoche.
- Eu tento...
- NÃO, VOCÊ SE QUER TEM COMPAIXÃO POR ALGUÉM, QUE NÃO SEJA VOCÊ MESMO! Seu ego está me sufocando.
- Estou perturbado com tudo isso, só queria te esquecer.
- Você nem ao menos pensa.
- Você não acredita em mim mesmo... Não adianta.
- Não tenho motivos, e sinceramente? Estou indo de vez.
- Não faz isso...
- De que adianta? Não quero alimentar tua vaidade de saber que estou aqui, eu corto essa.
- Mesmo que eu não fale, sempre vou pensar.
- Cala essa merda dessa tua boca.
- (Silêncio)
- Só... Finge que eu não existo.
- Fada.
- Poupe-me.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Décimo segundo mês do ano.

Sempre que recordo-me daquele dezembro sinto minhas pernas congelarem.
Lembro do teu olhar frio e distante. Das palavras árduas e sombrias que me disseste sem parar.
Sei que não foi por mal, sei também que teu intuito não era de me magoar.
As coisas fogem do controle quando nos decepcionamos.
Não sei se te dei motivos.
Também não quero mais saber.
Volto sempre para aquele mês.
Dezembro... O belo e malvado dezembro.
Foram 29 dias de ternura e calor, e 2 dias de frio e lamentações.
Te peço desculpas por não poder voltar.
Nem sei se devo pedir desculpa. Só estou aqui, por que ainda penso.
Não sei ao certo o que realmente houve naquele bendito mês.
Acho que só perdemos o que sempre dizíamos nunca abandonar..
E eu ainda amo.
Ainda amo tudo.
Ainda sinto.
Sinto muito.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Oh! Ah! Mar!


- Te agradeço, minha flor.
- Pelo quê? Corada.
- A paz.
- Nunca sei o que te responder, quando...
- Shiiiu! Não precisa. Só quero teu corpo aqui, juntinho do meu. Sorriu de lado.
-  Me deixo contigo... Sou tua, e sabes.
- Meus dias serão pra sempre assim, enquanto estiveres.
- Pretendo estar, e vou. Pôs a mão no rosto dele.
- Já te disse antes, que amo teu nariz não é?
- Sim, seu bobo. Risos.
- Amo tudo que faz parte de ti.
- Então... Você se ama, e muito.
- Amo amar minha parte em você.
- Vem cá, e deixa de conversa. Levantou a sobrancelha esquerda.
- Ah é?! Tem certeza... Não faz assim mocinha...
- Deixe de ser frouxo!
Gargalhadas a fundo, um sol quente na janela, o ventilador que nem fazia diferença... O lençol caíra no chão. Enquanto os dedos, mãos, pés, barrigas e lábios se enroscavam como se nunca quisessem parar. E não queriam, não deveriam. 
Aquele ardor era o perfume do sentimento.



domingo, 15 de abril de 2012

O vento leva... E só ele traz.


- Pensei que fosse o fim..
- O fim as vezes, não é nada mais que um recomeço, menina.
- Tenho medo.
- De viver?
- De reviver.
- Por que?
- Mágoas quando revividas, podem fazer mal ao coração.
- Momentos bons, quando revividos, nos fazem esquecer de vez essas mágoas.
- Tens razão..
- Então.. ainda tens medo?
- Não sei.
- Só vai saber, se arriscar.
- Posso me machucar.
- Não posso te garantir, de que não vais. Mas sei que és uma menina bem mais amadurecida.
- Tá, tudo bem.
- Não se deixe ao vento...
- Eu vou pra onde o vento te levar.
- Lá, é onde eu quero estar.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Antes sementes, depois flores.


- Oi, bom te ver.
- Sim, bastante.
- Como andas?
- Indo. E você? Conseguiu entrar na faculdade?
- Consegui sim.. Já faz um tempo.
- Fico feliz por você.
- E você... Conseguiu derrubar o muro?
- Que muro?
- Aquele que puseste entre você e o mundo, depois que nós...
- O que você acha?
- Olhando bem pra seu rosto agora... Acho que não. Mas também posso estar redondamente enganado. Mudamos tanto não é?
- É. E você costumava me conhecer.
- Você também.
- Mas ainda conhece, mesmo que nada. 3 anos ao lado de alguém é bastante tempo pra absorver a verdadeira essência.
- Então acertei?
- Nem eu sei, se ainda continuo construindo esse muro sob mim mesma.
- Espero que um dia derrubes, pois és linda demais pra querer se esconder atras disto.
Ela sorriu, sem graça.
- Você me fez feliz. Quando penso em você, abro um sorriso... Lembro dos momentos bons, dos dias de sol. A maioria deles foram assim.
- É... É uma pena que perdemos o que éramos, né?
- Era tudo mais fácil sim. Mas hoje sou outro homem... Sinto falta da inocência do sentimento.
- Eu também...
Ele levantou do banco, pois finalmente sua hora de descer do ônibus chegara.
- Foi realmente bom te ver, e conversar contigo, menina.
- É, foi sim. Foi ótimo.
- Se cuida, tá?
- Me cuido. Te cuida também, menino.
- Até mais.
- E-ei..
- Oi!
- Você ainda me faz muito bem.
- Você também. Foste a unica certa até hoje, obrigado.
Ela fechou os olhos, e deu um sorriso. Como se quisesse dizer: "Sinto o mesmo."
E ele sabia o que ela queria dizer.

Devaneio.


- Eu queria que você sentisse a minha falta.
- Você sabe que eu sinto..
- Não! Eu não sei. Eu nunca sei se você quer estar comigo.
- Deixe de lorotas.
- Você me complica.
- Você que complica.
- Viu só?
- Pare...
- Não entend..
- Sério. Pára, e dessa vez só escuta.
Ela assentiu.
-Eu quero você, quero todas as tuas loucuras e complicações. Quero tardes de chuva ao teu lado, mesmo que só estejamos brigando. Eu quero te querer...
- Está falando sério?
- Fica calada...
- Mas..
- Eu amo você.
Ela sorriu de lado.
- Esse é o momento que você responde.
- O que quer escutar?
- Só a verdade.
- Você é um palhaço!
Ele levantou a sobrancelha em tom de ameaça.
- Não me ameace com esse olhar.
- Você não sabe mentir, nunca soube.
Estava corada.
- Hum..
- Então?
- Ainda quer ouvir?
- Eu... AMO VOCÊ! E amo mesmo, muito, bastante, demasiadamente... Talvez esse seja o problema.
- Por que?
- Por que... Amor é uma coisa abstrata, complicada. E sentir isso demais é perigoso. A gente nunca sabe o que pode acontecer.
- É por isso que é especial.
- Deve ser..
- Quero viver essa complicação com você. Esse perigo, essa incerteza. Quero me aventurar contigo. 
- Já começamos faz tempo.
- E isso é particularmente belo.

You don't know me. You don't even care.

E eu gostei de ti sim.. Não te amei por que não permitistes que eu o fizesse.
Me magoaste, abriu uma ferida que tratei de cuidar rapidamente.
Se fosse antes talvez ainda estivesse aberta. Pena que me conhecestes agora..
Se o teu plano era de me devastar, falhaste.
Feridas as vezes, tornam-se cicatrizes. Estas, levamos pela vida toda.
E sim... Você é uma cicatriz minha. Mas não se preocupe, não dói.
Só.. Incomoda momentaneamente, sabe?
Mas também não caiu na sua. Ou tento não cair.
Sabe que tem poder sobre mim, mesmo que mínimo.. É como um ímã.
A raiva passou no mesmo momento em que senti. Evaporou no ar.
Sou protegida pelos meus medos..
Desde muito tempo uso essa capa. Ela me atrapalha em vários momentos, mas também me mantém firme quando deparo-me com momentos como os teus.
Você é lindo, e sabe.
Eu sei também.
Por isso prefiro a distância.
Sei que sabes que tem efeito em mim.
Só não sabes que sou mais forte do que teu ego.
Me deparei com tantos de ti, nessa longa estrada que já percorri.

O Hobbit.


- Lembrei de ti, ontem.
- O que?
- Em como a gente ria junto.
- No teu jeito insuportável de ser.
- E na tua cara de imbecil.
- É, nos divertimos muito juntos. Apesar do pouco tempo..
- Talvez...
- (Silêncio)
- Me sinto mal.
- Por que?
- Por tudo.
- Tudo bem, eu nem sinto mais.
- Sentiu algum momento?
- Eu que deveria te perguntar.
- O que achas?
- Acho que me enganou.
- (Silêncio)
- Não sei o que você vai me responder... Mas também não quero saber.
- Você está feliz agora?
- Eu nem te respondi se gostei de ti.
- Você não me responde nada mesmo.
- Só sorria, você fica lindo quando sorri.
- Gosto muito de você.
- Ambos.
- Mas ainda me sinto mal.
- Você parece feliz, na verdade.
- E estou.
- Sabia, que não te suporto na maioria das vezes né?
- Sei... Por isso ainda te importuno com minhas perguntas.
- Tenho raiva de mim por ainda respondê-las.
- Você nunca responde.
- Nem sei quem você é. Nunca soube.
- Eu tentei.
- Não... Você usou. Mas não és ruim.
- Que imagem tens de mim?
- Já te disse que não sei quem tu és. E o tempo de tentar descobrir já se foi.. Você mesmo fez questão de interromper.
- Não foi minha intenção te magoar.
- Teu ego é tão alto, que nem enxergaste a mim naquela época.
- Nunca pude saber se gostavas de mim, também.
- Faça-me o favor de não usar esse tipo de argumento. Acho que nossa conversa termina aqui.
- Gosto de conversar com você.
- Eu não sei se gosto, mas odeio não sentir ódio de você.
- Não sou ruim assim.
- Você é apenas um hobbit de merda!
- Olha aí, você descobriu o que eu sou.

domingo, 8 de abril de 2012

Chei-rar.


- O que você está fazendo aqui outra vez, Melina?
- Só.. Senti falta de sentir teu cheiro.
(Ela olhou ele nos olhos com fervência)
- Não sei por que ainda insistes nisso...
- É simples.
(Ele queria falar, mas preferiu só acender um cigarro)
- Me dá um?
- Cigarro?
- É, e o que mais seria?
(Ele deu)
- Você vai ficar calado?
- E o que quer que eu fale?
(Tragou com toda força)
- Acho que seu cheiro não é mais o mesmo.
- Por que?
- Está azedo.
- É o cigarro.
- Não não... É você mesmo.
- E qual costumava ser o meu cheiro?
- Cheiro de tardes chuvosas, com um pouco de grama por cima. Sempre que te abraçava, teu cheiro ficava no meu casaco.
(Ele só tragava, ainda calado)
- O cigarro nunca foi o problema.
- O problema sempre fomos nós.
- É.
- Quer outro cigarro?
- Não.
- Então acho que já vou.
- Boa sorte.
- Com o que?
(Ele jogou a bituca de cigarro no chão, pisando nela)
- Com seu cheiro azedo.
- Ele me faz feliz.
- E já não me faz mais.. Acho que precisava disso para ter certeza.
- Desculpe.
- Não, não se desculpe! Os cheiros mudam, assim como as estações e sentimentos.
(Ele sorriu)
- Espero que encontre outro olfato por aí. Um olfato que te ame, tanto quanto o meu te amou.
- Cheiros são sempre lembranças.
- Eu bem sei.
(Ela piscou pra ele, como se quisesse avisar que estava tudo bem)

E ela pensou enquanto ele ia: - ''É, o cheiro não é mais o mesmo. O sentimento também não.. Mas as memórias parecem parar no tempo. Ainda posso sentir o cheiro do seus olhos quando dizia que me amava.''

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Parece infinito quando ainda dura...

Tão longe, tão perto.


Passei várias das minhas longas tardes pensando nela. No modo como ela abria a bolsa, apressada, procurando por alguma coisa que ela nem sabia o que era. Reparando nos olhos, tentando entender de onde vinha aquele olhar tão independente... Nunca ousei falar com ela, acho que mais por medo do que por vergonha. No final das contas, aquele olhar... Ele me afastava dela. Tão longe, tão perto.
Tenho quase certeza que ela nunca me reparou sentado naquele banco do parque. Assim como tenho certeza que mesmo que tivesse me visto, não teria me enxergado. 
Até hoje me pergunto se deveria ter derramado um copo de suco no vestido dela, só pra ela me xingar.
Pelo menos teria me visto.
Desde que a venho reparado na praça, meus pensamentos sobre mim mesmo mudaram. Não me sinto mais tão vazio. E isso tudo é absurdamente estranho, por que ela não sabe nem ao menos que existo. Devo me atrever?
Tenho a inconsistência de nunca saber de nada, mas quando se trata dela, parece piorar...
Nem ao menos sei o seu nome.
Mas acho que isso alimenta o meu querer.
Ela tem rosto de Cecília, e alma de Manoela. Talvez nenhum desses... Talvez só Maria.
E eu? Eu apenas eu mesmo, apenas o cara do banco, que ela nunca se quer relançou o olhar. Ah... O olhar!
Ela chegou! Ela está aqui! Ela está na minha frente! Está vindo em minha direção!
Não.. Não pode ser.. Ela sentou-se ao meu lado.
O que faço? Não parei de escrever ainda, ela vai pensar que sou um nerd sem precedentes... Droga!
- Você nunca cansa de anotações?
Ele pensou: Ela está mesmo falando comigo? Meu coração está em pane. Fale.. Seu idiota, FALE!
(Gaguejando)
- E-Eu? Bo-boa tarde. Só.. Estou aqui, tentando escrever algo bom.
- Eu sempre o vejo aqui, sentado nessa mesma posição, com esses mesmos livros. E sempre rabiscando.
Ele pensou: Ela me viu? Só pode estar mentindo.
- Já me viu aqui antes?
- Se eu estou falando, é por que vi.
- Ah.. Desculpe, pensei que nunca havia reparado.. Eu que sempre a vejo por aqui, sempre muito apressada.
- É, a vida é rápida, e nos requer habilidades. Nem sempre tenho as que preciso, mas tento.
- Você é muito bonita. Se me permite lhe elogiar.
- Permitir eu não permito, mas já que o fez. Obrigada.
Ele pensou: Não posso acreditar que estou falando com ela.
Ele só sorriu.
- No que está pensando? Aliás, posso ver o que escreveu?
 - Estou pensando, que não deveria mais pensar em nada.
- Posso ler?
- Os meus rabiscos?
- É.
- Pode.
E ela leu. Fazia umas expressões de sarcasmo enquanto lia.
- Quem é essa vadia?
Ele se espantou, mas riu. 
- Você.
- Eu? 
Abriu a boca em tom de risada.
- É.. Mas, não quis dizer que era vadia..
- Hum.. É?
- Sim.
- Escreveu sobre mim mesmo?
Ele fez que sim com a cabeça.
Ela gargalhou.
- Você repara bem.
- Você também, mas pensei que não.
- Você anda pensando muito e fazendo nada. E a propósito meu nome é Lúcia.
- Seu nome... Eu.. Estou tentando não pensar em nada agora.
- Mas está.
- Adivinhe!
- ''Será que devo beija-la? Ou será que ela vai me bater?''
Ele corou e sorriu de lado.
-Errei?
- Mais ou menos...
- Então o que pensavas?
- Que você é estupidamente linda!
Ela abaixou a cabeça. Ele levantou-a com a mão direita.
- Seus olhos...
Ela levantou a sobrancelha esquerda.
- São.. São.. Tão.. Ameaçadores.
- Não tenha medo. São só pálpebras.
Ele contraiu a boca.
- Estou tentando.
- Não tente, não pense... Faça! A vida é curta demais pra apenas pensar sem agir.
- Você tem sempre pressa.. Mas é isso que te deixa linda.
Ela sorriu.
Ele a beijou devagar... Bem devagar.
Ela pensava que aquilo já deveria ter acontecido. Ela deveria ter sentado naquele banco antes, bem antes.
E ele só pensava que não queria mais pensar. Queria estar.


domingo, 1 de abril de 2012

Suficientemente.


- Por que acha que devemos ficar juntos?
- Por que até hoje, os motivos que me destes pra te esquecer, ou desistir de ti nunca foram suficientes.
- Tenho medo dessa coisa...
- Amor?
- Tenho medo de como me lê, também.
- Não tenha, é tão simples.
- Me dá calafrios.
- Só quero te mimar, te deixar aquecida nas noites de inverno, assistir um filme, comer pipoca com leite condensado, roçar meus pés nos teus... Eu só quero estar.
- Comigo?
- Conosco. Quero estar com você. Estando com você estou comigo.
- És doçura em pessoa...
- Amo quando fala assim.
(Ela abaixou o olhar.)
- Não abaixa esse olhar..
- Só não sei se sou suficiente pra ti...
- Teu nome.
- Meu nome?
- É, o teu nome me soa lindo.
- Mas..
- Não existe mais... Eu só quero te beijar agora.
- Eu amo você.
- Viu? Isso basta.
- Mas eu posso estar mentindo.
- Eu sei que não está, você ainda está de olhar baixo.
- E?
- E quando você mente, você tenta me olhar nos olhos, bem fundo pra tentar me fazer acreditar.
- Bobo.
- Linda.
- Me beije.
- Tudo que você quiser.
(Beijos.)
(Ela ainda calada.)
- Por favor, não tenha medo.
- De amar?
- De tudo que ache que não é suficiente.Só pela maneira como meche nesse casaco agora, já é o suficiente pra mim.
- O suficiente é estar sem palavras.
- Quem ama, nunca vai poder explicar.

Memórias de sentir.


- Lembra quando você costumava se importar?
- Lembro.
- Era tudo tão mais fácil nessa época...
- Acha?
- Até seu sorriso era diferente.
- (Silêncio)
- Mas.. Ainda te amo tanto..
- Eu também.
- 'Eu também' não é eu te amo. Assim como um pato não é uma galinha.
- Desculpe... Eu.. Estou tão cansado.
- Eu também.
- É diferente.
- É, você tem razão. A diferença é que eu não sei como me livrar disso.
- Sinto muito..
- Não, você não sente nada.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Nuvem/Chuva.


- Essa chuva está me matando.
- Seu silêncio também me mata, e nunca morri.
- O que quer dizer com isso?
- Deixe de frescura com essa chuva, e assuma seus erros!
- Mas..
- Xiu.. Silêncio!
- ...
- Viu? Ainda estou aqui.
- Não te entendo.
- E sempre vou estar, por que sou idiota o bastante.
- A chuva ainda não parou...
- Nem você.
- ...
- Sempre será frio como as gotas que me tocam agora. E é exatamente por isso que vou ser sempre doente ao teu lado.
- Então só.. Vá.
- Sou nuvem.
- ...
- Aonde que chove sem nuvem?
- Não conheço ainda.
- Então, assim que é. Só deixe chover...

quinta-feira, 29 de março de 2012

Do tipo, dos 100 tipos.

Sabe quando bate aquela angustia?
Não?
Então você não sabe como é ter seu coração contraído.
Parece que vai sangrando dentro de você... E o sangue se transforma em lágrimas.
Nem sei de onde vem essa angustia que bate, que esmaga, e arrasa... Talvez se eu soubesse, não saberia.
A cada instante da minha vida, eu tento ter força, lutar pra não me deixar levar.
Sou do tipo, dos sem tipo. Dos sem rumo, dos sem medo... Ah não.. Eu tenho medo!
Eu tenho medo de não ter medo!
Eu tenho medo de não poder concluir...
De não ser o suficiente pra mim mesma.
O que vem afinal?
O que vai?
Pra onde?
Essa é uma pergunta, que se tivesse resposta absoluta, não faríamos de nós seres errantes e humanos.

quarta-feira, 21 de março de 2012

O afago de um beijo.


- Volta aqui!
(A puxando pelo braço esquerdo.)
- O que você quer agora?
(Olhar ameaçador.)
- Seja sincera comigo.
(Sobrancelhas levantadas.)
- EU NÃO QUERO MAIS!
(Gritando.)
- Grite mais alto.
(Em tom severo.)
- EU NÃO QUER...
(Puxada pelo braço, ele a beijou.)
- Ainda não quer?
(Sorriso de lado.)
- NÃO!
- Tem certeza? Você parecia gostar...
- Nunca gostei.
- Você é mestre na mentira.
- Sou.
- E ainda assume.
- E você é mestre na insistência de algo que não vai acontecer.
- Se realmente não fosse acontecer, por que deixou eu te beijar agora?
(Sorriso.)
- Você.. Não.. Me.. Deixou.. Outra.. Opção.
(Gaguejando.)
- Não fique nervosa.
(Risos.)
(Ele ainda a segurava pelo braço.)
- Só... Pode tirar suas mãos de mim?
- Somente?
- O suficiente.
(Ele soltou-a.)
- Pronto.
- Agora já posso ir.
- Vá.
(Ele contraiu a boca.)
(Ela arregalou os olhos.)
- Como é que é?
- Oi?
- Você só pode ser LOUCO!
(Corada de raiva)
- Preciso rir.. Só um instante.
(Gargalhadas ecoavam, enquanto ela estava séria como nunca.)
- Já deu pra mim. E a propósito.. Você tem mau hálito.
- Anh?
- É isso mesmo.
(Debochada.)
(Ela já havia dado as costas.)
- Volte aqui, mocinha.
(Ela olhou pra ele com cara de nojo.)
- Me chamou de que?
- Pare com essa cena de menina difícil, sei que gostou do meu mau hálito.
- Nem vou responder.
- Sei que não quer falar.
- Ainda bem que você se tocou!
(Ele a puxou pelo braço e desta vez ela só ficou olhando nos olhos dele.)
- Deixa eu te mostrar como é melhor ficar calada.

E ele a beijou, de um jeito tão forte e doce ao mesmo tempo.
Ficaram ali por um bom tempo... Entre tapas e algumas mordidas, tentavam se entender, mas o beijo era o ápice.

- Viu? eu sabia que você não queria ir embora...
- Nunca mais, NUNCA MAIS, diga: ''vá''. Quando eu disser que estou indo embora...
- E eu sou o louco..
- Falo sério. Mesmo te odiando com todo meu coração, não quero que me deixe ir.
- E quem disse que eu vou te deixar em paz?
(Falou olhando bem nos olhos dela, e puxando-a pela cintura.)
- Só espero. Não aguento mais falar.
- Vou resolver isso agora.

Beijos, beijos, beijos, beijos.
Eles sempre resolvem tudo, afinal de contas.