terça-feira, 31 de maio de 2011

Tô fazendo tudo errado. Escrevendo versos de trás pra frente.. Em latim

Ironia mordaz

''Sou tão sarcástica, que meu sarcasmo me dá alergia. Para falar a verdade.. Não sou sarcástica sabe? Só sou meiga. Bem meiga. Pra caralho.''

domingo, 29 de maio de 2011

Deixo tudo assim.

Cortar tudo que não convém da sua vida, custa caro.
Custa mais que um vestido numa loja.
Custa seu conceito. Custa seu orgulho.
Mas se não convém, automaticamente não faz bem, não é?
E quem disse que precisa ser dentro dos flagelos da sociedade?
Tudo o que não presta sempre me fez bem. Todos sabem disso.
Querendo cortar o que não convém, o que faz mal fazendo bem.

Estratificação dentro de mim.
Quero esfaquiar meus horizontes, e tranformá-los em pedacinhos que não satisfazem mais meus desejos internos.
Mas como esfaquiar a si mesmo, sem sangrar até morrer?
Não posso desperdiçar meu alimento, por vontades novas.
O perigo disso tudo, sou eu mesma.
Meu medo, é de mim.
Nenhum doutor pode me diagnosticar.
Ninguém pode me curar de mim mesma.
É difícil, cortar as veias. Cortas as veias do que não convém.

sábado, 28 de maio de 2011

Esquisita necessidade de decepção.

Estou com nojo. Estou realmente com ojeriza de toda essa situação.
Me sinto iludida diante disso. Me sinto violentada.
Chocada e sem saber o que pensar.
As pessoas nos surpreendem de uma maneira, que as vezes ficamos perplexos e sem ação.
É das pessoas, que  menos esperamos que vem a apunhalada nas costas.
Pode parecer que estou escrevendo por experiência de algum momento ruim.
Mas muito pelo contrário, estou aqui escrevendo essas palavras desorganizadas por algo que nem foi feito comigo.
Mas não quer dizer que não me afetou.
Ainda esperei muito de algumas pessoas. Sentia que valia a pena esperar. E agora?
Agora, me bate um desgosto e um nojo sem tamanho.
Se já haviam motivos, agora todos eles estão acima da qualidade.
Me dá medo. Medo por não conseguir mais acreditar em quase ninguém.
Frustração. Essa é a palavra certa para esse momento em que me encontro.
É difícil sim, deixar de acreditar em alguém. É doloroso sentir que as pessoas podem mudar de uma maneira tão drástica e radical. E que infelizmente nem sempre dá pra acompanhar esse ritmo.
Estou realmente frustrada. Mas acho que também estou aliviada.
Aliviada, de saber quem são essas pessoas sem escrúpulos.
O que resta, é acreditar no que percebi, e aceitar que existem pessoas dessa qualidade, mesmo sendo alguém tão próximo, alguém tão querido.
Nunca é tarde para se decepcionar com alguém. Mas também nunca é tarde para aprender que confiança é algo de ouro. Algo raro, que não encontramos no mercadinho da esquina.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Adverso.


Jaqueta cinza, cabelo desajeitado, barba mal feita.
Vestido rendado, cabelo loiro e liso, maquiagem impecável.
Palavrões, cigarro e fones de ouvido.
Perfume exagerado, unhas pintadas, boca inquieta.
Olhos na mesma direção.
Mãos na mesma sintonia.

Bota preta e suja.
Sandália de salto.
Vocabulário xulo.
Palavras meigas e organizadas.

Sobram diferenças.
Faltam vontades de não quererem um ao outro.

O cheiro do cigarro chegou até os cabelos loiros.
Se incomodou. Mas não quis sair dali.
A presença era mais forte que o cheiro.

A maquiagem assustou um pouco a jaqueta.
Mas a jaqueta não se importaria em ser manchada.

Que jaqueta se importaria, em amar um vestido de rendas?



domingo, 22 de maio de 2011

Quão vão é esse frívolo.

Estranho e vazio a maneira como as coisas mudam.. é como se fossem lacunas preenchidas por quadros sem cor!

sábado, 21 de maio de 2011

Intra-celular

Olhando para as estrelas, posso ver o mar
Dentro do mar, ver uma onda de café
Café amargo, sem açúcar
Posso ver além do café..
Vejo a amargura do obscuro dentro da xícara de sal
Do mar de sal, da estrela de luz
O amargo, por falta de algumas colheres de açúcar
O amargo por falta de (pre)enchimento
Vejo a xícara quebrar no mar
Misturou-se com o azul
Agora não é só obscuro, é multicor
As gotas estão caindo
Estão transbordando das estrelas que vi
As gotas chegam até mim
Me molham, e eu só fechei os olhos...
As deixei penetrar meus poros.
Borbulharem, borbulharem!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Trejeitos


Quem foi que ousou dizer que há sorriso mais lindo que o seu?
Que louco pôde exclamar isso?
Não consegue existir barrocas mais bem furadas que as suas
Não tem como haver dedos dos pés, mais redondos que os seus
Garanto que ninguém nunca lambe os dedos quando está acanhado
Só você.
E o que dizer de quando você gargalha
Soltando essa risada eloquente
Sem reger o mesmo de qualquer um
Só por sorrir mesmo
Só por me cativar, a cada vez que pisca os olhos.
Sou apaixonado pelos seus trejeitos, quadrijeitos, quinquajeitos...
Qualquer jeito.
De qualquer modo, você me têm.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Contradizendo a politicação

Captado pelo radar social, voltamos à idade média
Será por falta de contundência?
Faltou foi estereótipo?
Associações de ignorância.
Apocalipse é isso.
Segregação social, por debaixo de nossos olhos.
Será a falta de colírio?
Enxergar a carência humanitária é pra poucos.
Só para os loucos.
Alienação, bipolarização, politicação?
Soa estranho.
Politicar soa estranho.
Político é estranho.
Mas política é arte. A arte de governar.
A falta de arte é a contudência em questão.
Às vezes parece que vergonha é só um nome pejorativo que a sociedade deu para diversão.

Intexto


Esquentou a sala, ao entrar com seu andar tão desconcertado
Jantou meus olhos quando abriu a boca
Senti esvair minha lucidez
Alucinada pelo seu trejeito, permaneci fitada naquela bota preta e suja.

Chegou tão perto dessa vez
Que nem pude tragar meu cigarro
De propósito fingi um espirro
Ele virou os olhos para mim.
Eu sabia.
Ele não.
Mas agora ele sabia.
Só não constatou o fingimento.
Mas como constatar o que não existe?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

As nimbus se foram




Estou sentada nas nuvens
Ao lado seu
Fazemos bolas de sabão, sorridentes
O sol esquentando nossas mãos
Vemos o mundo daqui de cima
O que sobrou do céu foi o nosso amor
Os nosso dentes nunca foram tão brancos como agora
Nossa vontade nunca foi tão aguçada como agora
Nosso amor nunca foi tão forte como um dia.
E o que me resta é essa nuvem, é você
Nossos abraços, apreço gigantesco
Nossa certeza, olhos brilhando
Você é minha nuvem.
Sou seu sol.
Nunca vou deixar de habitar seu céu.

domingo, 15 de maio de 2011

Amargas as ridas

Margaridas de campo
Margaridas que nascem na estrada
Margaridas que flutuam nos pensamentos alheios
São só as margaridas
São só as varreduras de um desejo
Escoando perfume de margaridas por toda parte
Pétalas voam, amareladas
Amareladas pelo sol
Perfumadas pelo olhar alheio
Margaridas, são só margaridas
Nada mais que flores.

sábado, 14 de maio de 2011

Caldo

Fugitiva
Amedrontada e fora do eixo
Isso era como costumava ser.
Junto do olhar das nuvens cinzas
Cinzas da cor do seu coração
Também foi leve
Foi um dia
Um dia amou
Ainda ama
Mas não consegue extrair todo o caldo desse amor
Que não é cinza
É vermelho
Não de sangue, ela acha que é de sangue, mas é de fogo.
Põe essa dor pra fora, põe essa desprezível necessidade de acanhar as letras que não ficam quietas
Nervosa pelas letras, pelas manias
E pela maneira que cultivou a si mesma
Fraca. Fascinante e Ferida.
Falta mais?
Ele já está aqui. O que fazes aqui?
Me pergunto o que eu mesma faço aqui?
Deveria estar alí, extraindo o caldo vermelho das letras
Parei de escapar.
Escapar, o capacho da sensatez.
Deixe-a se libertar, como o cisne negro no lago.
Escuro, o lago é escuro. Mas a alma não.


terça-feira, 10 de maio de 2011

Negando e se entregando.


''Junte-se à mim.'' Disse ele com os olhos brilhando.
"Faça uma massagem em meus pés." Disse ela em tom áspero.
"Abra seu sorriso" Singelo.
"Me dê um único motivo" Amena.
"Amo você" Medroso.
"Só?" Autoritária.
"Não é o bastante?" Triste.
"É sim, mas é o suficiente pra me juntar à você?" Insegura.
"Amor não é o suficiente, tudo bem. Eu por inteiro adianta?" Cabeça baixa.
"Ah.. Mas assim não vale..." Sorriso eloquente.
"Só por que você não admite que me ama, não significa que eu vou deixar você fazer isso." Sorriso de lado.
"Você não tem jeito... Você é mesmo um.." Mãos frias.
"Um..? Você não tem coragem de falar até o fim. Por que sabe que me ama." Mordendo os lábios de ansiedade.
Ela levantou e foi até ele. É, ela foi.
Ele a olhava com os olhos mais verdes possíveis. Sentindo que poderia deixar de ser o cara mais azarado do mundo em segundos.
"As vezes as pessoas só costumam fazer merda com as outras, por que sabem que são amadas. Ainda quer me amar?" Levantou uma das sobrancelhas, em tom ameaçador.
"E você acha mesmo, que não sei disso? Não precisa falar na 3ª pessoa. Já sei que está indagando sobre você mesma." Sorrindo. Só. Continuou:
"E não, eu não vou desistir, só por que você levantou essa sobrancelha em tom de ameça para mim."
"Ah! Você merece muita merda mesmo." Rugas.
"É por isso que amo você." Franziu a testa.
"E é por isso que eu não canso de fingir que não te amo." Mordeu o lábio, sorrindo.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Abc no imperativo.

Calma.
Mantenha a alma.
Sonhe com as nuvens
E não esqueça que elas são instáveis
Crie imagens
Atualize as imagens
Não vivereis de memórias postas
Leia as linhas dos versos mais inatingíveis
Conte o alfabeto, como se contasse ao seu amado que o ama
Ame o alfabeto como se amasse aquele que não te ama e não merece
Sonhe com o alfabeto também
Aproveite e diga para o alfabeto o quanto você se indigna com a ausência que ele causou
Não esqueça de dizer que não pode mais ler todas as letras dele,
Pois já sabes de cor e agora queres aprender outras letras.
E as novas nuvens irão criar a calma.
Acalmou?

Cafeína

Lá vou eu outra vez
Perdida na imensidão da dor
Juntando as folhas que se dizem minhas lágrimas
Aparentando solidão
Aparentei escuridão
Jantei café
Café preto, com gosto de saudade
Lambi os beiços à procura da nostalgia
Movi os olhos em direção ao vento
Vento que não tem cor, que não me deixa sorrir
Abro meus braços em sinal de indignação
Mas outra vez me vêm o gole do café
Gole que ardeu, mas não queimou.
O café acabou
Meu último gole foi este
Amargo e seco.

Achei que cansei

Cansei da velha maneira de achar tudo.
Dos seus achismos
Da boca que fala sem pudor
Das opiniões que ferem
E da falta de coragem
Cansei da falta de respeito

Cansei da falta de você
Cansei de você
Mais lamentável ainda, cansei de mim.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Recado do meu eu-lírico.


Confesso que estive com raiva. Estive com muita raiva de você.
Senti vontade de nunca ter te conhecido, de nunca ter feito o que fiz com você e por você.
Imaginei porque tive que sentir toda essa dor novamente.
Percebi, que mesmo que não tivesse sentido nada do que senti esses dias, depois do que aconteceu.. Tudo seria o mesmo. Pois eu amo você. E vai ser assim, até eu conseguir olhar pra você e não sentir minha barriga embrulhar. Até te ver online e não mudar meu comportamento.
Não ficar nervosa por saber que você sabe que me importo. Mesmo eu negando até minha morte o contrário. Pois modéstia parte sempre fui uma ótima atriz.
E quando esse dia chegar eu poderei dizer que não te amo mais.
Confesso mais uma vez, que não queria que esse dia chegasse. Pois apesar de todo infortúnio, é
com você que quero passar os meus míseros dias.
Sim, é você que eu desejo, desejei e desejarei.
Conformei-me com essa hipótese que meu coração tanto quis me fazer entender.
Já aceitei. Aguardo com destreza o momento certo de esquecer.
Que eu mesma tenha força pra carregar essa incerteza. E vou.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Enxugo e esqueço, pois amo.




Ele viu, o que ela fazia.
Ela fazia, e nem se importava com quem via.
Ele foi até ela.
Ela começou a chorar.
Ele a abraçou. Somente.
Não se falaram, só continuaram se abraçando, e respirando.
Ele pegou na mão dela. Ela com a cabeça baixa.
As lágrimas caíam.
Ele segurou agora com mais força as mãos frias.
Ela levantou o rosto.
Ele espremeu os lábios como se quisesse chorar.
Ela colocou uma das mãos em seu rosto.
Fechou os olhos, e disse:
-''Quantas vezes vamos nos machucar assim?"
Ele via a feição de lamento em que ela se encontrava.
E disse:
-"Abra os olhos.''
Ela não queria. As lágrimas pareciam tomar conta do rosto dela. Mas abriu.
Ele estava agora com um lenço nas mãos.
Ela não entendeu.
-''O que isso quer dizer?''
Ele sorriu. Pegou o lenço e pôs na mão dela.
-''Quer dizer, que depois de tanto sangue entre nós, precisamos apenas nos limpar, fechar essa ferida. E deixar que cuidemos um do outro, como só nós sabemos fazer."
Ela olhava para aquele lenço em mãos e não sabia o que dizer.
Então ela o abraçou com tanta força que perderam o ar.
Ele olhou para ela, apreensivo.
Ela passou o lenço sobre o rosto dele e disse:
-''Sei que tenho o poder de te fazer sangrar, mas sei ainda mais, que só eu tenho o poder de curar. Então por favor, não pense que em momento algum eu não pensei em você. Ou que a ferida que deixei em você, vai se propagar. Por que eu não iria deixar, eu não vou te deixar.''
Ele ainda estava de olhos fechados. Tentando não errar dessa vez, por que agora era fatal.
Muita dor, muito sangue já havia sido jorrado.
Então ele abriu os olhos, e a encontrou com lágrimas nos olhos, com um sorriso enorme. E esperando um beijo. Ele sabia que ela só queria isso.
Um toque e fim.
Tudo parecia ter se esvaído.
Mas é assim, quando se ama.
Quanto maior a tempestade, parece que maior é o esquecimento, quando tem-se o desejado outra vez.

domingo, 1 de maio de 2011

Vermelho de sangue. Sangue de amor.

Estou pisando em mim mesma.
Estive alternada sobre minhas próprias decisões.
Não consigo engolir minha saliva, por que meu sangue está pulsando pra fora do meu coração como se quisesse me espancar por dentro.
E o resultado são essas lágrimas sem precedentes.
Mas me bato mesmo. Me espanco por dentro, pois mereço.
Mereço muito mais do que ser espancada por mim mesma.
Meu sangue ainda não se esvaiu...
Me leve pra fora de mim... Me tire do meu eu.
Jogue todo esse martírio, longe das minhas veias.
Só quero admitir que não amo.
Só queria admitir que não preciso dele pra pulsar.
Sei pulsar sem sangue.
Sangue só trás mais sangue
E se eu não fosse tão tola, teria suportado toda aquela força que vem de não sei onde.
Mas já que fui, que eu sangre até cair.
Nada mais justo, que um mar vermelho de dor.
Consengui o que eu queria?
Se eu mesma me pergunto, onde vou parar?
Espalhada pelo chão.
Fingindo não sangrar. Fingindo não precisar. Fingindo não se acomodar.
Só fingindo.
Fingindo ser sangue, quando na verdade é amor.