sexta-feira, 25 de abril de 2014

Primavera.

Depois de tudo que vivi e vi nessa vida, cheguei a um ponto em que pensei que não ia conseguir mais desabrochar meu sentimento por nada e nem por ninguém. Me vi perdida, sem rumo, sem pétalas.
A escuridão tomou conta dos meus outonos e o inverno virou a estação certa para todos os dias do ano.
É difícil abrir os olhos e entender porquê certas coisas acontecem na tua vida. E não, não foi diferente comigo.
Nunca soube lidar com perdas e todo mundo sabe. Nunca soube aceitar coisas com facilidade, e aprendi isso da maneira mais difícil de todas. Perdendo alguém que eu ''supostamente amava''.
Mas, consegui entender, finalmente, que nessa danada dessa vida nada, NADA é por acaso. TUDO tem uma ligação cósmica. E esse tudo, inclui a mim também.
Encontrar alguém é como fingir pra si mesmo que tudo vai acabar bem, e que novas primaveras podem sim voltar a frequentar as estações dos seus novos anos.
Como nunca fui alguém fácil, nunca entendi as coisas de imediato, minha impaciência toma conta dos meus dias e me dilacera por dentro. Essa tal de impaciência foi adormecendo com a chegada de uma primavera que eu não imaginava que estava prestes a chegar.
Sabe aquele cheiro de pétalas de rosas que vem vindo de longe, e você não consegue identificar se é mesmo rosas, ou é só um perfume de alguém aleatório no metrô? Pronto.
Eu senti o cheiro das rosas de longe. Neguei no começo. (Algo totalmente previsível tratando-se de mim) Neguei, mas neguei aceitando. Deixando entrar. Deixando encantar.
A primavera veio devagar, com cheiro de tulipas e calminha, sem medo, sem pretensões, sem nada planejado. Talvez tenha sido mesmo a maneira como ela chegou na minha vida de novo, que pude deixá-la tomar conta do meu olfato.
Nunca gostei muito de flores, mas a primavera me apresentou as mais bonitas que pude um dia sonhar em ver.