terça-feira, 31 de janeiro de 2012

- Ontem você parecia tão apaixonada...
- Ontem não é hoje, assim como amanhã não é agora. Amor não é paixão.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Game over.


- Por que você sempre faz esse joguinho?
- Você sabe que eu sempre fui assim.
- É, e esse é o meu erro.
- Qual?
- Você.
- Eu?
- É, você... Você é o meu maior erro.
- Então o que você ainda faz aqui, do meu lado?
- Não sei... Se eu soubesse eu não estaria aqui, assim como se eu soubesse se Deus existe.
- Você e suas comparações...
- Você e seus jogos.
- Se não gostasse, não estava aqui.
- Me arrasta pelo tabuleiro, sem nem mesmo rodar o dado.
- Comparações estupendas.
- O amor é assim.
- Ahn?
- Assim, sem explicação, um jogo que a gente nunca sabe se vai sair ganhando no final, e se ganha... Ainda assim perde. Amar nos torna tolos de nós mesmos.
- Então tanto você quanto eu, somos tolos.
- A sua hora de jogar passou, acho que o único tolo aqui é você.
- Tá indo embora?
- Tô fazendo o que eu já deveria ter feito desde a primeira rodada deste jogo, em que você sempre ganhou.
- Tem certeza?
- Não, nunca vou ter.
(Silêncio.)
- Então você ainda é tola.
- O jogo é seu, game over. Divirta-se sozinho.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A canção

Escrever uma canção de amor não me dá amor.. Me dá vontade. As luzes me dão dor de cabeça... E o papel me dá luz. A canção de amor, é a força de dentro buscando as forças de fora. Buscando o querer de alguém. A escrita do amor é dolorosa e a mente é piedosa. O escritor é o amor.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Eu sinto muito.

Eu gostaria de ter respostas pra tudo que eu sinto
Mas me sinto tão perdida quanto um cachorro na madrugada fria e chuvosa
A chuva me deixa assim
Eu não queria me sentir como um nada
Ou talvez não seja esse o ponto
Eu sinto a falta de não sentir
Eu queria parar de ser tão inacabada, tão intensa
Eu me machuco por não saber parar
Sempre vou me sentir assim...
Por que sou perdida... Sozinha, triste.
Meu lado bom é tão mentiroso.
Derramo essas lágrimas agora, e nem ao menos sei o por quê
Só costumo sentir esse vazio aqui dentro, e sempre foi tão constante.
Mas eu sou tão inconstante
Eu não queria sentir falta de amar...
O que é isso?
Eu me sinto vazia, por que perdi o tempo que nunca tive.
Só queria sentir menos, ser menos, cavar menos a minha dor.
Lamento por mim.

Tão.. Tão perdida.. Quanto uma flor murcha no meio da floresta.
É assim que me sinto.
Murcha.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

14 minutos.


No fundo eu sabia, que podia ser loucura da minha cabeça... Mas eu desejava aquele corpo, aqueles lábios, aqueles olhos.. O jeito que ele andava, e o modo como mexia no celular.
Me assustava essa maneira de gostar, de pensar.
Mas eu realmente precisava falar.
- Oi... É.. Você sabe me dizer que horas são?
Ele estava concentrado no celular, como sempre.
- Opa! Bom dia.. São 9:45.
Ele estava sorrindo! Nossa.. Quase derreti naquele momento, mas eu precisava ser firme.
- Ah, muito obrigado.
Ele voltou a olhar o celular, e eu ainda estava olhando pra ele.
- Só queria saber a hora mesmo?
Ele disse isso ainda olhando pra maldita tela do celular.
- Hum.. Acho que sim. Mas se quiser dizer seu nome.
(Risos)
- Eu pensei que quisesse saber mesmo.
Estava tão na cara assim?
- Prazer, meu nome é Danilo.
Estendi a mão, esperando a dele.
Ele sorriu.
- Prazer Danilo, o meu é Jonas.
- Bonito nome..
Ele ainda mexia no celular.
- Obrigado!
- Está ocupado?
- Não.. Por que?
- Sempre te vejo por aqui, e você sempre está mexendo freneticamente neste celular.
Ele sorriu novamente. Dessa vez, com tom de sarcasmo.
- Fico vendo putaria online.
Fiquei corado.
- Como assim? (risos) Isso é sério?
- Não.. Né?
- Ah! Desculpe.. (risos)
- Não.. Tudo bem.. Sou bem humorado. É que gosto de estar conectado... E.. Você sempre me vê por aqui?
- Sim.
- Me observando?
- É que...
- Sou bonito?
- Um tanto..
(risos)
- Tudo bem.
Ele pegou na minha mão.
Fiquei corado.
- Você... Não queria se desconectar, e realmente se conectar a um encontro?
Ele ficou surpreso.
- Como assim?
- Se quiser sair... Mas vai ter que deixar o celular em casa.
Ele ainda estava com a mão na minha.
Ele levantou a sobrancelha esquerda.
- Quer saber que horas são?
- Hum.. ?
- 9:59
- E?
- Perdi 14 minutos?
- Eu que não estou entendendo agora.
- Não fiquei conversando 14 minutos com você, só por que me perguntou as horas, ou por que seu nome é legal.
- Isso é um sim?
- Obviamente.. Recupere meus 14 minutos.
Eu sorri, corado.
Ele era altamente misterioso... E isso mexia comigo.
Coloquei minha mão sobre a dele.
- Você não perdeu 14 minutos, você adicionou os melhores 14 minutos da sua vida.. Agora.
- É, acho que é verdade quando dizem... Que a gente ganha, quando perde.
Sorrimos juntos.
E valeu a pena, perguntar as horas naquela manhã.
Esperei a hora adequada, os minutos certos, pra perder com a pessoa certa.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Essência vidral.

Conheci pessoas de todos os tipos a minha vida inteira.
Me deparei com gente de todo jeito, de toda essência.. Mas tem certas pessoas que nos chocam, nos paralisam, nos tocam de uma maneira que a gente não esquece nunca mais.
E tem uma criatura, que é diferente de tudo aquilo que eu já conheci.
Ela tem o poder de se transformar, de mudar de acordo com o tempo..
Ela é forte como uma rocha, e tão simples e frágil por dentro.
É como uma taça de cristal.. Que todos veem e acham que é fácil de quebrar, e até é.
Mas quando ela quebra, os cactos de vidro te machucam.
Aprendi com ela, que a gente tem o poder de mudar o que somos, escolher o que somos...
Com o tempo entendi, que são poucas as pessoas, que tem essa essência, e que é por isso que ela é tão especial. Tão unica, tão ela.
Tão taça.
Tão cristal.
E tão limpa.
Tão transparente, como vidro.
Espero que ela saiba, o poder que tem..
Espero que ela conheça a força vidral que possui.
E nunca, mas nunca, deixe que qualquer um que seja, embace o vidro do coração dela.
Corações de vidro, são sim os mais especiais.

-
Este texto foi em especial para uma amiga: Rebeka Souza.
Te amo.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Margaridêz e o Chinês


- Ver você daqui, me dá uma alegria.
- Estar com você sim.. É uma alegria.
- Não.. Eu falo sério.. Estes teus olhos refletindo na luz.. Ficam mais verdes ainda.
(corada)
(risos)
- Você tem o poder de me deixar encabulada..
- E você tem o poder de me deixar em eterno estado de 'babaquêz'.
(risos)
- O que sou sem teu vocabulário de chinês?
(ele se sentou ao lado dela na varanda, enquanto ela ajeitava o jarro com margaridas)
- Sabia, que és a coisa mais linda enquanto arruma essas flores?
- PÁRA DE ME ENVERGONHAR!
(colocando a mão no rosto)
- Não! Não coloque a mão sobre seu rosto.. Ele ao sol, vira margarida.
(ela olhou para as margaridas, sorrindo)
- Eu nunca sei o que dizer, quando me dizes estas plumas.
- Nem diga, só continue com essa 'margaridêz' que está tudo certo, minha flor amarela.
(ela abraçou-o com  força)
- Que cheiro doce.
- É o cheiro das margaridas.
- Seu cheiro.
- Eu te amo.
(com os olhos verdes brilhando ao sol)
- É sacanagem...
(risos)
- Como assim?
- Dizer essa pluma, com os olhos brilhando ao sol.
- Eu fecho os olhos...
- Não! Só.. Deixe.. Eu te beijar.
- Sou toda sua, meu chinês!
- Ah... Margarida..
(beijos)
(sol)
(margaridas margaridas margaridas)
(e a brisa).

Soneto de melodia.

Amor e poesia... Música e melodia.
A faixa do meu cabelo caindo no seu rosto
A minha língua invadindo o seu pescoço
Nossas mãos feitas de gosto
Seus olhos em meu abraço.
Escolhi teu amor, por ser poesia de mim.

A mentira.


- Eu já disse que não vou te perdoar.
- Mas.. O que custa?
- Custa meu orgulho.
- E o amor que você dizia sentir por mim?
- Eu que deveria te perguntar isso.
- Ah.. Por favor...
- Não implore, isto é ridículo.
- Então o que quer que eu faça?
- Só quero que retire sua culpa daqui, de perto de mim.
- Culpa?
- Por favor digo eu...
- Então.. Se é assim que deseja... Será.
- Obrigada.
- Adeus.
- Não... Nem me dirija a palavra. Só vá...
- Cuidado com o que deseja.
- Cuidado com mentiras.
- Não vou lhe dirigir a palavra outra vez.
- Já está pesado demais, para um adeus.
- Então, até quando eu nunca mais voltar.
- É isso.

Então ele foi, sem olhar pra trás, com raiva do momento em que não pôde redimir-se.
E ela? Ela só respirava o orgulho ferido, que não aceitava 'adeus'.
Ambos com medo do adeus, que deram mesmo sem saber que era mentira.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O peso do gato.


Você me olhava com aqueles seus olhos de gato.
Eu nunca conseguia entender de onde vinha a sombra que emitia ali
Mas quando você sorria, parecia que nunca havia deixado de entender o quanto era doce.
E um dia com os olhos bem abertos, e estagnados como se costume, você me disse:
''- Nunca me deixe aqui, sozinha.''
Como eu ousaria deixar-te? Não poderia nem se eu mesmo quisesse, e querer isso se torna suicídio.
Você sempre me olhou assim, com tanta segurança, que não vou mentir, me deixou com medo na maioria das vezes em que ousei encarar seu olhar.
E quando dormíamos juntos, você sempre acordava antes de mim... Passava as mãos sobre meus olhos, e eu acordava como se estivesse no céu, dormindo com os anjos.
E você era o meu anjo, o meu anjo do medo.
Nunca fui homem de chorar, até o dia em que você me disse:
''- Por favor, preciso ficar sozinha.''
Meus olhos caíram em lágrimas, como se o céu e as nuvens estivessem em cima de mim.
Era pesado lidar com você, como poderia te deixar sozinha, quando me pediu pra não fazer isso?
Você nunca chorou na minha frente.
Eu chorei pra você, por você.
Seus olhos eram pesados demais pra entender o que é lacrimejar.
Só sei, que nunca consegui alcançar a velocidade das suas maneiras de olhar.
Você preferiu ficar sozinha, sem meus olhos pequenos a admirar os teus.
E hoje, posso dizer-te: Sou um mero par de olhos brancos.
Brancos com cor de nada.
Levaste toda a cor que havia neles, quando fechaste os teus olhos pra mim.
Os teus lindos olhos.
Aqueles olhos, que nunca mais verei.
Não verei cor, dor, nem flor.
Tenho medo das pessoas
Eu sinto medo do cheiro das pessoas
Sinto elas em mim
Fico com medo de ter o cheiro delas
Não quero.