quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Bagunça das letras (minhas)

Por mim, eu seria assim sempre
Sem saber o que sou
Sem sentir completo.

A verdade é:
Estou com medo
Medo dessa coisa aqui dentro
Mas eu gosto
Eu gosto de não gostar da dor.
Eu não sei por que elas voam em mim
Plumas, plumas de mim!
O jardim está secando
O verde não está mais tão cinza
Mas a chuva não se foi
E eu estou aqui
Sem sentir-me completa
Por que sou bagunça daquelas brabas
E não vou deixar de ser assim
Gosto da bagunça que me torna eu.
E assim é... Tão complicada.
Tão... Somente... Embaralhada.

Or.

Que agonia dentro do peito. Não.. Do peito não.. Do coração. Falemos de coração. O coitado do seu coração. Quem dera não ter que te-lo. Mas eu não podeira sentir-me assim, sem ele. Soa amor, soa dor. É tudo uma sinfonia... Sinfonia de lamentos.

Alguns almejos.

- Eu nunca quis te magoar.
- Mas magoou..
- Eu nunca quis.
- Nem eu.
- Me magoar?
- Não te ter.
- Você me tem agora...
- Tenho?
- Tem.
- Então... Só não me faça sentir o que senti antes.
- O que?
- Dor.
- Eu já pedi desculpas...
- E eu já aceitei.
- Então esqueça. Você tem meu coração...
- Por completo?
- Acho que sim.
- Acha?
- Acho..
- Não ache...
- Mas...
- Só tenha certeza agora, por favor.
- Eu amo você.
- Certeza?
- É a única que eu tenho agora.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Pluviômetro.

Pessoas tão perdidas.


Chuva de sentimentos
Aurora de lamentos.

Perdi as palavras


Ah.. Se não fosse pelos momentos...
Raros, mágicos, pluviométricos os ríspidos momentos
Lípido dos meus próprios olhos
A chuva não foi-se simplesmente por que não quis
A chuva esteve, permaneceu
Ela só enriqueceu
As pessoas
Elas estão com medo
Elas vivem de medo
Por isso não tenha medo
Seja o seu maior medo.

Deixe-se chover.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Me chama

Sinto um peso sobre meus olhos
Sobre meus dedos, mãos e vasos sanguíneos.

Tanta gente, a maioria da gente, toda a gente... Querem viver tanto, fazer tanto.
Eu só quero fazer muito, ir embora logo.
Sempre fui paradoxo de mim mesma.
Egoísta é o que eu sou para as pessoas que me tem afeição.
Mas até onde vai a vontade e o egoísmo?
Na verdade, eu queria mesmo um bom chão gramado, flores azuis, rosas, roxas, verdes.. Alaranjadas.
Eu queria girassóis e um coqueiro.
Uma rede, e a partir do momento em que deitar-me, quero a sensação do sono lento, pesado...
Igual ao peso sobre meus olhos e vasos sanguíneos.
Mas desta linda vez, quero não poder abri-los.
Necessito deles fechados, para sonhar com a paz... Que nunca encontrei nos anos terrenos.
E assim.. Seria meu encontro com o destino.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Shiu.


- Sonho com você todas as noites.
- Eu queria poder sonhar contigo todas as noites...
- Não sei como consigo, eu só... Sonho.
- Acho que é porque passo a madrugada inteirinha com o pensamento em você.
- É?
(Olhos brilhando)
- É.
- Eu também...
- Então, o que isso quer dizer?
- Que você é meu pensamento maior.
- Isso quer dizer, que você quer estar comigo?
- Suponho que sim.
- Então por que não fica?
- Você quer?
- Mais do que qualquer coisa...
(Sorrisos)
- Eu acho.. Que.. Amo você.
- Acha?
- É... Essa palavra é tão forte, tenho medo.
- Não ligo.
- Pra mim?
- Pra essa palavra. Eu só quero você comigo.
- Então... Eu fico com você.
- Agora sim, sem mais.
- Mas, o que a gente diz quando o coração tá assim? Batendo tão forte.. As mãos suando e os olhos sem uma direção?
- A gente não diz nada... A gente só precisa de alguém. Alguém que possamos debruçar toda essa ''falta do que dizer''
- Você é minha falta do que dizer.
(Sorriso de lado)
(Mãos dadas)
- Eu me importo muito, em ser o que você não consegue dizer.
(Silêncio)

Elegi-te

Eu escolhi você
Para passar meus longos dias
Escolhi teus olhos para poder olhar, mesmo quando estiver escuro
Escolhi tua mão
Escolhi sua voz
Seu cheiro... O nosso cheiro, logo quando acordamos, juntos.
O som da manhã ao teu lado me soa tão leve
Os nossos lençóis me aquecem
E eu não quero mais outro cobertor
Me basta você
E eu
Nós.

Não vá embora agora
Escolhi que fosse assim
Não posso viver sem essa coisa que eu tenho aqui dentro
Essa coisa de amar.
De chorar
De abraçar
Essa coisa de você.




segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Diferenças em comum.

- Fica.
- De novo?
- Prometo que dessa vez eu não vou te machucar...
- Não faz diferença
- Se não faz... Eu não preciso ficar.
(Silêncio)
- Como não?
- Se não te faz diferença, é por que não dói mais.
- E isso não é bom?
- É... Mas, eu quero te provar que você pode confiar em mim.
- Eu deixo...
- Então não diz que não faz diferença.
- Por que?
- Por que eu quero fazer a diferença.
(Silêncio outra vez)
- Então, por favor comece logo.
- Pode deixar.
- Tá esperando o que?
(Pausa)
(Suspiros)
(Beijo)
- Hum...
- Desculpa.. É que eu... Não posso te mostrar tudo num só beijo.
- Desculpa, mas esse beijo fez toda a diferença...
- Você mentiu então.
- Quando?
- Quando disse que não fazia diferença...
- Eu queria que você me mostrasse exatamente isso.
- Obrigado.
- Pelo que?
- Por mentir.
- De nada... Mas...
- Eu te amo.
(Silêncio)
- Eu também.
(Pausa)
(Olhares trocados)
- E dessa vez, eu não estou mentindo.
- Não precisa confirmar, o que vejo em seus olhos.
- Confirma a diferença pra mim.
(Beijos outra vez.)

Re-cheio de amor.

- Me beija.
- Eu beijo.
- Me abraça.
- Agora mesmo.
- Me morde.
- Hum...
- Me leva.
- Pra onde?
- Pra você.
- Mais ainda?
- O quanto der.
- Eu deixo.
- NÃO!
- O que?!
- Não deixa.
- Mas por que?
- Não me deixa.
- Nunca....
- Nem por um segundo?
- Nem por uma vida.
- Nem por um milhão de dólares?
- Nem por um cruzeiro em Bahamas.
- Mas... Nem mesmo por um pedacinho do céu?
- Pra que?
(Pausa)
(Risos)
- O céu é você.
(Gritos)
- E você é como cacau pra mim.
- Céu recheado de chocolate...
- Recheio sem limites. Eu te amo.
- Eu te amo muito mais.
(mordidas, beijos, abraços, dois biscoitos...)
Dois em um.

Nada demais.


- Não olhe pra mim.
- Não seja tola...
- Por favor, não quero.
- Por que  nega tanto o que você tem?
- O que?
- Eu.
(Silêncio)
- Me diz.
- Não posso dizer...
(Pausa)
- Não sei dizer...
- Você nunca sabe.
- Me desculpa.
- Tudo bem.
- Tudo bem?
- Sempre será seu.
- Devo agradecer?
- Só se quiser.
- Então, não.
- Então eu vou.
- Pra onde?
- Embora. Pro meu lugar.
- Não...
- Pare de querer tanto.
- Mas você me disse... Que eu tenho...
- E tem! Mas eu não vou ficar esperando você decidir.
- E como você vai, se eu te tenho aqui?
- Você tem meu coração, não minhas pernas.

Por você.

Juntinho de você eu tenho
Junto de mim e de você eu tenho tudo
E junto eu escuto as flores aplaudirem nossa presença
Somos feitos de distância
A nossa distância é o que nos fez amar
Amo você, junto, perto, longe, de lá pra cá.
A vida é assim
Não e sim
Você e eu
Eu e você
Para podermos ser
Amanhecer.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Um livro novo, de novo

Deve ser fácil tirar todas as tuas mágoas... Mas no mínimo você não deve ter coração.
Por que já eu... Até tento não guardar rancor.
Talvez nem guarde, acho que fica grudado no fundo da sua alma, e esquecer é uma tarefa difícil.
Esquecer uma dor, é meio complicado.
Nunca digo que as pessoas são totalmente más.
As vezes, mesmo sem querer, a gente machuca quem a gente ama.
Não é fácil segurar as palavras quando a gente tá machucado...
Nunca quero viver de rancores, mas hoje é como se o dia não tivesse um jeito pior pra acabar.
Ter que ir embora, ficar longe, por mais que ame... É complicado, por que você sabe, que é a unica maneira de resolver tudo que está uma bagunça.
Quero construir um novo livro da minha história.
Não vou apagar o que houve nunca... Por que é parte do que eu sou, do que eu me tornei.
Eu só quero construir novos capítulos
Capítulos mais floridos, perfumados e cheios de carinho.
Chega da escuridão que um dia escrevi.

domingo, 20 de novembro de 2011

Epílogo

Enquanto uns morrem por causa de droga
Outros roubam o dinheiro da população
Outros traficam por falta de condição
E matam quem não tem instrução
Formando assim a nossa vasta nação.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Cor. Aquela cor.

Um medo de não ser
Basta!
Já basta de tantos maços, jogados no ar por nada
Acabou esta farsa de dor, que não machuca e só desdém
Já vou com meu alicerce de vazios, por que não me quero desse jeito
Tão distante da minha cor
A cor de dentro, eu falo.
Falo daquela cor, que você tem quando nasce
Tão cheia de você, e com um perfume de ojeriza.
Nasceu você!
Nasceste, com um cheiro tão teu
E eu nasci com o meu cheiro, de tão meu, que não tenho mais.
Não o temos mais.
Perdemos na corrida da vida
Perdemos o cheiro. E a essência da cor?
Cor que vem, cor que vai. Ainda temos cores, não tão dentro como antes, mas temos.
Ah... Quero minha cor de volta!
Me volta, volta pra mim, cor de alecrim!

Só sentir sem sentido

Ando saudosa na maioria dos meu dias
Falar de saudade pra quem não tem, é como abrir os olhos e não piscar
Não gosto de repetir minhas palavras
Sempre me parece tanta angústia 
Não me sinto a vontade para falar de saudade
Talvez eu devesse só não falar
E não piscar
E não ter sentido é como não acordar
Sempre sonhar, em ter saudade
E nunca poder dormir

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

30.

Um vazio.






Grande.
Um tanto, persistente.

Sem explicação, ou motivo.
Só.
Somente.

Um mês, sem exprimir nada.
Um longo mês, de trinta dias.
É, talvez nem seja tantos dias assim... Tão longo  assim.
Mas é relativo isso de dias.
Relativo é o que você acha, que sabe sobre mim.
Um mês em que não falei comigo.
Me sinto culpada.
Eu me culpo, mas culpo o meu outro eu, de não ter me feito, fazer.
Agora falo baboseiras em frente a esta tela.
Baboseiras, que não entendo... E que não sei por que vou publicar.
Desabafo de mim, para mim mesma.
Adeus, trinta dias.
Trinta dias né?
As coisas vão mudando, e quando você menos espera, o que era preferência.. Hoje já é inútil. Você não escolhe as rotações da vida. Mas escolhe o que pode fazer pra sofrer menos, se decepcionar MENOS. Não significa que a gente não vá se machucar... É só, medo de acreditar demais, e nunca ser recompensado como espera. Isso costuma acontecer sempre comigo.
Mas a vida é mesmo um jogo de tabuleiro, e eu não aprendi ainda como trapacear nos dados e ficar na frente dos outros jogadores.
Afinal, a vida é uma experiência sem limites.

Ter-te

Abrindo os olhos vi, que não posso ver.
Não posso ser, se não puder ouvir você me dizer.
Não posso só ser, se não estiver ao lado seu

Sentir o cheiro, de quem me encanta
Sentir mãos, cabelos, pés... Peito.
O seu peito... Ah!
Que carinho me exprime nesse breve instante.
Ah... Me venha
Me venha, para que eu possa ir
Ir para você
Te ver
Te ter
Te conter.

Em mim

Sempre fui de muitos amores
Amores intensos
Nunca amenos
Intenso, os momentos em que estive
Estive sempre avante dos meus sonhos
Quase nunca desprezei minhas dores
Vivi com ardência
Ardi aqueles que me provaram sem moderação
Sou sem moderação
Sou sentimento
Sou coração
Sou.
Apenas fui e serei a mesma mutação congestionada
Impulsionada
Amedrontada de mim.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O falso silêncio das pálpebras e digitais.


E ele colocava as mãos sobre as minhas, tentando fazer com que eu conseguisse entender o que ele queria me dizer com os olhos.
O rosto dele deitou-se agora, no meu ombro esquerdo.
Não parava de pensar, no que ele poderia estar pensando.
As nossas mãos estavam geladas, e ao mesmo tempo em que eu tentava sorrir, ele tentava abrir os olhos.
Não sei dizer, se ele estava com medo ou se só queria dormir...
Não sei me dizer, se quem estava com medo na verdade, era eu.
Acho que as mãos suadas, eram de insegurança.
A insegurança que eu senti nos olhos dele. Mas não senti, quando ele deitou a cabeça em meu ombro.
Não senti, por que não sei.
Só sei, que eu não quis mais abrir os olhos.
As mãos juntas já bastavam por aquele momento.
E foi assim, que eu não soube mais dizer, nem abster tudo por ele.
Por que sinceramente.. Eloquentemente, acho que o amo.
Acho, mas amo.
E quando chegar o dia em que ele tocar minha mão pálida, e ela não mais transpirar...
Então eu paro de achar.

domingo, 11 de setembro de 2011

Laranja

Amargura
Da minha gula
A minha dúvida
Amargas são minhas dúvidas
A minha falta de sentir 
De sentir que não há mar
Por que não há amor sem dois
Dois são um
Um é metade
Metade não é só uma parte da laranja
Por que uma parte não se é
E amarga ela é
A laranja amarga
A minha falta amarga
Amarga a amargura da minha coragem
Laranjas.

Já não sou mais

É essa dor, que me leva pelos dias.
Que estraga meu sorriso amarelado.
Amassa minhas mãos com o passar do tempo
Faltando a minha própria coragem.
A coragem de desistir, talvez não exista mais
Não existo sem meus sonhos
Não aguento, não suplico por que não quero que vá.
Quero que vá a dor, que insiste em permanecer grudada nas veias
A saudade nessa altura deve ser o que menos dói
O que dói, é a incerteza... A lamentação do amanhã.
Ah, por favor preciso respirar, só respirar
Sem nada mais
Sem nenhum passarinho a cantar... Só quero o ar.
Preciso um pouco mais de mim, por que já preciso mais de você.
Não sou eu, sem mim.
Mesmo que você seja eu.

domingo, 4 de setembro de 2011

As asas que ainda não cantaram.

Abraçou a roupa no varal, como se quisesse sentir o perfume do sol.
Soltou os cabelos em forma de concha.
Não quis fechar os olhos.
Só quis admirar as nuvens daquela tarde.
A grade a impedia de atravessar o horizonte, mas ela ainda queria mais.
A vida não é só os passarinhos cantando em tom de lirismo.
A vida ainda não era o suficiente para ela.
Queria o infinito de todos os cantos, queria a imensidão do ser, ao mostrar-se para o vento.
E o vento, o sol e os pássaros ainda iriam conhecê-la.
Ainda iriam trazer as boas novas daquela tarde.
As boas novas da trajetória que estava prestes a escrever... Como num conto.
Como numa crônica de si mesma.
As linhas que iam ser preenchidas de lirismos de passarinhos sem medo de voar.
E o horizonte sem grades dessa vez, era o seu sol.

Eloquente.

A: - Tem medo?
B: - E quem não tem?
A: - Suporta perder?
B: - Não.
A: - Nem eu.
B: - Perder o que a gente não tem é pior ainda.
A: - Perder o que a gente nunca vai ter.
B: - Não ter o que a gente só pode perder.
A: - Você.
B: - Ahn?
A: - Você. O que eu nunca vou ter.
B: - Nós, o que nunca vamos ser.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Voou.

E os passarinhos me fazem sentir imensa inveja.
Inveja de como voam sem destino por diversos verões.
Como transitam sem culpa, e felizes.
Passarinhos são a minha sina.
Gosto de te sentir. Gosto de te imaginar, gosto do teu cheiro que mora no meu coração. Gosto da forma como me alegra, a maneira como me clareia. O jeito que me faz rir, como se pudesse abrir a janela e ver o vento. Eu sinto que não sou sem você. Sinto, sinto e ainda sinto.
Me sinto, por que te sinto.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

P's.


"Vem pra cá, deixa de ser tão orgulhosa.''
"Não."

"Quer que eu vá até aí só pra te trazer no colo né?"
"Você pensa demais."
Ela piscou.
Ele levantou a sobrancelha em tom de sarcasmo e foi até ela.
"Palhaça."
"Porco."
"Primata."
"Por que, tantos p's?"
"Por que tanta pergunta?"
Ela ascentiu.
Deitou ao lado dela. Pegou em sua mão.
"Paixão"
"Paixão?"
"É, paixão. Você é a minha."
"Por que diz isso agora?"
"Faltou meu xingamento pra você, com a letra P."
"Isso é xingamento?"
"É, o elogio é: Você é meu amor."
Ele sorriu. E mordeu o dedo que ela havia colocado no nariz dele.
"É assim que me agradece?"
Abriu a boca em tom de indignação.
Ele gargalhou.
"Amor não começa com P, então não vale, espertinha."
"Mas olha só você querendo ganhar de mim a todo custo..."
"Tenho uma melhor"
"Então diga."
Ela sentou. Ele também.
"Você é minha Pintura."
"Hum?"
"É.. É de você que vem minha inspiração.. Minha luz, minhas cores e meus tons."
"Ela abriu um leve sorriso, o abraçou forte."
"Viu? Eu sempre ganho!"
"Não... Eu sempre ganho, por que eu que tenho você. Minha primavera."
"Ah... Não, assim não vale..."
E então veio aquele “P” de repugnante “Surpresa”.
O beijo eterno.. O beijo da promessa.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Pétalas de você.

As flores em mim, estão um pouco mais murchas.
A sua falta me faz sentir sede.
Nem sempre, você está aqui pra me regar.. E o que eu faço com essa vontade louca de te beber?
Não posso mais viver nesse jarro sem tua terra.
A minha terra não me acalma mais.
Não me trás alegria, não ver suas mãos, cuidando das minha pétalas.
Como eu queria, desejaria, imploraria pra qualquer árvore, que você virasse minha raiz.
Oh, como viverei meus dias de flor, se não posso florir.
Como posso viver sem poder sentir teu cheiro?
Como posso ser flor, se minhas pétalas são você?

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Morte viva.

Estive estagnada por uns instantes esta manhã.
Me deparando com a morte, em seu estado mais delicado...
Me veio a cabeça, o sintoma de premonição e saudosismo
Fico parada olhando para mim mesma, tentando entender como a vida é consumista de nós mesmos
Absorve nossos bens mais sinceros, e nossos amores mais amados.
Me passam pela cabeça tantas palavras ao mesmo tempo, sobre o que é a morte.
A morte é um sono leve, cheio de sonhos amargurados e longe, tão longe de nós.
É como um pássaro que aprende a voar, depois que quebra as asas...
É correr na chuva, sem chuva.

Eu me refiro a morte, com cautela, e não com medo.
Não tenho medo da morte.
Tenho medo dos pequenos e eternos instantes antes dela.
As lágrimas caíam dos meus olhos, enquanto eu ainda estava alí parada tentando entender.
E adivinha... Eu não entendi ainda.
Quem sabe, só entenda quando meu instante eterno de estado sonolento se aproximar.
Quando eu estiver dançando na chuva, sozinha. Sem chuva, sem frio.
Só. Sozinha.
Eu e a morte.


terça-feira, 9 de agosto de 2011

As linhas da nossa leveza.


Me beijou de leve, com aqueles lábios tão finos.

Senti seus olhos apertados, enrroscados nos meus.
Fizemos promessas, com nossos pensamentos entrelaçados.
Não soltei você em um só momento.
Você tampouco.
Unimos nossas mãos, em forma de cumplicidade.
Você me disse ao ouvido: Gosto de ver essas linhas que tem em volta da boca...
E eu sorri e apenas o abraçei forte.
As linhas ainda estavam lá... As da minha boca, as da nossa felicidade.
Os pontinhos, que haviam se ligado durante tanto tempo.
E nunca, nunca perderam o caminho. As linhas permaneciam em nós.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Dá.

Vem pra mim, vem agora.
Dar cheirinho.
Dar carinho.
Dar-me.
Me dar, pra você.

Me doe.
Me doou pra você.
Me levo em você.
Em você.
Você.
Eu.
Nós.
Não é fácil.
Nunca foi.
Mas nunca deixou de ser.
Nunca deixaremos.
É só você, meu bem querer.

Meu doce.

Minha fruta docinha caída do pé.
Meu açúcar dourado.
Meu brigadeiro granulado.
Minha luz.

Meu perfume.
Meu doce de coco.
Meu amor.
Amor meu.
Só, somente, unicamente.
Meu pingo, em meio ao mar.

Me beija.
Me leva.
Me tira daqui.
Me leva pra ti.

Minha canção.
Meus pés.
Minha frutinha docinha, caída sob meus pés.



Chorando felicidade.

É verdade que quando estamos felizes choramos também, não é?
Mas como pode ser?
Suponho que seja tanto amor, encubado dentro dessa máquina que é nosso coração...
Que simplesmente, as veias pulsam mais rápido, deixando os olhos estremecidos
As artérias entram em erupção, fazendo seu sorriso abrir de ponta a ponta como se fosse marcado.
Só sei, que sinto meus ouvidos latejando de felicidade...
É louco né? A maneira como nosso corpo reage ao amor.

Deixa, mas não me deixa.

Me leva pra janela... Vamos tomar um chá, e viver de nossos abraços.
Me dê um beijo no pesçoco e sinta o meu perfume.
Me puxe pra dançar entre as rosas, que eu te puxo pra viver do meu amor.
Me deixe abrir os braços pra você.
Me deixe pegar em seus dedos tão desajeitados, enquanto fala em meu ouvido o quanto sou atrapalhada com as palavras...
E por fim.. Deixe-me grudar em você. Deixa tua cabeça em meu ombro, que eu te levo pra mim.

domingo, 7 de agosto de 2011

Leves dias de páscoa.

As vezes penso que sou fogo.
Fogo que me arde as veias, em vez de me proteger.
Não, eu não sou fogo.. Eu sou chocolate derretido ao leite, em dia de páscoa
Mas só algumas pessoas quando provam deste chocolate, sentem gosto doce
Alguns queimam a boca, por que não sabem saborear.
Nem me preocupo.
Os poucos que me saboreiam, são os poucos que me fazem feliz nos dias de páscoa.

Seus olhos.


Ele a olhava de longe, mas sem a intenção de fazer com que ela o avistasse.
Mas, mal sabia ele que ela o olhava nos momentos em que ele tirava os olhos da mesma direção.
E mal sabia ela, que ele a amava.
E mal sabiam os dois, que se amavam.
De repente, os olhos se encontraram no mesmo instante.
Pararam.
Só se olharam.
Ela soltou um sorriso de lado.
Ele levantou a sobrancelha.
Ela baixou a cabeça.
E ele continuou olhando aqueles olhos. Nem ele sabia como conseguia.
Ela sabia que ele a olhava todos os dias.
Ele sabia, que ela sabia.
Só não sabiam o que fazer
Mas quem sabe o que fazer, quando se ama?
Ela levantou, e foi até ele.
Ele não acreditou quando ela se aproximou e disse:
-''Posso sentar aqui?''
Ele só fez que sim com a cabeça. Não que ele não quisesse falar. Ele só não conseguia tirar as palavras da garganta.
-''Se incomoda?''
Ele respondeu que não com a cabeça, outra vez.
Ela então soltou uma leve gargalhada.
-''Você é sempre assim, tão mímico?''
Ele respondeu que não com a cabeça. E logo falou:
-''Só costumo fazer isso, quando encontro garotas como você.''
Ela levantou a sobrancelha e se aproximou.
-''Garotas como eu?''
Ele respondeu, sem mimicas desta vez:
-''Garotas, lindas.. Com uns olhos, que me deixam sem ação. Sem palavras e frases prontas. Aí fico assim, parecendo um babaca mudo.''
Ela baixou a cabeça, e uma mecha de cabelo caiu sobre seus olhos.
Ele tirou a mecha, e eles então se olharam tão próximos desta vez.
Ele chegou mais e mais perto. Ela sorria.
Ele ia beijá-la. Mas parou no caminho.
Ela não entendeu.
Ele então só disse:
-''Seus olhos não me deixam te beijar.''
Ela não conseguia parar de rir. Mas era só nervosismo.
-"Eu fecho os olhos."
Ele agora riu. E colocou a mão direita sobre o queixo dela.
Ela de olhos fechados, e com a boca um pouco avermelhada.
Ele fechou os olhos também, e a beijou.
Quando o beijo cessou, os dois se olharam e disseram ao mesmo tempo:
-''Seus olhos, não me deixaram continuar o beijo''
E os dois caíram na gargalhada.
Ele disse:
-''Nunca pensei que um par de olhos, me fariam ficar assim.. Amando.''
Ela fechou novamente os olhos e disse:
-"Pára de olhar. E me beija.''
Ele a beijou.
E beijou.
E beijou.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Tem.

Dizem que a saudade é por sentir falta.. Sentir a falta do que não se tem.
Já eu acho, que saudade é pra quem tem demais.
Quem sente demais, quem chora demais, sonha demais, fala demais, olha demais, come demais, dorme demais.
Tudo por demais.
O que não se tem,não é pra quem tem saudade.

Por que a falta está no demais.
No sabor da saudade.
E a saudade é pra quem tem.
Quem tem, aquilo que não pode ter.

Esteja.

Me falta você.
Falta a mim por falta de você.

Então tudo me falta.

Me falta a falta que eu sinto de não sentir você.
Você me faz tanta falta, que a falta fica tão vazia.
Vazia estou-me por não estar ao teu lado.
Tome tempo, pra me fazer dormir.
Tome tempo pra poder rir.
Tome tempo pra o tempo tomar.

Esteja você onde estiver.
Esteja com a minha falta, por que estou com a sua.

Chora chora chora com dor dor dor

Saudosa me levo pelos dias, de todos os meses que passam lentamente ao som dos meus penares
Me pego chorando, com lágrimas salgadas pelo rosto inteiro...
Não me peço amor, pois não sou nada mais que saudade
Da cabeça aos pés, sou-me saudade
Sou apenas aquela leve brisa do mar, sem respostas de por quê
Passará, passará a saudade.
Passará dos meus pés, ao meu ouvido

Com dor, com dor dor dor dor
Choro choro choro o choro de quem não aguenta mais aguentar

Me tenha bem, pois não me quero mais.

Permanece ausente.

Fere meu coração a dor dessa distância.
Todo esse asfalto que existe entre nós.
Choro com dor, por não tê-lo ao meu ladinho
Por não sentir teu cheiro com gosto de mel
Não sorrir com seu sorriso, não olhar os teus olhos fixos em mim
Sentir tua respiração em meu ouvido
Abraçar o teu abraço
Sonhar o teu sonho.
Já me basta as lágrimas da tua ausência
Quero as lágrimas felizes pela tua permanência.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ventania seca ventania.

                                                   
                                                                 Engoli seco dessa vez.

Me pareceu mais saudável, engolir a saliva e segurar as palavras ácidas que queriam expandir-se pelo ar.

                                                   Mas antes que escapassem, engoli.

Me embrulhou o estômago, mas depois acostumei com o reboliço em mim.

Balançou bastante minhas vértebras, mas antes que caísse novamente pude me levantar e abrir os olhos.

Os arregalei, e senti a brisa que passava no mesmo instante que pensava em cair.

É engraçado a nobreza do vento.

                                                            A paciência que possui.

Então abri os olhos, que secaram com o vento...

Deixei as minhas vértebras em reboliço

Enquanto a brisa passava por entre os fios do meu cabelo, um pouco desajeitado.

O que me restou? Aquele leve friozinho na barriga.

                                                     Juntei meus trapos sujos de mim

E permeti que o vento fosse mais forte e levasse consigo,
                   
                                                                                              Mesmo sem prazo pra voltar.
                                                                                                          Sem prazo pra secar.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Não chores.

Volta o momento de percepção.
Momento que não quero dar-me ao favor de ter.
Some daqui. Some de mim.
Seria útil se sumisse com minhas lágrimas.
As lágrimas que derramei, nem sei por quê. Nem sei quando.
Derramei meus lamentos, por falta de você.
Falta de mim também.
Amargura que o tempo construiu em volta de meus pelos.
Solte minha alma.
Não volto mais para as lágrimas derramadas.
Não volte mais.
Não me deixe mais voltar.
Peço-lhe que não chores, pois sinto o cheiro das lágrimas.
Só me obrigue a não amar você.
Pois se depender de mim, farei-o.
Não sei depender de mim. Por isso não chores.
Eu disse que não sabia amar, mas amei e não sei como voltar ao momento em que não havia percepção.
Por isso mais uma vez, não chores. Pois sinto o cheiro de longe... E você não pode me deixar entrar.
Sabemos a dor que causo, causei, causamos.
Me repugne. E só mais um lamento: Não me faças chorar, pois sinto ainda mais o cheiro do amor.

Perdão.

Me deixe aqui no meu cantinho. Não me mova nem me deixe nervosa, só me deixe aqui.
Componho meus poemas, e prosas ao longo dos dias, e meses.
Algumas vezes passo um tempo sem pensar nas palavras. Sem pensar nas escrituras.
Meia volta, percebo o descaso que tenho com minha imaginação. Mas logo me vem a memória, que não vivo sem meros versos. Mesmo que inúteis. Eles estão alí, para me salvar de mim mesma.
E quem diabos precisa de si, para salvar-se de si mesma?
Eu. Quem dera não fosse.
Agradeço, e peço desculpas as minhas palavras. As mil palavras que pulam e borbulham em meus cérebro. Em meu corpo, projetado por ossos, músculos e sangue.
Sangue que chamo poesia.
Poesia que chamo de linha.
Linha que chamo de Deus.

Seria se dormisse.

Pergunto-me se há outro jeito de ser.
Sem ser esse.
Sem ser.
Ser é necessário. Não me conforta.
O "ser"
Me sufoca, a dor de lamentar os momentos assistidos por mim mesma, na brecha da minha incapacidade.
Incapacidade alto-suficiente em que me encontro.
Prolongada, prolongando.
Inutilmente, junto palavras desconsertadas, embaralhadas com uma finalidade de encontrar uma conclusão aos meus sentimentos ilusionais.
Confusas são as minhas palavras.
Perco-as ao tentar me dar sentido.
Ao tentar me dar percepção a cada letra que deixo escapar de minha mente perturbada.
Mas o que me convinha mesmo?
Hum.. Ero o "ser".
Ser, de ser.. Ou ser, de criatura?
Tanto faz. É tudo obrigação nossa, de ter que existir.
Suponho, que seja mais fácil dormir. Assim você É.
Você ainda É. Mas não tem o peso do ''ser''.
Pois dorme calmo e sutil.
Mesmo que bêbado, ou drogado.
Dorme.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sufocando.

Pegou o cigarro que estava quase na última ponta.
Colocou na boca, tentou inalar o máximo que restou.
Virou o rosto, com o olho totalmente borrado em direção dele.
Virou os olhos ao vê-lo
Ele foi logo puxando-a para perto, com aqueles braços fortes e bruscos.
Ela só fechou os olhos, e na boca trazia um sorriso sarcástico e cheio de malícia.
Ele sabia que ela não era pouca coisa, que ela gostava de estrago.
Tratou logo de rasgar a blusa que ela usava.
Ela fez uma cara de surpresa
Ele piscou o olho
Ela sorriu, e mordeu o lábio
Ele tirou a própria blusa, enquanto ela abria o zíper dele com a boca.
Ele jogou-a na cama sem pudor
Ela passou a língua entre os lábios esperando ele fazer alguma coisa
Ele foi tirando a calcinha dela com leveza
Ela sentia os dedos dele deslizando
Os pelos dela estavam todos em êxtase.
Depois da calcinha tirada, e lançada pela janela
Ele tirou a própria cueca agora com rapidez.
Os olhares se encontraram, e pareciam calculadamente necessitados de prazer.
Ele mordeu o pescoço dela, como se estivesse ardendo em chamas.
Ela soltou um gritinho um tanto agudo.
Ele colocou a mão esquerda sobre o cabelo dela, puxando-o
Por um instante pensou que ela hesitaria, mas muito pelo contrário, ela só fazia rir.
Ele só conseguiu induzir o pensamento naqueles pelos em êxtase, e naquela respiração em seu ouvido.
Ela não pensava em nada, a não ser nas pernas dele enroscadas sobre as suas, e a maneira como ele mordia e beijava seu pescoço até o umbigo de maneira decrescente.
Ela lembrou do cigarro que havia queimado por inteiro em cima da cama.
Estava tão quente alí. Com aquele cheiro, de mistura de corpos, de ardência.
Aquele breve e intenso cheiro de nicotina.
O suor escorria pela cama. O lençol estava extremamente desarrumado. Aliás o lençol caíra.
Caíra com todas as intenções de amor de ambas as partes.
Isso meus amigos, é sexo por sexo.
Sexo por simples prazer e sufocante desejo.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Pinguins.

"Solte minha mão''
''Não vou fazer isso"
"Já disse que não quero nenhum fiasco seu"
"Não entendendo como você pode ser assim"
"Não me venha com lamentações"
"Você me amava até minutos atrás"
"Solte minha mão"
"Você não quer que eu solte"
"Quem é você pra me dizer o que eu quero?''
"O amor de sua vida"
"Não me olhe''
"Não minta pra mim''
''Não''
"Não?''
"Não vai soltar minha mão?''
"Não''
"Então segure-a. Segure todo o meu desprezo''
"Seguro. Seguro toda sua doce mentira.''
''PÁRA DE ME CONTESTAR! SOME.''
"Páre de ser tão tirana.''
"Justamente por ser, não quero sua mão em minha mão.''
"Desculpe, não vou soltar.''

E eles ficaram alí.
Ele com as mãos grudadas na dela.
Ela com tanta raiva, que nem conseguia deixar o ar respira-la.
Ele ainda tinha esperanças, que ela amoleceria as mãos.
Ela tinha certeza que ele não iria soltar sua mão. Por isso não amolecia.
As mãos grudaram. Não soltaram.
Ele não faria isso jamais, ele não se pronunciaria sem ela.
Ela não mostraria o que é, mesmo que ele já soubesse.
Ela só queria as mãos deles alí, juntas como dois pinguins.
Pinguins na geleira.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Balonê.

Corroe a alma, machuca o coração, leva-o pra um abismo. Sem volta. E só volta quando se têm o prazer de não sentir o saudosismo que dói, corroe. Ah.. Se eu pudesse virar um balão pra voar sem destino, e explodir no ar só por não conseguir mais aguentar a umidade e relatividade. Ah, como seria se não sentisse essa saudade que sangra minhas artérias. Que me joga da janela sem perdão. Ah, volta pra cá, vem pra perto de mim, deixa essa distância pra lá.. Voa que nem balão. Voa pra mim.

O amor magnânimo.

Linda, eu amo você. - Disse ele sorrindo.
Eu não consigo ir embora.. Eu não posso ir. - Disse ela lacrimejando.
Eu sei que você volta, olha só onde estamos.. Isso já é tanto. - Disse ele, querendo ser forte.
Eu sei.. Mas é tão.. Difícil. - Disse ela chorando.
Não chora, eu sou seu. - Disse ele angustiado, tentando achar as palavras certas.
Eu amo tanto você! Amo mais que imagina. Amo seu sorriso, sua voz.. Como posso ir, se meu lugar é com você? - Disse ela, sem querer dizer nada.
Eu nem posso dizer o quanto a amo.. Eu.. Eu não quero que vá, mas não temos outra escolha. - Disse ele, dizendo.
Ela o abraçou, chorando.
Ele abraçou-a também. Chorando.
Sou todo seu amor, você é todo o meu amor. Somos amor. E eu não vou deixar você nunca. - Disse ele, amedrontado.
Só quero estar aqui. - Ela disse.
Sempre que você sentir minha falta, eu vou sentir a sua. E mesmo que não sinta a minha, eu sentirei a sua. Quando quiser me ver, olha pra o céu. Eu vou tá te olhando do outro lado dele. - Disse ele, querendo ser suficiente.
Como pode existir pessoa tão linda como você? - Ela disse.
Como pode você me amar? - Disse ele.
Como posso não te amar? - Disse ela.
Como podemos não nos amarmos? - Disse ele.
Não tem como, somos o amor. - Disse ela.
Eu te amo, e isso basta. Não há distância que mude isso. Agora vá, e limpe essas lágrimas, pois amor verdadeiro não machuca. - Disse ele limpando as lágrimas dela.
Promete me esperar? - Disse ela sorrindo e pegando a mão dele.
Eu vou te esperar, eu não vivo sem você garota... Não posso. Eu espero a vida inteira por você. Sossegue. - Disse ele com a mão junto da dela.
Ela sorriu. Ele sorrio junto.
Ela levantou. Ele levantou junto.
Ela tirou a mão. Ele também.
Ela foi embora. Ele também.
Ela o ama mais ainda. Ele também.
Ela chora todos os dias sentindo a falta dele.
Ela chora, ele chora.
Mas o dia deles chegará.

terça-feira, 28 de junho de 2011

A vida me moldou assim. Me modelou com palavras árduas e centímetros insanos.

Condolência - carência - sequência.

Me dói tanto, me dói tudo, me dói a dor de sempre estar pronta pra pesar - magoar - melindrar-se - condoer-se - compadecer-se - arrepelar-se.

Cheio de nada.

Me sinto tão vazia agora. Tão incompleta, sem destino.
Como um balão de festas.
Vazio por dentro, cheio de charme.
Cheio de tristeza. Cheio de nada. Cheio de mim.

O verso errado.

É difícil alguém conseguir me ler. Não tô dizendo que é impossível.. É só difícil, arduoso.
Falo, sou, almejo, sonho uma língua diferente. Um sabor diferente.
Sabor de fruta-pão. Sabor de chocolate amargo derretido em café.
Decifra-me e te dou meu amor.
Te dou meu pesar. 
Te dou minha luz. 
Me lê até o fim, que eu te conto o final.
Lê até a última linha, que eu abro meus braços.
Caso contrário, vai arder.
Arde porque não sou doce.
Sou pimenta, esperando alguém me morder, pra se arder.
Fique sem ler. Só por precaução.

Saudosismo.

E como eu sinto saudades... 
Sinto saudades do que passou há um segundo atrás.
Mas sinto mais ainda, daqueles momentos que não podem retornar, 

daqueles sentimentos que ficam guardados naquele instante.
É isso que faz a saudade ser tão especial. Um instante, uma saudade, uma dor
Tantas palavras cabem em um segundo. 
Quantas lágrimas caem em um segundo.
Quanta saudade eu sinto em um segundo.

Calha-te.

Sou um mistério até para meus medos. 
Sou uma dúvida para meus conceitos. 
Perco-me tentando dar sentido as minhas palavras
Mas acabo finalizando meus atos com poemas e sonetos sem pra quê e nem por quê.
Só por nascer com esse karma. 
Quem dera outra vida, eu tenha conceptismo o suficiente para cultivar meus pensamentos aluados.
Quem dera, quem dera.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Paralelo.

Livros são solitários
Só se tornam algo, quando alguém os lê.
Livros são como pessoas pra mim.
Se ninguém nos conhece, não existimos.
Se ninguém lê um livro, ele não existe.

A música

Os pés juntos na escada rolante
Subiu os degraus em movimento.

Acanhou o olhar
Descansou a dor

Comprimentou as pessoas do salão
Soltou o cabelo
Lambeu os lábios, como se procurasse algo

Juntou as mãos, por medo
Finalmente sentou

Permaneceu sentada
Olhares
No salão

Ele vinha andando em sua direção
Pegou sua mão amedrontada
Não abriu os olhos
Ele levantou-a
Dançaram pelo salão, sorrindo

Abriu os olhos, o viu diante dela
Acalmou-se
Sorriu, um sorriso branco
Abraçaram-se e desceram a escada rolante

A música ia desaparecendo conforme eles se afastavam
Mas ainda estavam dançando
Dançando ao som do amor

domingo, 26 de junho de 2011

Na pratilheira.

Foram aqueles livros cheios de poeira que a fizeram chorar.
Quem poderia culpa-la por sentir-se parecida com aquelas letras perdidas?
O cheiro de mofo dos livros sobre as pratilheiras... A faziam sonhar com o céu azul
Como um marcador de páginas, ela ficou alí, esperando que alguém a mudasse de lugar.
Esperando que alguém lêsse suas páginas amareladas.
Agonizando por uma mão, que abrisse sua capa não muito convincente.
Julgavam-a pela capa avermelhada e empoeirada.
Quando não sabem, que as mil e uma letras que estão dentro dela, é a alma de uma mulher que não chora poeira por que quer. Chora por que o tempo não se subverte.
O tempo não pára para nenhum livro. Nenhuma vida.
O tempo só amarela as coisas. Envelhece, dá alergia de pensar.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O Lençol

Entre os lençóis sobrou as dobras de todo o vazio que existe entre nós
A cama está gelada
Seus pés não esquentam mais os meus
Pois mesmo que estivessem entre esses lençóis, não me abrasariam 
Fervia a colcha e a janela estava sempre aberta
O que fiz foi queimar a maldita colcha, juntamente com todas as toalhas em que enxugou-se
A janela está aberta
Tanto frio me faz sorrir
As nuvens lá fora me limitam a pensar sobre a chuva
Honestamente venho exalado neblina dessa janela aberta
E não, não sinto culpa.
Nenhum tipo de ojeriza acrescenta esse sentimento de geleira
Faça-me o favor de permanecer queimando longe daqui
Longe dos lençóis frios e agoniados 
Cristalizando as nossas fotos, que nunca estiveram tão sem cor como agora
Acho que é culpa dessa janela 
Ou dos poetas românticos que leio
Ou do lençol.
Da cama.
Do branco.



 

terça-feira, 31 de maio de 2011

Tô fazendo tudo errado. Escrevendo versos de trás pra frente.. Em latim

Ironia mordaz

''Sou tão sarcástica, que meu sarcasmo me dá alergia. Para falar a verdade.. Não sou sarcástica sabe? Só sou meiga. Bem meiga. Pra caralho.''

domingo, 29 de maio de 2011

Deixo tudo assim.

Cortar tudo que não convém da sua vida, custa caro.
Custa mais que um vestido numa loja.
Custa seu conceito. Custa seu orgulho.
Mas se não convém, automaticamente não faz bem, não é?
E quem disse que precisa ser dentro dos flagelos da sociedade?
Tudo o que não presta sempre me fez bem. Todos sabem disso.
Querendo cortar o que não convém, o que faz mal fazendo bem.

Estratificação dentro de mim.
Quero esfaquiar meus horizontes, e tranformá-los em pedacinhos que não satisfazem mais meus desejos internos.
Mas como esfaquiar a si mesmo, sem sangrar até morrer?
Não posso desperdiçar meu alimento, por vontades novas.
O perigo disso tudo, sou eu mesma.
Meu medo, é de mim.
Nenhum doutor pode me diagnosticar.
Ninguém pode me curar de mim mesma.
É difícil, cortar as veias. Cortas as veias do que não convém.

sábado, 28 de maio de 2011

Esquisita necessidade de decepção.

Estou com nojo. Estou realmente com ojeriza de toda essa situação.
Me sinto iludida diante disso. Me sinto violentada.
Chocada e sem saber o que pensar.
As pessoas nos surpreendem de uma maneira, que as vezes ficamos perplexos e sem ação.
É das pessoas, que  menos esperamos que vem a apunhalada nas costas.
Pode parecer que estou escrevendo por experiência de algum momento ruim.
Mas muito pelo contrário, estou aqui escrevendo essas palavras desorganizadas por algo que nem foi feito comigo.
Mas não quer dizer que não me afetou.
Ainda esperei muito de algumas pessoas. Sentia que valia a pena esperar. E agora?
Agora, me bate um desgosto e um nojo sem tamanho.
Se já haviam motivos, agora todos eles estão acima da qualidade.
Me dá medo. Medo por não conseguir mais acreditar em quase ninguém.
Frustração. Essa é a palavra certa para esse momento em que me encontro.
É difícil sim, deixar de acreditar em alguém. É doloroso sentir que as pessoas podem mudar de uma maneira tão drástica e radical. E que infelizmente nem sempre dá pra acompanhar esse ritmo.
Estou realmente frustrada. Mas acho que também estou aliviada.
Aliviada, de saber quem são essas pessoas sem escrúpulos.
O que resta, é acreditar no que percebi, e aceitar que existem pessoas dessa qualidade, mesmo sendo alguém tão próximo, alguém tão querido.
Nunca é tarde para se decepcionar com alguém. Mas também nunca é tarde para aprender que confiança é algo de ouro. Algo raro, que não encontramos no mercadinho da esquina.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Adverso.


Jaqueta cinza, cabelo desajeitado, barba mal feita.
Vestido rendado, cabelo loiro e liso, maquiagem impecável.
Palavrões, cigarro e fones de ouvido.
Perfume exagerado, unhas pintadas, boca inquieta.
Olhos na mesma direção.
Mãos na mesma sintonia.

Bota preta e suja.
Sandália de salto.
Vocabulário xulo.
Palavras meigas e organizadas.

Sobram diferenças.
Faltam vontades de não quererem um ao outro.

O cheiro do cigarro chegou até os cabelos loiros.
Se incomodou. Mas não quis sair dali.
A presença era mais forte que o cheiro.

A maquiagem assustou um pouco a jaqueta.
Mas a jaqueta não se importaria em ser manchada.

Que jaqueta se importaria, em amar um vestido de rendas?



domingo, 22 de maio de 2011

Quão vão é esse frívolo.

Estranho e vazio a maneira como as coisas mudam.. é como se fossem lacunas preenchidas por quadros sem cor!

sábado, 21 de maio de 2011

Intra-celular

Olhando para as estrelas, posso ver o mar
Dentro do mar, ver uma onda de café
Café amargo, sem açúcar
Posso ver além do café..
Vejo a amargura do obscuro dentro da xícara de sal
Do mar de sal, da estrela de luz
O amargo, por falta de algumas colheres de açúcar
O amargo por falta de (pre)enchimento
Vejo a xícara quebrar no mar
Misturou-se com o azul
Agora não é só obscuro, é multicor
As gotas estão caindo
Estão transbordando das estrelas que vi
As gotas chegam até mim
Me molham, e eu só fechei os olhos...
As deixei penetrar meus poros.
Borbulharem, borbulharem!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Trejeitos


Quem foi que ousou dizer que há sorriso mais lindo que o seu?
Que louco pôde exclamar isso?
Não consegue existir barrocas mais bem furadas que as suas
Não tem como haver dedos dos pés, mais redondos que os seus
Garanto que ninguém nunca lambe os dedos quando está acanhado
Só você.
E o que dizer de quando você gargalha
Soltando essa risada eloquente
Sem reger o mesmo de qualquer um
Só por sorrir mesmo
Só por me cativar, a cada vez que pisca os olhos.
Sou apaixonado pelos seus trejeitos, quadrijeitos, quinquajeitos...
Qualquer jeito.
De qualquer modo, você me têm.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Contradizendo a politicação

Captado pelo radar social, voltamos à idade média
Será por falta de contundência?
Faltou foi estereótipo?
Associações de ignorância.
Apocalipse é isso.
Segregação social, por debaixo de nossos olhos.
Será a falta de colírio?
Enxergar a carência humanitária é pra poucos.
Só para os loucos.
Alienação, bipolarização, politicação?
Soa estranho.
Politicar soa estranho.
Político é estranho.
Mas política é arte. A arte de governar.
A falta de arte é a contudência em questão.
Às vezes parece que vergonha é só um nome pejorativo que a sociedade deu para diversão.

Intexto


Esquentou a sala, ao entrar com seu andar tão desconcertado
Jantou meus olhos quando abriu a boca
Senti esvair minha lucidez
Alucinada pelo seu trejeito, permaneci fitada naquela bota preta e suja.

Chegou tão perto dessa vez
Que nem pude tragar meu cigarro
De propósito fingi um espirro
Ele virou os olhos para mim.
Eu sabia.
Ele não.
Mas agora ele sabia.
Só não constatou o fingimento.
Mas como constatar o que não existe?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

As nimbus se foram




Estou sentada nas nuvens
Ao lado seu
Fazemos bolas de sabão, sorridentes
O sol esquentando nossas mãos
Vemos o mundo daqui de cima
O que sobrou do céu foi o nosso amor
Os nosso dentes nunca foram tão brancos como agora
Nossa vontade nunca foi tão aguçada como agora
Nosso amor nunca foi tão forte como um dia.
E o que me resta é essa nuvem, é você
Nossos abraços, apreço gigantesco
Nossa certeza, olhos brilhando
Você é minha nuvem.
Sou seu sol.
Nunca vou deixar de habitar seu céu.

domingo, 15 de maio de 2011

Amargas as ridas

Margaridas de campo
Margaridas que nascem na estrada
Margaridas que flutuam nos pensamentos alheios
São só as margaridas
São só as varreduras de um desejo
Escoando perfume de margaridas por toda parte
Pétalas voam, amareladas
Amareladas pelo sol
Perfumadas pelo olhar alheio
Margaridas, são só margaridas
Nada mais que flores.

sábado, 14 de maio de 2011

Caldo

Fugitiva
Amedrontada e fora do eixo
Isso era como costumava ser.
Junto do olhar das nuvens cinzas
Cinzas da cor do seu coração
Também foi leve
Foi um dia
Um dia amou
Ainda ama
Mas não consegue extrair todo o caldo desse amor
Que não é cinza
É vermelho
Não de sangue, ela acha que é de sangue, mas é de fogo.
Põe essa dor pra fora, põe essa desprezível necessidade de acanhar as letras que não ficam quietas
Nervosa pelas letras, pelas manias
E pela maneira que cultivou a si mesma
Fraca. Fascinante e Ferida.
Falta mais?
Ele já está aqui. O que fazes aqui?
Me pergunto o que eu mesma faço aqui?
Deveria estar alí, extraindo o caldo vermelho das letras
Parei de escapar.
Escapar, o capacho da sensatez.
Deixe-a se libertar, como o cisne negro no lago.
Escuro, o lago é escuro. Mas a alma não.


terça-feira, 10 de maio de 2011

Negando e se entregando.


''Junte-se à mim.'' Disse ele com os olhos brilhando.
"Faça uma massagem em meus pés." Disse ela em tom áspero.
"Abra seu sorriso" Singelo.
"Me dê um único motivo" Amena.
"Amo você" Medroso.
"Só?" Autoritária.
"Não é o bastante?" Triste.
"É sim, mas é o suficiente pra me juntar à você?" Insegura.
"Amor não é o suficiente, tudo bem. Eu por inteiro adianta?" Cabeça baixa.
"Ah.. Mas assim não vale..." Sorriso eloquente.
"Só por que você não admite que me ama, não significa que eu vou deixar você fazer isso." Sorriso de lado.
"Você não tem jeito... Você é mesmo um.." Mãos frias.
"Um..? Você não tem coragem de falar até o fim. Por que sabe que me ama." Mordendo os lábios de ansiedade.
Ela levantou e foi até ele. É, ela foi.
Ele a olhava com os olhos mais verdes possíveis. Sentindo que poderia deixar de ser o cara mais azarado do mundo em segundos.
"As vezes as pessoas só costumam fazer merda com as outras, por que sabem que são amadas. Ainda quer me amar?" Levantou uma das sobrancelhas, em tom ameaçador.
"E você acha mesmo, que não sei disso? Não precisa falar na 3ª pessoa. Já sei que está indagando sobre você mesma." Sorrindo. Só. Continuou:
"E não, eu não vou desistir, só por que você levantou essa sobrancelha em tom de ameça para mim."
"Ah! Você merece muita merda mesmo." Rugas.
"É por isso que amo você." Franziu a testa.
"E é por isso que eu não canso de fingir que não te amo." Mordeu o lábio, sorrindo.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Abc no imperativo.

Calma.
Mantenha a alma.
Sonhe com as nuvens
E não esqueça que elas são instáveis
Crie imagens
Atualize as imagens
Não vivereis de memórias postas
Leia as linhas dos versos mais inatingíveis
Conte o alfabeto, como se contasse ao seu amado que o ama
Ame o alfabeto como se amasse aquele que não te ama e não merece
Sonhe com o alfabeto também
Aproveite e diga para o alfabeto o quanto você se indigna com a ausência que ele causou
Não esqueça de dizer que não pode mais ler todas as letras dele,
Pois já sabes de cor e agora queres aprender outras letras.
E as novas nuvens irão criar a calma.
Acalmou?

Cafeína

Lá vou eu outra vez
Perdida na imensidão da dor
Juntando as folhas que se dizem minhas lágrimas
Aparentando solidão
Aparentei escuridão
Jantei café
Café preto, com gosto de saudade
Lambi os beiços à procura da nostalgia
Movi os olhos em direção ao vento
Vento que não tem cor, que não me deixa sorrir
Abro meus braços em sinal de indignação
Mas outra vez me vêm o gole do café
Gole que ardeu, mas não queimou.
O café acabou
Meu último gole foi este
Amargo e seco.

Achei que cansei

Cansei da velha maneira de achar tudo.
Dos seus achismos
Da boca que fala sem pudor
Das opiniões que ferem
E da falta de coragem
Cansei da falta de respeito

Cansei da falta de você
Cansei de você
Mais lamentável ainda, cansei de mim.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Recado do meu eu-lírico.


Confesso que estive com raiva. Estive com muita raiva de você.
Senti vontade de nunca ter te conhecido, de nunca ter feito o que fiz com você e por você.
Imaginei porque tive que sentir toda essa dor novamente.
Percebi, que mesmo que não tivesse sentido nada do que senti esses dias, depois do que aconteceu.. Tudo seria o mesmo. Pois eu amo você. E vai ser assim, até eu conseguir olhar pra você e não sentir minha barriga embrulhar. Até te ver online e não mudar meu comportamento.
Não ficar nervosa por saber que você sabe que me importo. Mesmo eu negando até minha morte o contrário. Pois modéstia parte sempre fui uma ótima atriz.
E quando esse dia chegar eu poderei dizer que não te amo mais.
Confesso mais uma vez, que não queria que esse dia chegasse. Pois apesar de todo infortúnio, é
com você que quero passar os meus míseros dias.
Sim, é você que eu desejo, desejei e desejarei.
Conformei-me com essa hipótese que meu coração tanto quis me fazer entender.
Já aceitei. Aguardo com destreza o momento certo de esquecer.
Que eu mesma tenha força pra carregar essa incerteza. E vou.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Enxugo e esqueço, pois amo.




Ele viu, o que ela fazia.
Ela fazia, e nem se importava com quem via.
Ele foi até ela.
Ela começou a chorar.
Ele a abraçou. Somente.
Não se falaram, só continuaram se abraçando, e respirando.
Ele pegou na mão dela. Ela com a cabeça baixa.
As lágrimas caíam.
Ele segurou agora com mais força as mãos frias.
Ela levantou o rosto.
Ele espremeu os lábios como se quisesse chorar.
Ela colocou uma das mãos em seu rosto.
Fechou os olhos, e disse:
-''Quantas vezes vamos nos machucar assim?"
Ele via a feição de lamento em que ela se encontrava.
E disse:
-"Abra os olhos.''
Ela não queria. As lágrimas pareciam tomar conta do rosto dela. Mas abriu.
Ele estava agora com um lenço nas mãos.
Ela não entendeu.
-''O que isso quer dizer?''
Ele sorriu. Pegou o lenço e pôs na mão dela.
-''Quer dizer, que depois de tanto sangue entre nós, precisamos apenas nos limpar, fechar essa ferida. E deixar que cuidemos um do outro, como só nós sabemos fazer."
Ela olhava para aquele lenço em mãos e não sabia o que dizer.
Então ela o abraçou com tanta força que perderam o ar.
Ele olhou para ela, apreensivo.
Ela passou o lenço sobre o rosto dele e disse:
-''Sei que tenho o poder de te fazer sangrar, mas sei ainda mais, que só eu tenho o poder de curar. Então por favor, não pense que em momento algum eu não pensei em você. Ou que a ferida que deixei em você, vai se propagar. Por que eu não iria deixar, eu não vou te deixar.''
Ele ainda estava de olhos fechados. Tentando não errar dessa vez, por que agora era fatal.
Muita dor, muito sangue já havia sido jorrado.
Então ele abriu os olhos, e a encontrou com lágrimas nos olhos, com um sorriso enorme. E esperando um beijo. Ele sabia que ela só queria isso.
Um toque e fim.
Tudo parecia ter se esvaído.
Mas é assim, quando se ama.
Quanto maior a tempestade, parece que maior é o esquecimento, quando tem-se o desejado outra vez.

domingo, 1 de maio de 2011

Vermelho de sangue. Sangue de amor.

Estou pisando em mim mesma.
Estive alternada sobre minhas próprias decisões.
Não consigo engolir minha saliva, por que meu sangue está pulsando pra fora do meu coração como se quisesse me espancar por dentro.
E o resultado são essas lágrimas sem precedentes.
Mas me bato mesmo. Me espanco por dentro, pois mereço.
Mereço muito mais do que ser espancada por mim mesma.
Meu sangue ainda não se esvaiu...
Me leve pra fora de mim... Me tire do meu eu.
Jogue todo esse martírio, longe das minhas veias.
Só quero admitir que não amo.
Só queria admitir que não preciso dele pra pulsar.
Sei pulsar sem sangue.
Sangue só trás mais sangue
E se eu não fosse tão tola, teria suportado toda aquela força que vem de não sei onde.
Mas já que fui, que eu sangre até cair.
Nada mais justo, que um mar vermelho de dor.
Consengui o que eu queria?
Se eu mesma me pergunto, onde vou parar?
Espalhada pelo chão.
Fingindo não sangrar. Fingindo não precisar. Fingindo não se acomodar.
Só fingindo.
Fingindo ser sangue, quando na verdade é amor.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Anéis.

Meus dedos buscavam os seus
Os seus não estavam atrás dos meus
Meus dedos continuaram soltos
Ganhei novos anéis e esqueci teus velhos dedos
Não estou mais à procura do teu polegar
Me bastam meus anéis.


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Alienados da segregação social.

Sou indignada. As vezes pareço cômica de tão indignada que sou.
Mas é como se eu devesse me sentir assim, como se fosse uma causa já sentir-me de tal maneira.
Sou também daquelas que gosta do que não é comum. Do que foge dos conceitos da sociedade, gosto da contra-cultura. Dos maus modos, dos maus gostos.
Admiro os cultos, e os loucos. Loucos de ponto de vista.
Loucos de alma, e loucos de pedra.
Pessoas estranhas me atraem, pessoas assim me transparecem pureza e abundância de conhecimento.
Alternância de pessoas pra mim é necessário.
Vale salientar, que não sei lidar com as mesmas. Não sei demonstrar afeto.
E se sei, é pouco. É coisa de louco.
Sonho com barbas, e tatuagens.
Barbas são totalmente grotescas, e me passam imagens e sons do interior do ser humano.
Aliás, a alma me transparece uma barba.
Adoro barbas. Barbas são legais.
Barbas são essenciais.
Juro que não sou louca.
Na verdade sou só um pouco insana.
Devo ser mesmo, pois sou uma adolescente de 17 anos, totalmente em crise com minha sociedade do séc XXI.
Uma sociedade alienada.
Jovens esqueceram do poder que tem, do que podem fazer.
Esqueceram das artes, da música verdadeira.
Esqueceram de Chico, Milton e Renato.
Será que esqueceram, ou que nunca souberam?
É triste. Talvez a louca nem seja eu.
Talvez a loucura esteja na porra da sociedade.
Não culpo a democracia. Culpo os próprios cidadãos, de não conhecerem sua história.
É, acho que sou insana.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Estada eloquente.

Fiz-me inverno.
E se eu almejar ser primavera?
Com suas flores, cores e perfumes intermináveis.
Já não me excita tanta doçura...
E se agora o almejo é outono?
Caíndo folhas sem parar, laranja sem fim.
Já me dói a mesmice.
O almejo mudou-se para o verão.
Calor, júbilo, contentamento.. Tanta junção de corpos.
Já me assusta a efusividade.
E me basta o inverno.
Solidificado, culto, insípido e com toda sua indiferença atemporal.
Com gotas reservadas.
Depois de passar por todas as estações, acho que fico com o meu inverno.
Insensível inverno.

Joaquins e Filomenas


Joaquim: "Sabes o quão sinto?"
Filomena: "Analiso..."
Joaquim: "Analisa?"
Filomena: "Analiso você, e sei"
Joaquim: "Hum.. Diga"
Filomena: "Os ponteiros do relógio sabem"
Joaquim: "Pergunto para eles?"
Filomena: "Deveria?"
Joaquim: "É necessário?"
Filomena: "Não"
Joaquim: "Então, só me abrace"
Filomena: "Só se você dizer o quanto sente"
Joaquim: "Você não disse que sabe?"
Filomena: "Ouvir isso, nunca vai ser crime"
Joaquim: "Eu te amo, pouco. Amar é bem mais que um eu te amo"
Filomena: "Não foi o suficiente"
Joaquim: "Nunca vai ser, por que não tenho como exprimir"
Filomena: "Eu sabia desde o começo. Bobo"
Joaquim: "Amo, quando me chama de bobo.. Tá aí.. Acho que é isso pra mim. O amor"
Filomena: "Ser chamado de bobo?"
Joaquim: "Não.. Sentir esse calafrio pelo corpo, e o brilho nos olhos quando escuto você pronunciar essas palavras para mim..."
Ela baixou a cabeça, ressentiu.
Ele levantou seu rosto, delicado.
Ela sorrio. O brilho do sol adentrou. A brisa continuou.
Se olhavam.
E era almejado. Esperado.
Básico como o vento.
E se já eram sinais aqueles olhares,
Que viriam dentro da alma,
Em busca de amor.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Cristais de culpa.

Me perco em meio a minha própria geleira.
Não derrete.
Vulcões de todo tipo
Já ousaram derreter esses cubos que predominam em mim.
Nenhum resultado foi suficiente.
Culpa dessa temperatura abaixo de 0º
A culpa é toda minha
A culpa foi de quem me congelou
A culpa é do gelo
O gelo é culpa minha
A culpa não é de ninguém
A culpa é da chuva
A chuva é culpa das nuvens
As nuvens não são culpa minha
São culpa do céu
E o céu é culpa da vida
A vida me entorpeceu
Me solidificou
E me tolheu
A culpa é finalmente, da própria culpa.

Falsidade benigna.

Junto de você eu fiquei.
Abraçamos os nossos compromissos.
Fizemos amor como se respirássemos
Exaltamos a paciência de querer o outro
Funcionou, e hoje sinto que a solidão ficou para trás
Atrás de nós.
Na frente de todos os arrependimentos, ficamos.
Extraímos nossos corpos de todos os males que nos rodeiam
Felizes.
Aliviados.

E eu estou mentindo, pois este poema é uma farsa.
Inventos de meu pscicológico frustrado.
Mas quem nos proíbe de imaginar?
Inventar sentimentos que não nos submetem.
Exatidão sem culpa.
Deixei-me fingir que sinto,
Já que não tenho o talento de sentir.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Vazio como quiseste.

Pegaste em minha mão.
Abriu meu coração
Mergulhou dentro de minha vida
Como se não tivesse expectativa alguma
Falou em meu ouvido coisas lúcidas para um bêbado
Me deixou atordoada quanto ao sentimento
Nem deu-se ao trabalho de chorar
De chorar por não nadar com a correnteza dentro do meu coração
Apenas senti-me alheia.
E o que posso dizer de você?
Justamente o que não posso.
Absolutamente, por que não disseste nada.

domingo, 17 de abril de 2011

Exalo o alfabeto.

Cômico é a maneira, como sinto-me aliviada.
Aliviada por descarregar minha ânsia de vômito, minha raiva, angustia, e solidão
Sob um trilhão de palavras.
Alívio para mim é semelhante à literatura.
Gostaria de respirar palavras, comer palavras e sonhar com palavras.
Pra mim, é uma droga. Viciante.
Totalmente dependente.
Dependente no mínimo de três versos.
Ou de 5 sonetos por dia.
Alimento-me mais de contos, do que de comida.
Choro o alfabeto.
O alfabeto me tem.
Obrigada literatura.

Onde estão minhas linhas de tempo?

Fim.
Meio termo.
Meio.
Começo.

É de trás pra frente, que corre minha vida.
Corre, de costas.
De costas está.
É relativo, correr de costas.
Pode parecer mais agradável.
Agradabilíssimo estar de costas.
Continuarei de costas para a vida.
E continuarei repetindo as palavras, repetindo as palavras.

Cronômetro verde.

Soltem as flores
Deixem-as exalar o perfume que possuem
Deixem-as colorirem o mundo
Deixem que os pássaros cantem, e vôem sob o céu azul de toda manhã.
Permitam a felicidade da natureza, adentrar sob seus olhos, e chocar seu coração
Diga sim, para o sol que brilha com tanta facilidade e talento.
Apenas inspire o oxigênio das árvores...
E deixe a inocência que a natureza transparece, tomar conta de sua alma por instantes.
Garanto que serão os instantes mais eternos de sua vida.
Temo que não possa mais ver, sentir, admirar todas essas maravilhas...
Sinto-me com pouco tempo. Tempo curto. Falta de tempo. Tempo que não existe.

Jazidas de barro.

Sinto-me deslocada em certos momentos de minha sã consciência.
Meu cérebro, deixou de adquirir afeição as pessoas em volta.
Acho difícil, me sentir envolvida com, ou por alguém.
Sinto-me mais absorvida que deslocada
Sou assim, por que já me dei demais.
Já absorveram amor de mais de mim.
Sequei.
Tudo que enche, seca.
E tudo que seca, tende à criar rachaduras.
Rachaduras, machucam.
Dizem que é fácil encher tudo novamente.
Não acredito nessa teoria. Pelo menos comigo, não seria tão fácil de aplicar.
Espero que deixem a secura permanente, sempre em mim.
Não sei se quero permitir que molhem.
Além de seca, pretendo ser quente.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Arquitetando lamentações.

Me faltou talvez o complemento.
A voracidade de um ser.
A paciência de prosseguir.
Juntamente com a essência de perdoar.
Analisando os fatos, que me prosseguem
Concluí, que o meu tormento é meu próprio parecer.
Tormento de dia, vem como brisa momentânea, ao balançar meus cabelos em direção ao meu rosto.
Tormento de noite, me aparece como escuridão.
Escuridão que me leva à sonhar.
Sonhando com o impossível
Impossível que me vem aos olhos, quando acordo
E vem o vento balançar novamente meus cabelos
Ao som dos passarinhos que cantam, como se quisessem me ofender
Tormento que vem de mim
Aproveito para esclarecer-me, das fontes de mal pensar que construí
Construí com dor, mas com orgulho.
Meus próprios defeitos, que agora me fazem perseguidora de mim mesma.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Outono chegou, prepare-se.


A falta que faz amar, é sufocante

Sufoca a alma

Atrasa.

É como beber água, sem ter sede.

É sede. Sede de sensações.

Sensações, estações.

Das estações, essa é o outono.

As folhas caem, só caem. Ninguém pode segurá-las.

O vento ajuda, e o sol é apenas telespectador.

A árvore, é o corpo.

Corpo pesado. Pesado de viver.

As raízes partiram-se, e a água...

Ah, a água... Para onde foi?

Dessa vez sente-se sede.

Dessa vez ela está em falta.

Falta amar. Falta água também.


quarta-feira, 6 de abril de 2011

A boina e o salto.




O salto havia quebrado no meio da rua. Ela não estava acreditando.
Era o sapato favorito dela. O melhor, o mais caro.
Sentou-se no banco mais perto, e tentava consertar de alguma maneira.
Como ela iria encontrar com ele desse jeito? Um pé acima de 6 cm e o outro abaixo.
Mancando como uma doente? Jamais falaria com ele desta maneira.
Precisava comprar um urgente. Nem que fosse um chinelo. Um chinelo meigo.
E com um laço pelo menos.
Foi até uma loja de sapatos que estava perto. Uma loja 'tem de tudo' na verdade.
Achou um que nem era tão feio. Foi até o balcão para pagar.
-''Vou levar este aqui.''
O vendedor estava de costas para ela. Usava uma boina cinza. Ela tinha analisado isso.
Ele virou. Ela se surpreendeu com os olhos dele. Continuou séria.
Ele mastigava uma goma.
-''É 20.''
Ela olhava pra boca dele.
-''É.. Tá aqui.''
Ele pegou o dinheiro, e cuspiu a goma no lixo perto dele.
Sorriu para ela.
-''Aqui seu troco.''
Ela guardava o dinheiro na bolsa. Quando o celular tocou.
-''Alô?''
No outro lado da linha, o cara que ela tinha tanto medo de fazer feio.
-''Como assim? Você não vai? Mas.. A gente já havia combinado isso a dias...''
O vendedor sentou-se em sua cadeira, e lia uma história em quadrinhos. Na verdade fingia ler. Olhava para ela desesperada ao telefone. Olhava por cima da revista.
-''Ah tudo bem.. Eu já ia ter que desmarcar também.. Estou saindo agora com as meninas, vou à uma boate... Ok, a gente se fala.''
Ela deu um grito na loja. Sorte, só havia ela e o vendedor.
-''Tudo bem seu cretino, eu nem queria mesmo me encontrar com você.''
Olhou para o vendedor, colocou a sandália sob o balcão.
-''Quero meu dinheiro de volta.''
Ele olhou para ela.
-''Sinto muito, não pode devolver a mercadoria.''
Ela estava com ódio. Estava vermelha.
-''Mas como não? Eu nem a usei! Não quero esta porcaria. Nem de couro legítimo é. Exijo meu dinheiro de volta.''
Ele muito calmo, apontou para uma plaquinha que estava atrás dela.
Estava escrito: ''Não aceitamos nenhum tipo de devolução.''
Ela abriu a boca, estava quase gritando novamente, quando ele levantou da cadeira, apoiou os dois cotovelos sob o balcão e disse:
-''Antes que comece a gritar como uma porca novamente, acho melhor calar-se e sair da loja, antes que eu chame a polícia.. Não vai querer ir tão cedo pro manicômio não é? É muito bonita pra isso.''
Ela apoiou os cotovelos sob o balcão também
-''Como ousa me chamar de porca? Olha pra você. Aí do outro lado desse balcão, com essa boina de 5ª categoria, e lendo uma revista em quadrinhos... De...''
Ela tentou olhar a revista, para saber sobre o que ele lia, e assim usar contra o mesmo.
Mas ele foi mais rápido e colocou em cima do balcão para ela não se esforçar para tentar ler.
-''O massacre em Silent Hill? Pelo amor de Deus! Eca.''
Ele riu.
-''E desde quando patricinhas sabem o que é revistas em quadrinhos?''
Ela levantou uma das sobrancelhas.
-''Eu pelo menos, sei. Leio desde criança seu grosso. Essa aí, é muito mal escrita, e os desenhos são uma droga.''
Ele gargalhou. Fechou a revista.
-''Ah claro! Sei... Por favor porquinha.. Ops! Senhorita, preciso trabalhar.''
Ela falou alto dessa vez.
-''Como é que é? Aí já é demais meu querido! Pode saindo, vamos até a delegacia.''
E foi até o outro lado do balcão, o puxava pelo braço. Ele nem se mexeu.
-''Delegacia? Por falar a verdade? Não sei se isso é crime. Você que devia estar no manicômio. Me solta!''
Ela parou. Estava na frente dele.
-''Levante-se agora! Não pode chamar uma lady de porca. Seu grosso. Você é um grosso.''
Ele riu. E levantou.
-''Tá, vamos até a delegacia.''
Ela sorrio. E bateu palmas.
-''Ah vamos! Você tem que estar preso.''
Ele pegou o casaco dele.
-''É, precisam saber que tem uma porca andando por aí, querendo devolver mercadorias por nada.. Gritando no ouvido dos cidadãos trabalhadores.. Isso é um perigo para a humanidade..''
Ela expressava ódio novamente, e o pegou pelo braço.
-''Isto eu não vou tolerar! Seu... Seu.. Como ousa?''
Ele só gargalhava.
-''Pode por favor me deixar trabalhar agora?''
Ela sentou na cadeira dele e com uma expressão de mandona disse:
-''Não.''
Ele olhou para ela, e fez um sinal para ela levantar.
Ela continuou sentada. Ele arregalou os olhos.
-''Não vou levantar. Nem adianta.''
-''Você quer um beijo para levantar?''
Ela levantou imediatamente.
-''Pelo amor de Deus, nunca! Já disse que sou uma lady. Você é nojento, e essa sua boina te deixa patético.''
Ele ajeitou a boina na cabeça.
-''Acho que está apaixonada pela minha boina. Não quer que eu lhe dê?''
Ela suspirou com ar de indgnação. E foi para o outro lado do balcão.
-''Acho que já está na minha hora, já joguei conversa fora demais com um cara como você.''
Ele foi até ela, e segurou sua cintura.
Ela tentou tirar a mão dele.
-''Um cara como eu? Tipo.. Um cara que te deixa sem ação? Ou um cara pobretão que lê quadrinhos como você?''
Ela ficou sem palavras.
-''O pobretão aqui mexeu com você?''
Ela olhou para ele.
-''E por que mexeria? Odeio boinas só isso.''
Ele gargalhou. A mão ainda estava lá. Ele tirou a boina, e colocou na cabeça dela.
-''Olha só, agora você está com cara de lavadeira. Ficou linda.''
Ele ria. Até demais.
Ela tirou a boina imediatamente, pegou a bolsa. E estava saindo, mas ele não deixou.
-''Aonde você acha que vai? Ainda mais com minha boina em mãos.''
-''Vou à delegacia. Acha que me esqueci dos insultos? E agora atentado ao pudor!''
Ele estava com um sorriso pregado no rosto.
-''Espere, antes de ir acho que precisa de mais uma queixa sobre mim.. Vai que essas aí são poucas?''
Ela virou com uma feição de desprezo.
Ele a puxou pelo braço e a beijou. Ela tentou sair, mas ela queria.
O casaco caiu no chão, a bolsa também. O celular tocava, e eles estavam derrubando as mercadorias.
O beijo durou minutos, e estavam quase tirando a roupa um do outro. Quando alguém entrou na loja.
Os dois pararam, ela descabelada, ele sem jeito. Olharam para a porta.
Era uma mulher, com uma criança.
Ela olhou para os dois, tampou os olhos da criança e saiu da loja.
Ela olhou para ele, e riu. Os dois riam.
Ele pegou a boina e colocou nela. Ela puxou ele para trás do balcão.
Eles caíram no chão. Em meio à tantos beijos ele disse no ouvido dela.
-''Desculpe por te chamar de porca. Você está mais para leoa.''
Ela gargalhou e disse:
-''Cala a boca, antes que eu me arrependa de estar atrás de um balcão com um vendedor de olhos azuis.''
Eles ficaram alí. Não preciso dizer que roupas rolaram certo?
E depois? Depois, é depois.
A menina de salto, e o cara de boina.
Nada. Ou talvez tudo. As diferenças se completam.
As diferenças são como as moléculas de carbono.
Queimam.

terça-feira, 29 de março de 2011

Sem nexo.


Dei uma volta sobre mim mesma.
Rodei, em busca de algo que eu nem sabia o que era.
Continuei rodando. Cai no chão.
Ri, quando cai. Mas eu não sabia porque rodava.
Você sabe por que acorda?
Sabe por que não pode lamber o cotovelo?
Provavelmente você não sabe.
Eu não queria saber de tudo.
Mas queria saber por que rodava como uma louca.
Talvez eu estivesse tentando encontrar o que eu já fui um dia.
Encontrar por trás de mim mesma, o que restou.
Mas a unica coisa que consegui foi cair no chão e ficar com vontade de vomitar.
Ainda não achei o motivo pelo qual, rodo sobre mim mesma.
Decidi que agora só faço isso pela imaginação.
Vai que meu cérebro encontra uma maneira de fazer minhas costas virarem meu abdômen?
Seria legal.
Seria rotacional.
Agora eu vou ver se acho meus restos pelo chão da sala.
Pode ser que quando cai, ficou por lá e nem me dei conta.

domingo, 27 de março de 2011

Calculadamente.


Passou a barba em mim, como se quisesse me arranhar.
Pegou no meu braço com força, de modo que o deixou avermelhado.
Cheirou meu pescoço com tanta vontade, que me arrepiei imediatamente
Lambeu o mesmo, com calma agora.
Arrepiada eu estava, continuei.
Ele me jogou na cama, com força.
Eu gostava, eu ria.
Ele sério. Mas eu sabia, que ele gostava.
Subiu em mim, como se quisesse nunca sair dali.
Me beijou com delicadeza.
Estranhei, mas gostei.
Os nossos pêlos estavam arrepiados.
Ele me beijava ainda, e passava as mãos pelas minhas coxas.
Parou o beijo, o rosto dele já dizia tudo.
Tirei a blusa, permaneci embaixo.
Ele tirou a dele, abriu o zíper.
Abri o meu, tirei o short.
O corpo dele estava quente, o meu provavelmente estava fervendo.
Ele me lambia, e sussurrava palavras no meu ouvido.
Não descreverei as palavras. Isso é segredo meu.
Aliás, o tesão é meu.
Enquanto as palavras dele soavam em meu ouvido
Nossos corpos quentes, grudados, suavam.
Ele mordeu meu pescoço.
Levantei, o joguei no meu lugar.
Ele sorriu. Eu mais ainda.
Fazia movimentos uniformemente variados.
A física explica.
A química ainda mais.
Compostos orgânicos combináveis.
O resto é só líquido.