quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ventania seca ventania.

                                                   
                                                                 Engoli seco dessa vez.

Me pareceu mais saudável, engolir a saliva e segurar as palavras ácidas que queriam expandir-se pelo ar.

                                                   Mas antes que escapassem, engoli.

Me embrulhou o estômago, mas depois acostumei com o reboliço em mim.

Balançou bastante minhas vértebras, mas antes que caísse novamente pude me levantar e abrir os olhos.

Os arregalei, e senti a brisa que passava no mesmo instante que pensava em cair.

É engraçado a nobreza do vento.

                                                            A paciência que possui.

Então abri os olhos, que secaram com o vento...

Deixei as minhas vértebras em reboliço

Enquanto a brisa passava por entre os fios do meu cabelo, um pouco desajeitado.

O que me restou? Aquele leve friozinho na barriga.

                                                     Juntei meus trapos sujos de mim

E permeti que o vento fosse mais forte e levasse consigo,
                   
                                                                                              Mesmo sem prazo pra voltar.
                                                                                                          Sem prazo pra secar.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Não chores.

Volta o momento de percepção.
Momento que não quero dar-me ao favor de ter.
Some daqui. Some de mim.
Seria útil se sumisse com minhas lágrimas.
As lágrimas que derramei, nem sei por quê. Nem sei quando.
Derramei meus lamentos, por falta de você.
Falta de mim também.
Amargura que o tempo construiu em volta de meus pelos.
Solte minha alma.
Não volto mais para as lágrimas derramadas.
Não volte mais.
Não me deixe mais voltar.
Peço-lhe que não chores, pois sinto o cheiro das lágrimas.
Só me obrigue a não amar você.
Pois se depender de mim, farei-o.
Não sei depender de mim. Por isso não chores.
Eu disse que não sabia amar, mas amei e não sei como voltar ao momento em que não havia percepção.
Por isso mais uma vez, não chores. Pois sinto o cheiro de longe... E você não pode me deixar entrar.
Sabemos a dor que causo, causei, causamos.
Me repugne. E só mais um lamento: Não me faças chorar, pois sinto ainda mais o cheiro do amor.

Perdão.

Me deixe aqui no meu cantinho. Não me mova nem me deixe nervosa, só me deixe aqui.
Componho meus poemas, e prosas ao longo dos dias, e meses.
Algumas vezes passo um tempo sem pensar nas palavras. Sem pensar nas escrituras.
Meia volta, percebo o descaso que tenho com minha imaginação. Mas logo me vem a memória, que não vivo sem meros versos. Mesmo que inúteis. Eles estão alí, para me salvar de mim mesma.
E quem diabos precisa de si, para salvar-se de si mesma?
Eu. Quem dera não fosse.
Agradeço, e peço desculpas as minhas palavras. As mil palavras que pulam e borbulham em meus cérebro. Em meu corpo, projetado por ossos, músculos e sangue.
Sangue que chamo poesia.
Poesia que chamo de linha.
Linha que chamo de Deus.

Seria se dormisse.

Pergunto-me se há outro jeito de ser.
Sem ser esse.
Sem ser.
Ser é necessário. Não me conforta.
O "ser"
Me sufoca, a dor de lamentar os momentos assistidos por mim mesma, na brecha da minha incapacidade.
Incapacidade alto-suficiente em que me encontro.
Prolongada, prolongando.
Inutilmente, junto palavras desconsertadas, embaralhadas com uma finalidade de encontrar uma conclusão aos meus sentimentos ilusionais.
Confusas são as minhas palavras.
Perco-as ao tentar me dar sentido.
Ao tentar me dar percepção a cada letra que deixo escapar de minha mente perturbada.
Mas o que me convinha mesmo?
Hum.. Ero o "ser".
Ser, de ser.. Ou ser, de criatura?
Tanto faz. É tudo obrigação nossa, de ter que existir.
Suponho, que seja mais fácil dormir. Assim você É.
Você ainda É. Mas não tem o peso do ''ser''.
Pois dorme calmo e sutil.
Mesmo que bêbado, ou drogado.
Dorme.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sufocando.

Pegou o cigarro que estava quase na última ponta.
Colocou na boca, tentou inalar o máximo que restou.
Virou o rosto, com o olho totalmente borrado em direção dele.
Virou os olhos ao vê-lo
Ele foi logo puxando-a para perto, com aqueles braços fortes e bruscos.
Ela só fechou os olhos, e na boca trazia um sorriso sarcástico e cheio de malícia.
Ele sabia que ela não era pouca coisa, que ela gostava de estrago.
Tratou logo de rasgar a blusa que ela usava.
Ela fez uma cara de surpresa
Ele piscou o olho
Ela sorriu, e mordeu o lábio
Ele tirou a própria blusa, enquanto ela abria o zíper dele com a boca.
Ele jogou-a na cama sem pudor
Ela passou a língua entre os lábios esperando ele fazer alguma coisa
Ele foi tirando a calcinha dela com leveza
Ela sentia os dedos dele deslizando
Os pelos dela estavam todos em êxtase.
Depois da calcinha tirada, e lançada pela janela
Ele tirou a própria cueca agora com rapidez.
Os olhares se encontraram, e pareciam calculadamente necessitados de prazer.
Ele mordeu o pescoço dela, como se estivesse ardendo em chamas.
Ela soltou um gritinho um tanto agudo.
Ele colocou a mão esquerda sobre o cabelo dela, puxando-o
Por um instante pensou que ela hesitaria, mas muito pelo contrário, ela só fazia rir.
Ele só conseguiu induzir o pensamento naqueles pelos em êxtase, e naquela respiração em seu ouvido.
Ela não pensava em nada, a não ser nas pernas dele enroscadas sobre as suas, e a maneira como ele mordia e beijava seu pescoço até o umbigo de maneira decrescente.
Ela lembrou do cigarro que havia queimado por inteiro em cima da cama.
Estava tão quente alí. Com aquele cheiro, de mistura de corpos, de ardência.
Aquele breve e intenso cheiro de nicotina.
O suor escorria pela cama. O lençol estava extremamente desarrumado. Aliás o lençol caíra.
Caíra com todas as intenções de amor de ambas as partes.
Isso meus amigos, é sexo por sexo.
Sexo por simples prazer e sufocante desejo.