quarta-feira, 30 de maio de 2012

Temor/dor dela.


- Isso mais uma vez?
- O que você acha?
- Só perguntei pra não perder o costume...
- Eu ainda te amo.
- E você ainda tem coragem?
- De que?
- De me dizer isso.. Pára! Pára com esse jogo.
- Eu não menti.
- Você sabe que só quero teu bem, tua felicidade..
- Eu também, por isso não posso ficar contigo.
- Você não gira bem. Como não se pode ficar com alguém que se ama? Pára de complicar.
- Eu não quero te machucar.
- Você sempre faz isso no final das contas.
- É, mas não é o que eu queria.
- E o que você quer?
- Você.
- Nunca vou entender.
- Amei e amo.
- Te fiz feliz?
- Ainda faz.
- Você não deixa...
- Você deveria tentar me dizer não, uma só vez.
- Quando eu te machuquei, pensei que fosse o suficiente pra ti.
- Liberdade. É isso que te desejo.
- Que tipo de liberdade você se refere?
- De mim.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Súbito de você.

De todas as vezes que me apaixonei, me decepcionei.
Me fechei.
Me machuquei.
Mas aí veio você, como quem não quer nada...
Você entrou na minha vida de uma maneira tão doce, que senti medo.
Senti medo por não saber o que fazer.
De certa forma sempre soube controlar minhas vontades. Mas contigo.. Ah!
Me sinto boba quando te vejo, me sinto lesada quando você ri.
Me sinto feliz por te ter aqui.
Encontrei o meu lugar ao teu lado.
Ainda não tenho certeza do que fez me apaixonar por ti.
Mas acho que foi essa loucura que sinto aqui dentro, agora.
Essa vontade que não cessa. Essa maneira de pensar em ti, mesmo quando não tem motivo.
É.. Sem motivo mesmo, só por que acordo contigo em mente todo dia.
Sem exageros.
E se ainda tenho medo?
Devo ter.
Mas se você quer saber... Eu não quero saber.
Eu quero você! Eu quero tudo que você me oferecer.
Vai ser o suficiente pra fazer com que eu me sinta tranquila.

Pra sempre, a primeira vez.


Ela fazia uma expressão de alívio misturada com ganância.
Ele só admirava aquela boca aberta dela.
Ela apertava o lençol branco com força.
Ele não perdia um só movimento.
Ela abriu os olhos com leveza.
Ele ainda fascinado disse:
- Você é maravilhosa.
Ela sorriu de lado.
Ele caiu sob aquele corpo, que mais parecia uma porcelana.
Ela o abraçou forte.
Ele fechou os olhos.
Ela disse:
- Você está tão quente.
Ele abriu imediatamente os olhos e juntou o nariz ao dela.
- Você me deixa assim.
Ela deu um beijo de esquimó nele.
Os dois gargalharam juntos.
Ela foi de encontro com a mão dele.
Ele apertou a mão dela.
Ela estava corada.
Ele disse:
- Me sinto completo.
- Por que?
- Por ter você.
- Tá frio, né?
Ele levantou a sobrancelha.
- Sim... 
- Me abraça forte.
Ele abraçou-a.
- O que você quiser... 
- Felicidade pra mim é isso.
Ele com a cabeça nos ombros dela, disse:
- O que?
- Esse abraço, esse calor que você me transmite, esse sentimento. Amor.
Ele olhou nos olhos dela novamente.
- Pensei que nunca me diria...
- Que te amo?
- Sim.
- Eu te amo, você sabe. Olha nos meus olhos... Continua olhando, eles vão te dizer sem palavras.
Ele continuou olhando fundo.
- Sempre soube, só queria que dissesse.
- Eu disse.
- Eu te amo.
- Só me abraça. Não larga...
Ele a apertou com uma força tão doce... Que ela sentiu vontade de nunca mais sair daquela cama, daqueles lençóis e daquele momento.
- Esse jeito que você sorri...
- O que tem ele? 
Ela sorria sem graça.
- O jeito que me olha, quando sorri. Faz tudo ficar tão mais fácil. Foi por isso que me apaixonei por você.
- Nunca vais deixar de sentir isso. Faço questão de te fazer pensar que é sempre a primeira vez que os olha...
- Me dá mais um beijo de primeira vez.
Ela fez que sim com a cabeça.
E ele a beijou levemente. 
Ela sorriu entre o beijo.
Ele mordeu seu lábio.
Eles ficaram alí.
E continuaram com o coração batendo forte.
Como se sempre fosse a primeira vez...


terça-feira, 22 de maio de 2012

Ne-ga-ção.


- Por que você simplesmente não me deixa em paz?
- Por que essa é uma escolha difícil.
- Me deixar em paz?
- Te deixar.
- (Respirou fundo.)
- Não entendo...
- Nem nunca vai.
- Eu quero você!
- Você sabe que não pode ser tão simples...
- Só se você quiser... Me deixa...
- NÃO! EU NÃO DEIXO.
- Mas...
- Some... Por favor.
- (Ele baixou a cabeça.)
- Eu... Não posso...
- Se deixar sentir?
- Me decepcionar.
- Mas você nem ao menos tenta.
- Não tento, por que prefiro o seco do nada ao imenso da dor.
- E como tens tanta certeza que vou te machucar?
- É sempre assim no fim. Esse é o ciclo do amor.
- Isso não é amar...
- E o que amar?
- Olha nos meus olhos, eles tem a resposta.
- (Ela virou o rosto.)
- Viu? Você não quer admitir.
- Vai embora.
- Vou, mas o sentimento vai ficar com você.

A margarida do meu jardim.

Tenho uma margarida.
Uma margarida bem amarela, cheia de charme e coragem.
Uma pequena margarida, que cheira a superação.

Ela floresceu e cresceu.
Amadureceu suas folhas.
A raiz é um tanto dura.
Cheia de espinhos pra quem ousa feri-la.

Quem a vê, acha que enxerga.
Mas só quem cheira consegue sentir a essência que ela tenta esconder de todos. Até do sol.

A tal da margarida, tem um coração.
É, ela tem sim.
Ela sente, chora, deseja.
Ela sorri quando arrancam suas folhas.
Ela sorri, por que tem medo.
Ela tem medo de se decepcionar mais uma vez.

Algumas pétalas se perderam pelo caminho...
Murcharam por dor.
Mas ela é uma flor!
E flores nunca perdem a cor.
Ela sabe o que é, e continua firme.

Eu aprendi a amar uma flor.
Aprendi a entender que nem sempre elas são almejos de charme e sorrisos.
Elas são um espécie única.
Aprendi a amar uma margarida.

Não sei se a margarida sabe que pode amar.
Ela ainda não floresceu completamente.
Mas o sol... Ah, o sol vai mostrá-la o quanto ela ainda vai desabrochar.

E eu confio.
Confio na minha margarida.


-

SIGNIFICADO DO NOME MARGARIDA: SUA MARCA NO MUNDO!

DISCIPLINA,PRATICIDADE,LEALDADE,CONFIABILIDADE,GOSTO PELO TRABALHO,SOLIDEZ E EFICIÊNCIA. 



sábado, 19 de maio de 2012

Florescer.

- Me sinto estranha ao teu lado.
- E isso é ruim?
- De jeito nenhum.
- E o que tem de estranho nisso?
- Sinto demais, algo que nem eu sei nomear ainda.
- Também sinto.
- Queria entender...
- Não faz esse esforço.. Sentir já é o bastante.
- Mas fico procurando as palavras pra tentar pronunciar o que se passa aqui dentro.
- As vezes palavras são insuficientes.
- Só sei que quero estar ao teu lado.
- Tem certeza?
- Sim.
- Então não desperdice nosso tempo pensando numa palavra.
(Ela baixou a cabeça, vermelha como uma pimenta.)
- Você fica linda com essas bochechas rosas.
(Ela sorriu.)
- Eu amo, o teu cheiro.
- E eu amo os teus olhos.
- Acho que isso basta.
- O que?
- Essa leveza que sinto, quando falo com você. Ou quando sorri pra mim.
(Ele sorriu, com aqueles olhos miudinhos.)
- Vem cá logo, sua bobona.
(Ela havia ficado mais corada do que o normal.)
- Não me puxa assim, que você não aguenta...
(Risos.)
- Ah é?!
- Deixa eu te falar uma coisa..
- Diga.
- Até de olhos fechados, eu te acho o mais bonito.
- Você realmente gosta de mim.
- A verdade é que, não sei como não gostei antes.




A suspeita.


- Por que mesmo depois de tudo, você ainda sorri assim pra mim?
- Seria o mesmo que perguntar por que você me machucou.
- Não tem resposta?
- Será que tem?
- Só você pode saber...
- Por que você faz assim comigo? Parece sempre querer me machucar...
- Eu não quero. Você me deixa sem saber o que pensar.
- Até à pouco tava tudo bem.. Todos os sonhos cultivados, e agora nem sei mais quem sou.
- Talvez não tenha que ser agora.
- O que?
- Nós.
- Disso eu já sei.
- E o que não sabes?
- Como fazer pra aceitar.
- Não queria que fosse assim.
- Te causo muitos problemas?
- Eu amo você.
- Isso é um problema?
- Não sei.
- A gente não sabe mais de nada, né?
- Tu tens medo?
- De que?
- Disso.
- Amar?
- Sentir.
- Não, você tem?
- Não.
- Então deixa que o vento leve o caos. O sentimento gruda.
- O problema não é te amar...
- E qual o problema, afinal?
- A dúvida. A mesma que me fez estar aqui agora.
- Não vai embora assim... Não vai embora de mim.
- Se eu for.. É por te amar demais.
- (Silêncio)
- Eu nunca fui daqueles que fazem sentido, cê sabe.


terça-feira, 15 de maio de 2012

Tu és, tão minha.

- Posso.. ?
- Não sei.
- Me deixa tentar.
- Por que?
- Não tenha medo... Só quero te fazer feliz.
- E se...
- Não existe ''e se''. Só existe foi ou não foi.
- O que tu queres?
- Entrar na tua vida.
- Você não vai mudar.
- Seus amigos não sabem quem eu sou...
- Nem eu.
- Você não sabe, por que não se deixa conhecer.
- Você me conhece?
- Bastante.
- E então, me diz... Por que ainda tá aqui se sabe que não te quero mais?
- Por que sei, que nesse exato momento você está mentindo, da pior maneira possível.
- (Silêncio)
- Você está com medo de ouvir o que tenho a dizer, está com medo de sentir. Eu entendo, mas não vou te deixar.
- Não tem medo de se arrepender?
- De você?
- É.
- Nunca. Você vai ser minha.
- E se eu já sou?
- Já te disse que "e se" não existe.
- Sou.
- Minha?
- Sua.
- Vem cá, sua... Boba.
- Não vou não.
- Tu nunca vai conseguir fugir de mim... E nem adianta me direcionar esse olhar.
- Dorme comigo, hoje.
- Só hoje?
- Responde de uma vez.
- Claro!
- Minha cama é vazia sem você.
(Silêncio, olhares.)
- Ei!
- Hum...
- Eu te amo.
(Ela levantou as sobrancelhas.)
- Isso eu nunca vou poder te negar.
- Teus olhos não deixariam, moleca.
- Fica.
- Aqui?
- Em mim.
- Já estou.
- A cama ainda nos espera.
- Não mais!
(Ele a puxou  pela cintura, caiu por cima dela e sob os lençóis brancos.)

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Da libertinagem à relatividade.

Digam-me vocês, pessoas aparentemente normais de nossa sociedade.
Digam-me com claridade e nitidez, o que é ser correto?
O que realmente é fazer o certo?
O que é o certo?
Queria saber quem determinou essa finalidade, esse padrão de ser.
O que é uma prostituta para ti?
Uma vadia, uma desmerecida, pecadora, indigna, perturbada.
Mas quem seriam vocês sem elas?
Digo isso, por que a partir delas, que vem esse conceito de virgindade, de pureza, de moças corretas.
Não existem argumentos que me comovam a dizer-lhes, que concordo com esse padrão de liberdade que impuseram.
Me retiro quando digo ''vocês''.
Me retiro, por que me recuso a fazer parte dessa linha de pensamento impulsionado pelo purismo hipócrita de toda essa lavagem cerebral.
E a bendita da liberdade? É algo relativo ao teu ver?
Já me intrometendo na minha própria pergunta, digo-lhes que a liberdade não pode se encaixar no fator da relatividade.
Espero que Albert Einstein me perdoe, mas não concordo que tudo seja relativo.
Ou se é livre ou não. Liberdade não é imposta, é conquistada.
"Não confundam liberdade com libertinagem."
(Suponho que saibam que essa frase foi utilizada a primeira vez pela burguesia após a Revolução Francesa.)
Nunca, mas nunca mesmo vivemos numa nação livre.
Dizermos é diferente de termos e fazermos.
O passado é sempre bom demais, quando já se passou.
Qual foi a melhor época da tua vida até agora?
Tenho quase certeza que dirá: A infância.
Hoje foi. E antes? No momento que querias brincar e não fazer o dever de casa, e teu pai te deixou de castigo por que chegaste em casa 1 hora após o determinado, você chorou de castigo no quarto.
Naquele momento sua infância não era a melhora época de sua vida, era?
Sempre quando passa, se torna melhor. Ontem lamentavas, hoje tu ri.
Então queridas pessoas normais, conceituais, espero que me respondam um dia.
Um dia, irão conseguir me responder o que é ser correto e liberto.
Libertem-se da libertinagem de suas cabeças.
Pensem, mas sem deixar de ser livre.

-
Texto inspirado em meu professor de Literatura: Tomaz Maciel.


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Lacuna de nós.

- Sentiu minha falta?
- Quando?
- Quando fui embora.
- Por que pergunta, se já sabes a resposta?
- Não sei não.
- Senti falta da falta que eu não tinha, quando estava ao teu lado.
- Não sei porque não demos certo.
- Não sei porque você foi embora.
- Ainda estou aqui.
- Mas não pra mim...
- Se você quiser.
- Só fale quando tiveres certeza.
- Ô menina... Sempre foste tão realista. Por que não se permite sonhar?
- Eu gosto de fatos, não gosto de imaginar.
- Talvez se pensasse mais um pouco, sentisse coisas que nem imagina.
- A falta ainda está aqui.
- Eu sou a falta?
- O que acha?
- Não quero mais achar...
- Isso nunca vai terminar.
- Isso o que?
- Nós. Essa loucura, essa mentira, esse medo, esse sentimento, esse vazio.
- Talvez. Mas não quero que termine.
- Queres para sempre ser a minha falta?
- Quero completar... Me deixa tentar?
- Não posso dizer que não.
- Isso é um sim?
- Suponho que sim.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sentir-se.


- Depois de ti, nunca mais fui normal.
- Nunca foste, afinal.
- Você piorou tudo.
- Amar é a maior loucura cometida entre nós.
- Acho que é a realidade que eu escolhi ter.
- Ser louco não significa não ser realista.
- É, acho que amo você.
- Acho que te escolhi, por que sabia que ia me amar.
- E tem como não?
- Não.
- Você se acha né?
- Ultimamente só me perco. 
- Por onde?
- Por você.
- Por que?
- Não pergunte o que nunca vai ter resposta. 
- Tão difícil assim?
- Já te disse, que amar é a maior loucura.
- Basta sentir não é?
- Sinto-te todo dia.
- Então, agora me respondeu.
- Era o que queria ouvir?
- Além do que queria. Sinto-te tanto quanto tu me sentes.
- Será assim até o dia que não formos mais insanos.
- Esse dia nunca chegará.



terça-feira, 1 de maio de 2012

Ah!/Almeja/Me beija.

Costumam dizer que é aos domingos que o coração se contrai, sentindo saudade e almejando carinho.
Eu costumo sentir isso todo dia. Especialmente à noite... Não sei se é meu modo estranho de reagir à escuridão ou se é apenas por que sou insana.
Não, não. Acho que sinto apenas o que queria sentir.
Eu queria. Queria, quero e ainda continuo querendo.
Querendo beijo no pescoço.
Beijo no nariz.
Pés enroscados.
Pele na pele.
Filmes na madrugada.
Brigas ciumentas.
Banho junto.
Dançar junto.
Sentir junto.

Sinto-me sozinha, sem poder sentir essa coisa toda. Toda essa agonia. Agonia de embrulhar o estômago.

Ah! O amar...