sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Voou.

E os passarinhos me fazem sentir imensa inveja.
Inveja de como voam sem destino por diversos verões.
Como transitam sem culpa, e felizes.
Passarinhos são a minha sina.
Gosto de te sentir. Gosto de te imaginar, gosto do teu cheiro que mora no meu coração. Gosto da forma como me alegra, a maneira como me clareia. O jeito que me faz rir, como se pudesse abrir a janela e ver o vento. Eu sinto que não sou sem você. Sinto, sinto e ainda sinto.
Me sinto, por que te sinto.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

P's.


"Vem pra cá, deixa de ser tão orgulhosa.''
"Não."

"Quer que eu vá até aí só pra te trazer no colo né?"
"Você pensa demais."
Ela piscou.
Ele levantou a sobrancelha em tom de sarcasmo e foi até ela.
"Palhaça."
"Porco."
"Primata."
"Por que, tantos p's?"
"Por que tanta pergunta?"
Ela ascentiu.
Deitou ao lado dela. Pegou em sua mão.
"Paixão"
"Paixão?"
"É, paixão. Você é a minha."
"Por que diz isso agora?"
"Faltou meu xingamento pra você, com a letra P."
"Isso é xingamento?"
"É, o elogio é: Você é meu amor."
Ele sorriu. E mordeu o dedo que ela havia colocado no nariz dele.
"É assim que me agradece?"
Abriu a boca em tom de indignação.
Ele gargalhou.
"Amor não começa com P, então não vale, espertinha."
"Mas olha só você querendo ganhar de mim a todo custo..."
"Tenho uma melhor"
"Então diga."
Ela sentou. Ele também.
"Você é minha Pintura."
"Hum?"
"É.. É de você que vem minha inspiração.. Minha luz, minhas cores e meus tons."
"Ela abriu um leve sorriso, o abraçou forte."
"Viu? Eu sempre ganho!"
"Não... Eu sempre ganho, por que eu que tenho você. Minha primavera."
"Ah... Não, assim não vale..."
E então veio aquele “P” de repugnante “Surpresa”.
O beijo eterno.. O beijo da promessa.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Pétalas de você.

As flores em mim, estão um pouco mais murchas.
A sua falta me faz sentir sede.
Nem sempre, você está aqui pra me regar.. E o que eu faço com essa vontade louca de te beber?
Não posso mais viver nesse jarro sem tua terra.
A minha terra não me acalma mais.
Não me trás alegria, não ver suas mãos, cuidando das minha pétalas.
Como eu queria, desejaria, imploraria pra qualquer árvore, que você virasse minha raiz.
Oh, como viverei meus dias de flor, se não posso florir.
Como posso viver sem poder sentir teu cheiro?
Como posso ser flor, se minhas pétalas são você?

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Morte viva.

Estive estagnada por uns instantes esta manhã.
Me deparando com a morte, em seu estado mais delicado...
Me veio a cabeça, o sintoma de premonição e saudosismo
Fico parada olhando para mim mesma, tentando entender como a vida é consumista de nós mesmos
Absorve nossos bens mais sinceros, e nossos amores mais amados.
Me passam pela cabeça tantas palavras ao mesmo tempo, sobre o que é a morte.
A morte é um sono leve, cheio de sonhos amargurados e longe, tão longe de nós.
É como um pássaro que aprende a voar, depois que quebra as asas...
É correr na chuva, sem chuva.

Eu me refiro a morte, com cautela, e não com medo.
Não tenho medo da morte.
Tenho medo dos pequenos e eternos instantes antes dela.
As lágrimas caíam dos meus olhos, enquanto eu ainda estava alí parada tentando entender.
E adivinha... Eu não entendi ainda.
Quem sabe, só entenda quando meu instante eterno de estado sonolento se aproximar.
Quando eu estiver dançando na chuva, sozinha. Sem chuva, sem frio.
Só. Sozinha.
Eu e a morte.


terça-feira, 9 de agosto de 2011

As linhas da nossa leveza.


Me beijou de leve, com aqueles lábios tão finos.

Senti seus olhos apertados, enrroscados nos meus.
Fizemos promessas, com nossos pensamentos entrelaçados.
Não soltei você em um só momento.
Você tampouco.
Unimos nossas mãos, em forma de cumplicidade.
Você me disse ao ouvido: Gosto de ver essas linhas que tem em volta da boca...
E eu sorri e apenas o abraçei forte.
As linhas ainda estavam lá... As da minha boca, as da nossa felicidade.
Os pontinhos, que haviam se ligado durante tanto tempo.
E nunca, nunca perderam o caminho. As linhas permaneciam em nós.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Dá.

Vem pra mim, vem agora.
Dar cheirinho.
Dar carinho.
Dar-me.
Me dar, pra você.

Me doe.
Me doou pra você.
Me levo em você.
Em você.
Você.
Eu.
Nós.
Não é fácil.
Nunca foi.
Mas nunca deixou de ser.
Nunca deixaremos.
É só você, meu bem querer.

Meu doce.

Minha fruta docinha caída do pé.
Meu açúcar dourado.
Meu brigadeiro granulado.
Minha luz.

Meu perfume.
Meu doce de coco.
Meu amor.
Amor meu.
Só, somente, unicamente.
Meu pingo, em meio ao mar.

Me beija.
Me leva.
Me tira daqui.
Me leva pra ti.

Minha canção.
Meus pés.
Minha frutinha docinha, caída sob meus pés.



Chorando felicidade.

É verdade que quando estamos felizes choramos também, não é?
Mas como pode ser?
Suponho que seja tanto amor, encubado dentro dessa máquina que é nosso coração...
Que simplesmente, as veias pulsam mais rápido, deixando os olhos estremecidos
As artérias entram em erupção, fazendo seu sorriso abrir de ponta a ponta como se fosse marcado.
Só sei, que sinto meus ouvidos latejando de felicidade...
É louco né? A maneira como nosso corpo reage ao amor.

Deixa, mas não me deixa.

Me leva pra janela... Vamos tomar um chá, e viver de nossos abraços.
Me dê um beijo no pesçoco e sinta o meu perfume.
Me puxe pra dançar entre as rosas, que eu te puxo pra viver do meu amor.
Me deixe abrir os braços pra você.
Me deixe pegar em seus dedos tão desajeitados, enquanto fala em meu ouvido o quanto sou atrapalhada com as palavras...
E por fim.. Deixe-me grudar em você. Deixa tua cabeça em meu ombro, que eu te levo pra mim.

domingo, 7 de agosto de 2011

Leves dias de páscoa.

As vezes penso que sou fogo.
Fogo que me arde as veias, em vez de me proteger.
Não, eu não sou fogo.. Eu sou chocolate derretido ao leite, em dia de páscoa
Mas só algumas pessoas quando provam deste chocolate, sentem gosto doce
Alguns queimam a boca, por que não sabem saborear.
Nem me preocupo.
Os poucos que me saboreiam, são os poucos que me fazem feliz nos dias de páscoa.

Seus olhos.


Ele a olhava de longe, mas sem a intenção de fazer com que ela o avistasse.
Mas, mal sabia ele que ela o olhava nos momentos em que ele tirava os olhos da mesma direção.
E mal sabia ela, que ele a amava.
E mal sabiam os dois, que se amavam.
De repente, os olhos se encontraram no mesmo instante.
Pararam.
Só se olharam.
Ela soltou um sorriso de lado.
Ele levantou a sobrancelha.
Ela baixou a cabeça.
E ele continuou olhando aqueles olhos. Nem ele sabia como conseguia.
Ela sabia que ele a olhava todos os dias.
Ele sabia, que ela sabia.
Só não sabiam o que fazer
Mas quem sabe o que fazer, quando se ama?
Ela levantou, e foi até ele.
Ele não acreditou quando ela se aproximou e disse:
-''Posso sentar aqui?''
Ele só fez que sim com a cabeça. Não que ele não quisesse falar. Ele só não conseguia tirar as palavras da garganta.
-''Se incomoda?''
Ele respondeu que não com a cabeça, outra vez.
Ela então soltou uma leve gargalhada.
-''Você é sempre assim, tão mímico?''
Ele respondeu que não com a cabeça. E logo falou:
-''Só costumo fazer isso, quando encontro garotas como você.''
Ela levantou a sobrancelha e se aproximou.
-''Garotas como eu?''
Ele respondeu, sem mimicas desta vez:
-''Garotas, lindas.. Com uns olhos, que me deixam sem ação. Sem palavras e frases prontas. Aí fico assim, parecendo um babaca mudo.''
Ela baixou a cabeça, e uma mecha de cabelo caiu sobre seus olhos.
Ele tirou a mecha, e eles então se olharam tão próximos desta vez.
Ele chegou mais e mais perto. Ela sorria.
Ele ia beijá-la. Mas parou no caminho.
Ela não entendeu.
Ele então só disse:
-''Seus olhos não me deixam te beijar.''
Ela não conseguia parar de rir. Mas era só nervosismo.
-"Eu fecho os olhos."
Ele agora riu. E colocou a mão direita sobre o queixo dela.
Ela de olhos fechados, e com a boca um pouco avermelhada.
Ele fechou os olhos também, e a beijou.
Quando o beijo cessou, os dois se olharam e disseram ao mesmo tempo:
-''Seus olhos, não me deixaram continuar o beijo''
E os dois caíram na gargalhada.
Ele disse:
-''Nunca pensei que um par de olhos, me fariam ficar assim.. Amando.''
Ela fechou novamente os olhos e disse:
-"Pára de olhar. E me beija.''
Ele a beijou.
E beijou.
E beijou.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Tem.

Dizem que a saudade é por sentir falta.. Sentir a falta do que não se tem.
Já eu acho, que saudade é pra quem tem demais.
Quem sente demais, quem chora demais, sonha demais, fala demais, olha demais, come demais, dorme demais.
Tudo por demais.
O que não se tem,não é pra quem tem saudade.

Por que a falta está no demais.
No sabor da saudade.
E a saudade é pra quem tem.
Quem tem, aquilo que não pode ter.

Esteja.

Me falta você.
Falta a mim por falta de você.

Então tudo me falta.

Me falta a falta que eu sinto de não sentir você.
Você me faz tanta falta, que a falta fica tão vazia.
Vazia estou-me por não estar ao teu lado.
Tome tempo, pra me fazer dormir.
Tome tempo pra poder rir.
Tome tempo pra o tempo tomar.

Esteja você onde estiver.
Esteja com a minha falta, por que estou com a sua.

Chora chora chora com dor dor dor

Saudosa me levo pelos dias, de todos os meses que passam lentamente ao som dos meus penares
Me pego chorando, com lágrimas salgadas pelo rosto inteiro...
Não me peço amor, pois não sou nada mais que saudade
Da cabeça aos pés, sou-me saudade
Sou apenas aquela leve brisa do mar, sem respostas de por quê
Passará, passará a saudade.
Passará dos meus pés, ao meu ouvido

Com dor, com dor dor dor dor
Choro choro choro o choro de quem não aguenta mais aguentar

Me tenha bem, pois não me quero mais.

Permanece ausente.

Fere meu coração a dor dessa distância.
Todo esse asfalto que existe entre nós.
Choro com dor, por não tê-lo ao meu ladinho
Por não sentir teu cheiro com gosto de mel
Não sorrir com seu sorriso, não olhar os teus olhos fixos em mim
Sentir tua respiração em meu ouvido
Abraçar o teu abraço
Sonhar o teu sonho.
Já me basta as lágrimas da tua ausência
Quero as lágrimas felizes pela tua permanência.