domingo, 26 de junho de 2011

Na pratilheira.

Foram aqueles livros cheios de poeira que a fizeram chorar.
Quem poderia culpa-la por sentir-se parecida com aquelas letras perdidas?
O cheiro de mofo dos livros sobre as pratilheiras... A faziam sonhar com o céu azul
Como um marcador de páginas, ela ficou alí, esperando que alguém a mudasse de lugar.
Esperando que alguém lêsse suas páginas amareladas.
Agonizando por uma mão, que abrisse sua capa não muito convincente.
Julgavam-a pela capa avermelhada e empoeirada.
Quando não sabem, que as mil e uma letras que estão dentro dela, é a alma de uma mulher que não chora poeira por que quer. Chora por que o tempo não se subverte.
O tempo não pára para nenhum livro. Nenhuma vida.
O tempo só amarela as coisas. Envelhece, dá alergia de pensar.

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