segunda-feira, 17 de março de 2014

5.



Eu te olhei de longe a primeira vez. Eu senti teu aroma, senti teu olhar, senti tua pele sem nem mesmo te conhecer.
Eu não sei de onde tiro todos esses malditos sentimentos, mas eles continuam vagando sobre minha mente todas as noites.
Olhando para nossas fotos, hoje, me veio o pensamento que eu nunca tive a certeza de que te tinha de verdade. Esse teu olhar de gata arisca me dava medo e ao mesmo tempo era um vício difícil de deixar.
Eu sinto que ainda dependo da tua permanência.
Eu queria escrever algo mais bonito, que soasse poético e que pudesse valer de alguma coisa toda essa minha amargura entalada durante esses 5 meses.
5 meses que não sei mais quem tu és, o que tu fazes, se tu ainda pensa em acordar às 15 hrs da tarde, achando que são 11 hrs da manhã. Será que tu ainda engole chicletes ao invés de jogá-los no lixo?
Será que tu tens alguém na tua vida? Será que teus beijos agora são de outro alguém?
Será que tu lembra de mim com aquele recado que deixei no teu guarda-roupa?
Vez ou outra lembro da gente naquela praia tomando suco de cajá e fazendo promessas um ao outro.
A lua estava extremamente linda nesse dia, você lembra?
Eu lembro.
Eu lembro de como o mundo parecia ser um sorriso aberto, só porque você estava do meu lado dizendo: "Você é tudo que eu sempre quis"
Sim, você era tudo que eu sempre quis também.
O que aconteceu? Será que foi culpa das vezes que reclamei porque você engolia todos aqueles malditos chicletes?
Se foi isso, me perdoe.
Eu só queria que você estivesse segura, aqui, perto de mim.
Mas que seja. Que seja assim, que seja amargo e sem a doçura desse seu chiclete sem gosto.

Não te vejo mais, não te sinto mais, não te conheço mais.
Só penso que sei de alguma coisa.
O adeus sempre vai ser escolha minha.
5 meses é tempo necessário pra nada.

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