domingo, 4 de setembro de 2011

As asas que ainda não cantaram.

Abraçou a roupa no varal, como se quisesse sentir o perfume do sol.
Soltou os cabelos em forma de concha.
Não quis fechar os olhos.
Só quis admirar as nuvens daquela tarde.
A grade a impedia de atravessar o horizonte, mas ela ainda queria mais.
A vida não é só os passarinhos cantando em tom de lirismo.
A vida ainda não era o suficiente para ela.
Queria o infinito de todos os cantos, queria a imensidão do ser, ao mostrar-se para o vento.
E o vento, o sol e os pássaros ainda iriam conhecê-la.
Ainda iriam trazer as boas novas daquela tarde.
As boas novas da trajetória que estava prestes a escrever... Como num conto.
Como numa crônica de si mesma.
As linhas que iam ser preenchidas de lirismos de passarinhos sem medo de voar.
E o horizonte sem grades dessa vez, era o seu sol.

3 comentários:

  1. Que inveja positiva eu senti agora. Inveja do texto e das sensações. Acho que será o último texto que lerei nessa noite, apagar-me-ei com bons sonhos.

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  2. Agradecida imensuravelmente por seu comentário!

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