segunda-feira, 7 de março de 2011

Fingindo introsamento.


Por incrível que pareça o que ela mais esperava era, que as pessoas não a venerassem tanto, nem que a dessem tanta atenção.
Ela só queria viver sozinha. Estar sozinha.
Mas ninguém achava que ela tinha capacidade o suficiente de fazer isso.
Tudo que ela efetuava, parecia ser incompleto para os outros.
Nunca era o bastante, e quanto mais as pessoas queriam estar de olho nela,
ela parecia fazer mais para continuarem olhando.
Não que ela quisesse. Ela só queria era poder não magoar essas pessoas. Que eram tão importantes para ela, mas que não aguentava mais. Não podia mais aguentar todo aquele expanto. E carinho. Estranho uma pessoa não aguentar tanto carinho né?
Mas ela não gostava.
Ela sentia amor. Ela sentia sim.
Mas não exalava. Ela só queria fingir que não precisava disso.
Um dia talvez por a caso, ela acabe descobrindo que precisa. Até lá, ela vai vivendo assim.
Recusando qualquer tipo de atenção. Qualquer tipo de carinho, e formas de amor.
E quanto a atenção?
Ela vai aguentando isso, até onde pode.
Fingindo que está feliz, em meio a tantas pessoas diferentes dela, e com pensamentos tão distintos sobre ela..
Vai fingindo, que está com a cabeça em cada conversa que se altera. Em cada copo de vinho.
Em cada garfada que dá, naquela comida maravilhosa.
Com tantos sorrisos. Às vezes até falsos. Mas que pelo menos ainda sorriam.
E ela? Nem se atrevia a sorrir. Uma vez perdida ainda sorria de lado.
Só quando realmente achava um pingo de sarcasmo em algumas atitudes.
Além disso, nada mais.
E assim iam os dias dela em meio a tal situação.
Imagine-se viver assim, só por um instante.
E só por um instante tente não fingir que nunca se sentiu assim.

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