terça-feira, 30 de novembro de 2010

Calçada movediça.

Eu sinto como se meus pés não pudessem alcançar a calçada..
Necessito tanto desta calçada, mas que o coração necessita de uma cirurgia quando há alguma complicação.
Essa calçada é o meu lar, o meu ponto de equilíbrio... Descalça mesmo, eu costumava andar sobre ela, com todo meu poder, com todo o meu achar. E no fim, eu senti ela se afastando de mim, como se as árvores cada vez mais espalhassem suas raízes sobre ela. Sobre a minha base.
E assim destruindo toda a superfície, e só deixando pedras muito duras, e sem vida...
Aquela calçada era tão linda, ela cuidava de mim, me aquecia nos momentos de puro gelo naquele coração que estava prestes a se romper.
Mas no fundo de toda essa bagunça de raízes e pedras cinzentas, há uma poeirinha bem lá no fundo...
Onde eu não posso deixar de ver, e crer que no meio disso tudo, essa tal poeira ainda me dá a chance de começar tudo outra vez. E quem sabe construir outra calçada, mas agora em vez de pedras e raízes, somente areia e plenitude?
Talvez dê certo.. E se não der, eu vou começar de novo, e mais uma vez.

sábado, 27 de novembro de 2010

Apenas um gole, só mais um.


Qual o grau de diferença entre o amor e o arrependimento?

Acho que o amor vem junto com a saudade.
O arrependimento precedido da culpa.
Mas como saber a diferença entre eles?
Minha cabeça quer me fazer pensar que é amor.
Mas eu sei que não é só isso.
Afinal, eu tomei a decisão de afastar alguém
que só me fazia bem, mas que eu fiz muito mal.
Contraditório não?

Mas como saber a linha de diferença entre a saudade e a culpa?
Pra mim elas são parecidas.
Não são iguais, mas quando está na situação em que me encontro fica difícil de saber,
se a saudade não vem carregada de uma dose forte de culpa.
É como se fosse um drink. Que eu preparei pra tomar.
Um tanto de paixão, misturado com mágoas.. Uma pitada de arrependimento, acompanhado de
uma dose forte de saudade. E a culpa de acompanhante.
Bebi tudo em um único gole, e agora meu corpo me prende e eu não sei mais o que pensar. Nem o que sentir.
Estou bêbada de alusões.



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Estrelas, luz e mistérios.


Já parou pra saber, o que existe nas estrelas?
O que será que existe em uma estrela?
Será que há somente luz? E não existe escuridão.
Ou será que é como dizem: ''Quando uma estrela já está morta, o brilho dela só chega na terra anos luz depois''
Será então que as estrelas que vemos não brilham mais?
Que até elas nos enganam.. Com essa luz de segundo plano?
Elas devem ser na verdade, completamente vazias e escuras.
Assim como vários ''homo sapiens''.
Assim como um eu, que quero deixar pra trás, mas que temo.
Acho que é demais me comparar a uma estrela.
Apesar das mentiras, ela é uma estrela. E ela nasceu pra brilhar, mesmo que não brilhe, mas um dia já brilhou muito.
As estrelas merecem realmente muito mérito, elas são a diversão dos apaixonados.. Que deitam ao chão para admirá-las e sonham em como seria estar sobre elas um dia.
E é isso que importa, o fato de mesmo que vazia, e escura, ainda assim consiga mostrar que pode obter os olhares de muitas pessoas.. Pelo que é, e pelo que transmite.
Assim procede. Se eu fosse você, ao terminar de ler esse texto, iria diretamente para algum lugar onde pudesse observar uma estrela, e ficar alguns minutos pensando, afinal o que será que existe numa estrela?

domingo, 21 de novembro de 2010

Sorte e amor deveriam ser sinônimos.


Sentia frio, mas não por estar frio naquela noite. Mas sim, por meu coração estar derretendo em gelo.
Sentia fome, mas não por estar sem comer. Mas por sentir barulhos em minha barriga ao mesmo tempo que sentia o gelo descendo pelo meu coração até o estômago.
Sentia arrepios, mas simplesmente por ter visto ele em minha frente. O que eu deveria falar pra tentar faze-lo prestar atenção em mim, em meus movimentos, em minhas palavras. Ou será que eu deveria apenas sorrir e esperar ele tomar conta da situação? Seria mais fácil. Mas eu acabei abrindo minha boca gigante e trêmula.
- ''Está tarde.''
ESTÁ TARDE? Como assim? Como alguém começa uma conversa tão importante desta maneira? Não sei, mas eu tive a honra.
E ele respondeu:
- ''É, me desculpe, eu tive algumas coisas pra fazer essa tarde. Mas afinal porque você me chamou aqui?''
- ''Bom.. Na verdade, eu te chamei aqui, porque preciso... Preciso te falar uma coisa.''
Ah, não.. Imagina. Eu havia o chamado alí para escovar os dentes. COMO EU FALEI ISSO?
Lá vai ele mais uma vez responder as minhas tolices:
- '' Bom, e.. O que tanto seria? Acho que talvez nós já tenhamos falado demais não?''
Ok, levei um baita murro no rosto agora. Lógico que na minha mente né? Ele jamais me bateria. Ah não ser com as palavras.
- ''Você está certo. Mas eu quero que saiba que hoje foi um dia muito difícil para mim.. Eu pensei muito antes de estar aqui. (Mentira, eu não pensei nada.)''
- ''E..?''
-''E.. Naaaaa verdaaaade.. Eu acho que eu preciso ir ao banheiro.''
NÃO MEU DEUS, AGORA EU ME SUPEREI. Pode por favor parar de ler essa história? Banheiro? Não.
Pra lembrar, ele estava rindo da minha cara.
- ''Você o que? (risos), Só você mesmo pra me falar uma coisa dessas num momento tão.. É.. Bem, desagradável.''
-''Me desculpa mesmo, mas eu preciso muito. Não saia dai, espere só alguns minutos ok?''
Corri pro banheiro da minha casa, e olhei pro espelho. Eu estava ridicula e vermelha. O que eu pretendia com todo aquele show de comédia? Ele não estava me levando a sério.. Eu tenho certeza disso. Assim como eu tive certeza de quando eu dei aquele fora nele, e ele começou a namorar. Não podia mais continuar daquele jeito. Eu tentei tanto comigo mesma, mudar. Tentei tanto para aquele momento acontecer, e eu estava dizendo para ele esperar porque eu queria ir ao banheiro? Nem que eu estivesse realmente precisando fazer xixi, ele não poderia esperar mais que esperou todo esse tempo que eu o fiz de marionete.
Olhei novamente pro espelho e falei com uma cara que nem eu mesma sei como fiz:
- ''Agora é o momento em que eu preciso agir. Foi esse o momento que eu deveria ter dado a ele durante esses 2 anos. Não posso continuar com essa loucura, não posso perder o amor da minha vida por medo de amar. Vou sair desse banheiro, pronta para dizer tudo que está preso aqui em mim.. E depois que tudo estiver resolvido, vou até a casa de um grande amigo, agradecer-lhe por ter me feito clarear o que eu queria ter deixado na escuridão.''
Saí daquele banheiro, como nunca em toda minha vida tivera saído. Totalmente aliviada. (Ok, eu já havia saído mais aliviada em algumas situações.. Mas nada comparado. AHAHAHA.)
Quando chego na sala, ele estava lá parado, com cara de tédio e com uma vontade imensa de ir pra casa, mas tão imensa que eu estava sentindo isso em seus olhos.
Assim que o vi, falei:
-''Desculpa por todo esse rodeio.. Mas eu estava tão nervosa. Ainda estou, mas agora eu estou mais segura. Se ainda quiser escutar...''
Ele levantou-se do sofá com cara de emburrado e disse:
-''Não tenho nada a perder, continue. Mas por favor, seja breve.''
Senti o frio novamente descendo pelo meu estômago, mas eu continuei olhando nos olhos dele:
-''Olha só.. Nós dois sabemos que eu te machuquei muito, que tudo que fiz não merece perdão.. E que eu não deveria estar aqui ocupando teu tempo, falando todas essas bobagens, mas é que agora me dei conta, do quanto isso é importante, do quanto eu fui tola ao te deixar ir embora.. E é verdade sabe? quando dizem que a gente sabe o que tem depois de perder. Mas eu também acho que seja verdade, que quando você ama alguém, nada tira ele de você. Estou falando demais como sempre, mas o ponto é: eu quero te pedir perdão por ter sido tão egoísta, e medrosa. Mas eu deixei minha coragem, e meu amor.. É.. Meu AMOR por você falar mais alto. Eu te quero pra mim. Eu amo você.. E..
Eu estava falando tanto que nem percebi. Foi quando ele me interrompeu:
-''Já sei, eu já entendi. E eu sabia, que esse dia ia chegar. O que você espera de mim? Sinceramente?''
Gelei. Eu gaguejei como uma porca.
- ''E-u.. Nã-o sei o que..''
Ele parecia mais sério do que nunca. Me segurou com as duas mãos pelos ombros:
-''Olha só.. Eu te amo, mas eu não sei se vale a pena mais tudo isso entende? Depois de tantas mágoas, como posso saber que esta não é como das outras vezes? Como posso ter certeza de que você não vai começar com as suas histórias de que não tem coragem pra continuar com uma história que nem tinha começado? Em, como posso saber?''
Eu cai no chão, aos prantos.. Eu chorava como uma desesperada.. E nada saia da minha boca. Uma palavra siquer, apenas lágrimas saiam sem parar.
Ele ajoelhou-se na minha frente e disse:
- ''Quem diria né? Você aos meus pés agora. E eu aqui, pronto para tomar uma decisão que pode ou não te fazer sofrer. É nessas horas que me pergunto, o que você faria se eu estivesse no seu lugar. E é nessa horas também, que me pergunto se o amor é suficiente.''
Eu escutava as palavras dele, mas eu não conseguia falar. Levantei meu rosto e olhei pra ele. Me senti humilhada. Era assim que o amor deveria ser?
Ele sentou-se ao meu lado e parecia sereno. Não disse nada, passamos alguns minutos daquele jeito, até que eu decedi falar.
-''Eu te amo. Me desculpe, foi um erro tudo isso, novamente.. Eu sei que eu mereço tudo isso, me perdoe. Só isso que tenho para te falar.''
Ele não me deixou levantar, e me beijou profundamente. Eu não entendi o por que daquele beijo, não era o que eu esperava.. Mas eu me senti feliz. Plena também.
Ele parou o beijo, e disse:
-''Em pensar, que eu esperei tanto por esse momento.. 2 anos a espera somente dessas palavras. Só isso era preciso entende?''
Eu não sabia o que dizer. Continuei calada.
-''Agora.. Eu nem sei o que eu quero. Não sei se quero te matar, ou se quero te beijar parar sempre.''
Eu nunca havia estado tão confusa como estava naquele instante. Permaneci calada, e aliás, eu nem precisava abri a boca, meus olhos diziam tudo.
-''Mas, dentre essas duas.. Talvez nenhuma sirva. Talvez o que sirva seja dizer a você que te amo também, e que mesmo que eu tenha esperado tanto por esse momento, eu nunca imaginei que quando ele chegasse eu não o quisesse como o sempre quis. Mas o que eu mais posso fazer? Se eu te amo.''
Eu estava tão nervosa que levantei, e disse:
-''Você o que? Você acabou de dizer o que? Que me ama? Então.. Isso é.. Um: ''Eu te perdoou?''
Eu parecia tão ridicula quanto os teletubies.
E ele ria de mim.
-''Você é sempre ridicula, mas eu te amo. Chega de tantas palavras, a gente falou mais que tudo durante esses 2 anos. A gente só falou.. e Falou.. Então enxuga essas lágrimas e vem aqui me abraça e me deixa te amar como você nunca deixou. Eu te prometo só felicidade daqui pra frente.. É só você deixar..''
Eu abri um sorriso tão grande aquele momento, eu senti que ele sabia que eu estava esperando aquelas palavras.
-''Não estou acreditando.. EU TE AMO! (gritei)
Eu o abraçei tão forte que caímos no chão, e rimos.. Rimos e rimos. Como costumava ser no começo. Sem mais palavras depois dalí, só amor e amor.
Eu sabia o quanto eu tive sorte de ter ele ao meu lado, dele ter me perdoado depois de tantas que fiz. Mas era amor.. Como ele mesmo disse. O amor, cura. O amor é maior que o orgulho e as feridas que não cicatrizaram ainda. E eu sabia que aquelas cicatrizes estavam abertas, mas eu também sabia que eu ia sara-las com todo o amor que tanto nos fez mal. E que agora acabava com as cicatrizes.








quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Egoísmo interno.


Já cansei de falar de vazio, de dores, e de decepções internas comigo mesma.
Mas o que mais pode-se falar, se o teu eu é assim? Se o teu eu, não passa de um atormentado perdido dentro de suas próprias escolhas e alusões?
PORRA NENHUMA! é isso que tu pode fazer.
Mas, as vezes a vida te deixa opções sem nexo, pra te fazer feliz. Algumas vezes você é esperto o suficiente pra pega-las no ar. Outras, você as deixa passar, como um mendigo que você olha na rua, e finge que não viu. Falando em mendigos, eu me pergunto porque todos os dias nós passamos por essas pessoas e não dizemos um simples ''bom dia'' ou ''boa tarde'', que seja.. Mas porque deixamos tantas coisas simples passarem? No caso do mendigo você talvez não dê um ''bom dia'' por medo dele te atacar e te pedi uma moeda de 50 centavos. Mas as vezes, o que ele só quer, é ser notado.
Pelo menos eu, ficaria atormentada de todos os dias, milhões de pessoas passarem por mim, e nem me olharem, com medo da minha aparência.
Não sou hipócrita, pra dizer aqui, que sempre que vejo um mendigo digo: ''Bom dia senhor mendigo, como vai passando essa vida miserável que leva?''
Não mesmo, porque estamos acostumados a olhar somente pra nós mesmos, e seguirmos a vida pensando no nosso bem, ou no bem de quem conhecemos, ou achamos que conhecemos não é?
Acabei aprendendo que aqueles, que menos são notados, são os que mais notam. E que quando tu menos espera a vida te coloca novamente numa situação sem nexo, pra tu poder notar que as coisas que passam mais rápido por nossas vidas, são as que mais sentiremos falta, e que mais vamos querer poder refazer. Por tanto, o vazio que você leva todo dia, quando acorda pode ser transformado em um ''bom dia'' pra aquele que tu sempre vê, mas tem medo de falar.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Covardia bipolar.


Eu deixei você ir, por medo de mim mesma.
Por medo de te machucar ainda mais, por medo de te ferir com meu próprio ‘amor’.
Complicado realmente, de poder entender essas explicações tortas que saem de mim, mas eu não saberia te ter.
Eu não saberia poder te olhar nos olhos e aceitar que você tem que ficar comigo.
Eu abri mão de você, porque eu sabia que nunca te faria feliz. Meu vazio é maior que meu sentimento.
Se é que posso utilizar essa palavra ‘sentimento’. É insano, é.
É totalmente desconsertante, mas eu espero que pense em mim todos os dias em que estiver com ela, espero que ao beija-la sinta o gosto da minha boca, e que quando abraça-la lembre do meu cheiro. Que esse cheiro invada você, e não te deixe respirar. Espero que morra, pensando em mim.